Sonhando acordado – Argentina: Adeus Bariloche no Cerro Tronador

Nossos viajantes se despedem da paradisíaca Bariloche

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Após alguns dias explorando o Circuito Chico (detalhamos tudo na última coluna!), retornamos para o centro de Bariloche.

Aproveitamos para caminhar pela Calle Mitre e suas mil lojinhas de souvenirs para escolhermos o imã da nossa geladeira e a cuia de mate que queríamos. Nos rendemos! Vimos tanto mate no Uruguai e na Argentina que queremos pelo menos tentar implementar esse hábito em nossa rotina.

Quem acompanha nossa coluna há algum tempo ou nosso Instagram (@sonhandoacordadobr) sabe que amamos essa parte de “turistar” pelas cidades que passamos. Facilmente perdemos a noção do tempo e andamos por horas e horas entre atrações turística, lojinhas, cafés ou cervejarias. Não foi diferente em Bariloche.

Visitamos o Centro Cívico, a Catedral Nuestra Señora del Nahuel Huapi, o letreiro da cidade e algumas chocolatarias. Tínhamos que provar, não somos de ferro né gente!? Do contrário quem iria contar para vocês qual a melhor?! (risos)

Mais impressionante do que a maior concentração de chocolatarias por metro quadrado que já vimos na vida ou a sensação de aconchego e bem-estar de caminhar por ali, o que realmente nos impactou foi a quantidade de português que escutamos. Sem dúvida a cidade mais abrasileirada até hoje que visitamos. Não à toa, como mencionamos em outra coluna, é popularmente conhecida como “Brasiloche”.

E se a vida na estrada nos proporciona dias incríveis “turistando” por aí, nem só disso vive esse casal. O equilíbrio é necessário. Após alguns meses na estrada, chegava um dia especial para a Dani e a mulherada de plantão certamente vai entender o porquê. Era seu dia de princesa! Ela finalmente ia ao salão de beleza cortar o cabelo e fazer luzes. Claro, são muitas incertezas e dúvidas, não é a mesma coisa que ir em um local conhecido da sua própria cidade.

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Da mesma forma, o Livio também tinha uma experiência nova pela frente. Era a primeira vez que tínhamos uma questão de saúde para resolver, estava com uma inflamação na boca que não melhorava de jeito nenhum e precisava ir em um dentista. Obviamente, a mesma insegurança e desconforto de buscar um profissional desconhecido.

Nada obstante, o que poderíamos fazer foi feito. Fomos atrás de indicação de amigos que já estiveram ou moram na cidade para minimizar os riscos. Dever de casa bem-feito, nota 10 nas provas. Ambas as missões foram um sucesso. Logo, nada melhor do que um lanchinho completo na RapaNui, nossa chocolataria predileta! Oh chocolatezinho gostoso!

Finalizamos o dia com os dois pés atolados na jaca. Decidimos chutar o pau da barraca na Weiss Beer & Burguers com direito ao combo completo de cervejas, batatas e sanduiches caprichados. Estava muito gostoso, recomendamos demais! Certamente dos melhores lanches que fizemos desde que saímos do Brasil. Aliás, se você é do nosso time que não abre mão de experimentar a comida por onde passa, fizemos um post exclusivo sobre o tema no Instagram.

Decidimos terminar nossa estadia em Bariloche com um dos passeios mais famosos e simbólicos da cidade: Cerro Tronador. No entanto, dessa vez, não fomos com nossa casa. Recebemos a indicação de alguns viajantes e amigos argentinos de que o trajeto para conhecer o parque não estava em boas condições, o que sacrificaria demais a casa e a gente com um dia excessivamente longo de estrada. Optamos por desfrutar e fizemos nosso passeio com a Natural Travel.

O dia começou bem cedo, quando fomos buscados em casa com uma pontualidade britânica. Buscamos mais alguns passageiros no caminho e fomos margeando o Lago Gutiérrez e depois o Lago Mascardi. A paisagem é bem linda. Tudo isso acompanhado com uma verdadeira aula do guia Mario sobre geografia, geologia, biologia, física e história daquilo que estávamos vivenciando. Exemplos muito bem colocados para facilitar a compreensão do que estava por vir.

Após percorrermos 35km no sentido sul da Ruta Nacional 40 entramos no parque pela Ruta 82, que nos levaria até o Cerro Tronador. A partir dali não havia mais asfalto, sinal de telefone nem internet. Apenas no acampamento Pampa Linda há um Wi-Fi para emergências.

Nossa primeira parada foi na Playa Negra, cujo nome não guarda relação com sua cor, mas sim com a situação da área em época de muita chuva e neve. Complicado atravessar por ali. Lá vimos um fenômeno novo, uma espécie de serração que, na verdade, era condensação. A água estava mais quente que o ar, então ela evaporava e fazia uma espécie de nuvem.

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A segunda parada foi no Camping Los Rapidos. Seu nome é devido a área em que o rio acelera, embora não haja nenhuma queda d’água. Aqui vimos mais de perto as nuvens de condensação. Essa parada também oferece uma cafeteria para quem quiser fazer um lanche.

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Continuamos até o Mirador do Lago Mascardi, onde contemplamos a Isla Corazon. Precisamos explicar o nome?! (risos). Uma paisagem muito bonita.

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Dali fomos direto para Pampa Linda, onde seria o nosso almoço. Nosso guia foi bem prático na escolha das opções do almoço. Existem dois lugares: um camping mais simples e uma hospedaria. Iríamos no que estivesse mais vazio, porque a ideia é aproveitar o tempo no passeio e não parado comendo. Prático e certeiro. Como acordamos cedo, acabamos almoçando dois pratos, o Livio uma milanesa com fritas que veio super enxarcada e a Dani um Goulash com spaetzle, mais uma coca – ARS$2750 – R$68,75. Não precisava disso tudo, poderíamos ter dividido e feito nosso lanche. Na sequência ainda tivemos tempo de tirarmos algumas fotos com o Cerro Tronador ao fundo antes de voltar para a van.

Finalmente chegamos no ponto final, o ápice do passeio: Cerro Tronador, a laguna e o glaciar Ventisquero Negro. O Cerro Tronador possui esse nome em virtude dos trovões que ele faz com os derretimentos de gelo.

Por sua vez, o glaciar é algo muito diferente do que já vimos. E olha que além de termos visto alguns, já caminhamos sobre o Glaciar Perito Moreno em El Calafate (se perdeu, volta umas colunas que vale a pena!). Embora a cor esverdeada da lagoa nos lembre algumas pelas quais passamos e os icebergs nos recorde a Laguna Torre em El Chalten, o glaciar em si é muito distinto. O gelo misturado com os sedimentos de terra que caem com as avalanches e o degelo formam um glaciar que parece um mármore. Muito lindo e diferente.

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Ficamos aproximadamente 45 minutos lá antes de iniciarmos nosso retorno. Achamos curto o tempo para desfrutar de tanta coisa bonita e tirar fotos. Sabemos de todos os porém sobre horário, distância etc., mas o auge do passeio merecia um pouco mais de tempo de contemplação.

No retorno, como o trajeto dentro do parque é todo de ripio, estreito e com muitas árvores, foi maravilhoso não estarmos com a casa. Tivemos tranquilidade para podermos desfrutar o caminho. Aliás, não recomendamos quem está de motorhome fazer esse passeio com sua casa, maltrata demais.

Chegamos em casa no início da noite depois de um dia bem legal de passeio. O melhor, super descansados, sem a tensão de ir com a casa, do Livio na direção e todos os cuidados com a rodovia.

Guardamos estrategicamente nossas energias para os próximos dias que serão na estrada, desfrutando do trecho mais famoso de toda Ruta Nacional 40. Está preparado para vir com a gente?!

Quer acompanhar de pertinho essa aventura?! Corre lá no Instagram @sonhandoacordadobr!

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