Sonhando acordado: Missão Fronteira, Tchau Brasil

'Fato é que estávamos em terras uruguaias! Tchau Brasil

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Após as festividades do final do ano, nosso caminho foi seguir direto para a fronteira, o que significou mais alguns dias de estrada e aproximadamente 1.100 km. 

Nesse trajeto aprendemos mais uma lição: o tempo do GPS não é o nosso! Além do protocolo que criamos de não dirigir de noite, mantemos uma velocidade conservadora em virtude da casa, o que impacta negativamente no relógio. De uma maneira geral, verificamos que somamos vinte minutos para cada hora indicada no aplicativo. Em outras palavras, uma viagem de seis horas para um “veículo normal” são aproximadamente nove ou dez para nós, dependendo do número de paradas que fazemos para esticar as pernas e comer.

Depois de alguns dias, chegamos na cidade do Chuí, Rio Grande do Sul. Escolhemos essa cidade porque decidimos incluir o Uruguai no nosso roteiro, mais especificamente o seu litoral. Nossa ideia era aproveitar o verão para visitar as inúmeras praias uruguaias. Claro, de quebra conheceríamos o extremo sul do nosso país.

Porém, vale ressaltar que isso fez sentido para nós. Existem outras cidades para fazer fronteira com o Uruguai e, se você quiser, nem precisa passar por lá. O caminho para o Fim do Mundo – Ushuaia – pode ser feito cruzando direto para a Argentina por diversos lugares diferentes, como Uruguaiana ou Foz do Iguaçu.

O Chuí não é um daqueles lugares cinematográficos ou vibrantes que despertam inúmeros sentimentos e curiosidades. Na verdade, a cidade é bem simples. As ruas são pequenas e as lojas também, com exceção dos free shopsespalhados pela Avenida Brasil/Uruguai, cujo nome varia dependendo da mão que esteja. Isso mesmo, essa avenida principal é a divisão da fronteira geográfica entre os dois países. Sabe aquele check list dos filmes de estar em dois países ao mesmo tempo? Lá você consegue registrar esse momento.

Chegar na cidade fronteiriça é só uma parte da missão fronteira. É necessário estar com uma série de documentos em ordem para conseguir efetivar sua migração, principalmente por conta da pandemia. Aliás, é importante alertar que em decorrência das inúmeras ondas da COVID-19 a documentação exigida pude mudar e a fronteira inclusive fechar. Sugerimos que sempre consulte os sites oficiais dos governos, como o do Ministério do Turismo do Uruguai (https://turismo.gub.uy/index.php/pr/requisitos-de-ingresso-e-tramites).

No nosso caso, dividimos os documentos em dois grupos: pessoais e do veículo. Se eventualmente você pretender fazer sua viagem com algum animal de estimação prepare-se para incluir mais uma categoria aí.

Os documentos pessoais exigidos pelo governo no momento da nossa travessia foram: (i) carteira de identidade (RG) com foto atualizada ou passaporte válido; (ii) comprovante de vacinação completo contra a COVID-19, com uma ou duas doses dependendo da sua vacina, e com no mínimo quatorze dias da última dose; (iii) exame negativo do PCR, colhido com no máximo 72 horas; (iv) seguro-viagem com cobertura contra a COVID-19; e (v) declaração juramentada preenchida com até 48 horas antes da sua entrada.

Com relação ao veículo, foram exigidos os seguintes documentos: (i) Carteira Nacional de Habilitação (CNH); (ii) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV); e (iii) Seguro Carta Verde.

As duas principais dúvidas que tínhamos e muitas pessoas com quem conversamos compartilhavam são: aceitação do teste de antígeno e exigência da Carteira Internacional de Habilitação (CIH). Na época em que cruzamos a fronteira não era aceito esse teste, era exigido especificamente o PCR, e não era necessária a CIH. Uma curiosidade extra que descobrimos é que o Seguro Carta Verde precisaria ser impresso em papel A4 literalmente na cor verde. No entanto, foi tranquilo encontrar, pois nas cidades fronteiriças é comum.

Com o kit devidamente impresso e em mãos, era hora de cruzarmos formalmente nossa primeira fronteira com a casa. Estávamos muito felizes com essa conquista, mais um marco da nossa jornada. Em contrapartida, o coração estava na boca, estávamos ansiosos com os trâmites. Será que tínhamos esquecido de algo? Implicariam com algum documento? Haveria uma inspeção da casa?

Ao chegarmos na aduana uruguaia uma dose extra de nervosismo, o exército é responsável pela segurança da fronteira. Uma guarda ostensiva, com caminhões e soldados com armas em punho.

A migração foi feita em duas etapas. Primeiro, estacionamos a casa e fomos para o prédio onde conferiram cada um dos nossos documentos pessoais, sem exceção. Percorreram todos os dados minuciosamente. Após aferirem a regularidade de tudo, já carimbaram nosso passaporte com a entrada no país. O que nos causou certa estranheza, pois e a casa? Não teriam que confirmar antes que está tudo correto também?

Voltamos para o motorhome e seguimos para a parte de controle do veículo, sem entender muito bem a sistemática. Entramos em uma pequena fila de carros e, na nossa vez, solicitaram a documentação do veículo listada acima. Ademais, perguntaram se havíamos realizado alguma compra no Chuí e, com a resposta negativa, nos mandaram seguir. Simples assim. Não perguntaram mais nada, não pediram mais nada nem inspecionaram a casa.

Nem acreditamos que foi tão tranquilo, todo o terror que as pessoas gostam de fazer com as outras em relação à fronteira decorre muitas vezes de falta de informação ou experiência prática.

Fato é que estávamos em terras uruguaias! Tchau Brasil!

Quer acompanhar de pertinho essa aventura?! Corre lá no Instagram @sonhandoacordadobr

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