No meu primeiro artigo para o Diário do Rio, comentei sobre os festivais de cinema que rapidamente buscaram suporte das plataformas de cinema para transmitir suas mostras competitivas durante a pandemia.
Há quem tenha relutado bastante para que a Netflix, por exemplo, não pudesse competir – e Spielberg que não veja meu comentário agora. O diretor que não aceitava o fato de a academia considerar um filme de streaming, também se rendeu e inclusive seu filme Amor, Sublime Amor concorre em várias categorias estando disponível na Disney+.
Desta vez, o Oscar entra em jogo com cerca de 20 filmes indicados disponíveis em premiações e atrai a indagação: avanço ou decadência?
Religiosamente, os membros da Academia indicam e premiam filmes que não necessariamente chegam para todos. A própria categoria de melhor filme, neste ano, possui dois filmes que sequer haviam entrado em circuito no Brasil quando foram anunciados como finalistas: Drive My Car (Ruysuke Hamaguchi) e Licorice Pizza (Paul Thomas Anderson).
Tem também o outro lado, onde muita gente que não costuma acompanhar o Oscar pela dificuldade para assistir aos filmes, conseguiu ver muitos indicados na Netflix, principalmente. Ou seja, me parece um grande avanço para a Academia, que cada vez mais tem espectadores acompanhando as suas decisões.
Mas além dessas opiniões, tem ainda mais uma: a da pessoa que não consegue assistir aos filmes no cinema cult ou nas salas mais populares, e muito menos assinar todas as plataformas de streaming. Ou seja, aceitar inscrições de filmes rodados na internet democratiza, mas nem tanto.
Considero, ainda assim, um avanço para o mundo do cinema. Não apenas por permitir que o grande público tenha acesso, mas também por permitir que diretores que jamais teriam ao menos a chance de participar, consigam espaço por conta dos contratos com as plataformas de streaming.
Acompanhe o lançamento de Licore Pizza, de Paul Thomas Anderson, nesta quinta-feira (17) nos cinemas e se prepare também para maratonar os filmes disponíveis nas principais plataformas.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.