Start-up de segurança e tecnologia chega com suas câmeras à região da Praça XV, no Centro

A Gabriel, que recebeu aportes milionários de investidores como o produtor Kondzilla, já tem 4.000 câmeras HD com tecnologia capaz de contribuir para a solução de crimes, e chegou à Travessa dos Mercadores, no Centro Histórico

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Faz quase quatro anos que a Rua Dias Ferreira, no coração do Leblon, não é apenas um local caro e frequentado por boêmios. O metro quadrado dessa rua tornou-se o mais monitorado da cidade graças às dezenas e dezenas de câmeras HD que observam minuciosamente o movimento do local. Elas captam desde situações incomuns, como mulheres de biquíni em um conversível (quem lembra?), até crimes cometidos por grupos especializados, como a tal da “gangue do Rolex“. O mais interessante é que essas câmeras têm a capacidade de compartilhar informações entre si, armazenando os dados em uma “nuvem”. E o que torna esse sistema ainda mais impressionante é a presença de inteligência artificial, que facilita a recuperação das imagens capturadas de forma muito rápida, facilitando o intercâmbio de informações com as autoridades policiais, conduzido pela própria empresa de monitoramento.

O responsável por esse avanço tecnológico é uma start-up chamada Gabriel, originada no próprio bairro. Em menos de quatro anos, a empresa conseguiu levantar R$ 76 milhões em investimentos no negócio, e chegou a adquirir a Retina Vision, empresa especializada em identificar veículos roubados em tempo real. Seus serviços se expandiram e agora, além de estar presente em várias partes da Zona Sul, o “anjo” chegou ao Centro da Cidade. Uma de suas já famosas “Câmeras Camaleão“, com iluminação em led verde, e apontando pra todos os lados, acaba de ser instalada bem no meio da Travessa dos Mercadores, uma pequena ruazinha na região da Praça XV que liga a hoje badalada Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na rua do Ouvidor, à rua do Rosário, uma região cheia de bares e restaurantes, e que sofria com pichações e vandalismos nos imóveis históricos de forma recorrente. Outro problema na região eram eventos ilegais – como raves e festas sem licença – que sempre deixavam rastros de fezes, urina, e muito lixo.

Recentemente, em julho último, um criminoso que havia invadido e arrombado uma loja em Copacabana foi preso com a colaboração e informações da Gabriel, que compartilhou todas as informações do caso com o 19º Batalhão da Polícia Militar.  A polícia deu início a investigação e, em 07 de agosto, localizou e deteve um dos participantes do crime. O bandido que matou o cisne Romeu, no Parque Guinle, em Laranjeiras, também acabou detido com a colaboração da startup. Já são milhares (4.000) de câmeras da Gabriel espalhadas pelo Rio e São Paulo, embora a empresa seja carioca, com sede na Av. Delfim Moreira, no Leblon.

Para usufruir das vantagens de ser cliente da startup (quem instala uma câmera não só tem sua própria propriedade monitorada como passa a contar com a rede de câmeras da empresa para monitorar seus próprios passos), os clientes pagam uma taxa mensal, que garante a instalação de duas câmeras sem custos adicionais. Com um aplicativo especial, moradores e comerciantes podem ver as imagens em tempo real e até acionar um botão de pânico em situações de emergência. “Nossa missão é recuperar o seu direito de andar seguro em qualquer lugar, e fazemos isso com inteligência“, diz o representante da empresa. Tudo pode ser monitorado pelo cliente pelo celular, através de aplicativos ou no computador.

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A principal vantagem da Gabriel sobre as câmeras analógicas tradicionais é a qualidade e confiabilidade das imagens. Enquanto sistemas antigos podem ter interrupções e oferecer imagens de baixa resolução, as câmeras da Gabriel estão sempre ativas e produzem imagens nítidas, que são de grande ajuda para as investigações policiais. E, como todos os dados são armazenados de maneira centralizada, a polícia não precisa perder tempo solicitando registros de várias fontes diferentes. A idéia da Gabriel é ambiciosa e auspiciosa ao mesmo tempo: “acabar com o crime” de uma forma gradual, através do completo monitoramento da cidade; a empresa foca na cobertura de grandes áreas de bairros, criando bolsões de vigilância e de segurança com uso das imagens integradas. Assim, quanto mais câmeras instaladas, maior a área de cobertura, e a estratégia de negócios instiga vizinhos a aderirem, e cada um novo que entra, maior fica a rede. O negócio tem progredido tanto que o site Intercept, conhecido pela sua vertente, digamos, garantista, já publicou uma matéria atacando a empresa. “É óbvio que a criação e expansão desta rede de câmeras inteligentes vai sufocar cada vez mais o crime, pois finalmente vamos saber quem são os ladrões, vândalos, e criminosos que cometem infrações na calada da noite”, declara o Comissário Provedor da Irmandade dos Mercadores, Cláudio André de Castro.

As imagens fornecidas pela empresa já foram usadas em cerca de 1000 investigações policiais, resultando na prisão de mais de 220 criminosos, assim como também serviu para inocentar 7 pessoas que foram acusadas, e eram inocentes. O conceito da Gabriel foi inspirado pelas experiências de seus fundadores na China, onde sistemas de monitoramento são muito mais avançados e difundidos. Na China, a presença de câmeras por toda parte promove uma sensação de hiper-transparência e segurança. No entanto, os fundadores estavam cientes dos possíveis abusos e violações de direitos cometidos pelo governo chinês utilizando essa tecnologia.

De volta ao Brasil, a equipe da Gabriel, composta por Otávio Miranda, Erick Coser e Sérgio Andrade, focou na criação de um sistema próprio. Isso envolveu o desenvolvimento de suas próprias câmeras e algoritmos de inteligência artificial. A empresa cresceu rapidamente, captando investimentos de gigantes como Softbank e outros importantes investidores, como o produtor musical KondZilla.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom. Mas por exemplo, a Rua do Passeio está às traças, uma fila de ônibus de turistas e nenhuma proteção segura. Vira mexe assaltos, aliás, já vem desde o Carnaval esta história de garotos em turma levar tudo dos transeuntes. Hoje presenciei isso. Houve gente atirando pedras e tudo.
    Aliás, andando pelo Centro do Rio percebi que tem um amontoado de Polícia Presente na Rua Gonçalves Dias, ao mesmo tempo alguns metros uma viatura e quatro guardas municipais, mas, um pouco mais, na Rua Sete de Setembro, mais outra viatura de guardas municipais. E o resto da cidade? O largo da Lapa, os arredores, ruas de subida para Santa Teresa, nestes dias com turistas subindo e descendo, nada, nem um guarda, nem uma uma viatura, etc., etc. Aliás, por favor, que este jornal seja porta-voz: precisa colocar uma placa esquina da Evaristo Veiga com Joaquim Silva (placa sentido Escadaria do Selarón, de preferência em mais de uma língua), é muito turista perdido, porque parece que o Google não identifica. É isso, a cidade está mal administrada. Cada um por cada um, quem tem mais força consegue, e a geral, haja solicitação no 1746 (não funciona).Parece que está na hora de colocar sangue novo nesta Prefeitura. Paes já foi melhor.

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