Soranz comemora início do programa Seguir em Frente: ‘Não podemos mais tolerar ver as pessoas caídas nas ruas e não dar uma assistência’

Secretário municipal de saúde considera positivo o trabalho, que começou no fim de 2023

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PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua) | Crédito: Edu Kapps / SMS

De acordo com números da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, o Programa Seguir em Frente já retirou 840 pessoas da situação de rua. Lançada no dia 21 de dezembro de 2023, a iniciativa tem como objetivo a ressocialização.

O progra propõe, através de uma série de medidas de acolhimento, assistência social, saúde e reinserção no mercado de trabalho, além da restauração da dignidade e da cidadania de pessoas em situação de rua.

O Programa Seguir em Frente foi criado para cuidar da população que mais precisa do apoio do estado brasileiro. Não podemos mais tolerar ver as pessoas caídas nas ruas e não dar uma assistência. O objetivo é criar vínculo, para que elas deixem a situação de rua e se reinsiram à sociedade e ao mercado de trabalho”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Ainda segundo a Prefeitura, no contexto do novo programa, três novos serviços foram incorporados à rede assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMS): o PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), unidade de acolhimento no Centro do Rio; e a RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento) e o CAPSad III Dona Ivone Lara, ambos em Cascadura. Os equipamentos funcionam de maneira integrada, oferecendo atendimento multiprofissional e individualizado.

Um dos Pontos de Apoio na Rua (PAR) está localizada na Avenida Henrique Valadares, na Cruz Vermelha. A unidade funciona de portas abertas, 24 horas por dia, e oferece, além dos serviços de higiene pessoal, ações de prevenção em saúde e saúde mental, auxílio para emissão de documentos, armazenamento de itens pessoais em armários com cadeado, atendimento veterinário para animais de estimação e vacinação. No local já foram registrados nesses 20 dias mais de 8,5 mil acolhimentos, além de serviços como banho (4.524), lavanderia (2.645 lavagens, entre roupas pessoais e toalhas) e corte de cabelo e barba (2.036), bem como consultas médicas (325).

Jorge Jaber, psiquiatra, diretor da Clínica Jorge Jaber, especializada em tratamento de transtornos decorrentes da dependência química, considerou a acertada a decisão inicial do Programa Seguir em Frente.

“Medidas como esta não são uma invenção atual. Já tivemos equipamentos instalados em áreas públicas em ocasiões de ocorrências de doenças de outras áreas, como foi o caso da dengue, com grandes quantidades de pessoas sendo atendidas. Estes equipamentos, embora não respondam totalmente aos critérios da Vigilância Sanitária, funcionam bem em situações de emergência, tomando-se cuidados redobrados. É positivo o fato de se criar uma ação articulada entre as áreas da Saúde e da Assistência Social, pois ela certamente tenderá a trazer benefícios maiores. O atual secretário de Saúde, inclusive, já participou de atividades ligadas a cuidados com dependentes químicos em situação de rua com sucesso”, disse Jaber.

A Prefeitura informa que o Programa Seguir em Frente é o plano de ação e monitoramento para efetivação das medidas de proteção à população em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro. O planejamento estabelece diversas medidas de acolhimento, assistência social e saúde para o cuidado e diagnóstico desse grupo populacional mais vulnerável. O objetivo é criar condições para a ressocialização, promovendo a reinserção no mercado de trabalho e resgatando a cidadania. 

A proposta do projeto é, “em cinco fases sequenciais, criar condições para que as pessoas saiam das ruas para unidades de acolhimento; promover o tratamento de saúde que cada um precise; dar ocupação remunerada, no próprio projeto, em atividades de interesse público ou em instituições parceiras; construir um futuro com a preparação para o mercado de trabalho e geração de renda; conquistar autonomia para deixar o programa e seguir em frente, reinserido na sociedade e com a cidadania resgatada“.

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