Localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o bairro de Jacarepaguá é um dos mais importantes da região e um dos mais tradicionais da cidade. Com uma população estimada em 800 mil habitantes, de acordo com o Censo 2010, Jacarepaguá é formado por vários sub-bairros com perfis bem diferenciados. Administrar uma região com uma feição etnográfica tão diversa é um desafio para valentes. À frente da subprefeitura de Jacarepaguá está a combativa e workaholic Talita Galhardo, para quem a administração pública tem o dever de fazer com que os moradores se orgulham do bairro onde vivem. Durante a sua gestão foram muitos os desafios enfrentados. Um dos mais destacados é combate à ação dos usuários de crack nas ruas do bairro. O DIÁRIO DO RIO conversou com Talita Galhardo para conhecer um pouco mais sobre a sua atuação e os seus objetivos à frente da subprefeitura do bairro.
DIÁRIO DO RIO – Como é estar à frente da subprefeitura de um bairro tão grande e diversificado como Jacarepaguá?
Talita Galhardo – No início, senti receio. Sou extremamente perfeccionista. O subprefeito trata de todas as questões relacionadas à região atendida. Ninguém, no início, entende o funcionamento de todas as áreas que compõem a sua subprefeitura. Mas, tivemos o período de transição. Como eu tenho um perfil combativo, as situações desafiadoras foram sendo resolvidas de forma satisfatória. No dia a dia, vamos conhecendo a região e aprendendo como as coisas funcionam. O meu nível de cobrança é alto. Procuro sempre aprender com todas as situações que enfrento no comando da subprefeitura de Jacarepaguá. A receita para desenvolver um bom trabalho não é tão difícil: Acordar cedo, dormir tarde e se dedicar com paixão.
DDR – Quais são os principais problemas encontrados na região?
T.G – São vários os problemas encontrados. Entre eles podemos citar as construções irregulares, que combatemos com muito empenho. Questões relacionadas ao trânsito na Avenida Ayrton Senna cujo projeto de duplicação da ponte Santos Dumont já está em desenvolvimento. O combate à presença e as ações dos usuários de crack no entorno da Cidade de Deus também é um problema que enfrentamos de forma muito incisiva. O prefeito Eduardo Paes (PSD) sugeriu, recentemente, retomar o debate sobre a internação compulsória dos viciados.
DDR – Dos sub-bairros que compõem a região, qual deles a senhora classificaria como o mais problemático para administrar?
T.G – Entre as regiões mais problemáticas, a localizada embaixo da Linha Amarela, na Cidade de Deus, sempre requer muita atenção. Quando chove, a regiões de Rio das Pedras e Muzema sofrem com os alagamentos históricos. Mas tal realidade será mudada, a partir de 2023, com os projetos e orçamentos já aprovados pela Prefeitura do Rio. A Avenida Engenheiro Souza Filho, no trecho entre Muzema e Rio das Pedras, passará por intervenções orçadas em R$ 22 milhões. A região central de Rio das Pedras também passará por obras para debelar os alagamentos, com investimentos de R$ 6 milhões. Estamos atuando para que o histórico de enchentes nas localidades seja encerrado em 2023.
DDR – Como a senhora vê o impacto da violência urbana na qualidade de vida de quem mora Jacarepaguá?
T.G – A sensação de insegurança vivida pela população local é muito ruim. Mas a Prefeitura tem trabalhado para melhorar os ambientes e a iluminação. Nos últimos dois anos, investimos pesado na instalação da nova iluminação em LED. Atualmente, 90% das ruas do bairro já estão atendidas. A medida melhorou os níveis de satisfação dos moradores e frequentadores da região. Além disso, estamos em alinhamento constante com a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ).Tal posicionamento permitiu o aumento do número de cabines de segurança, de viaturas e motos na prestação de serviços à população. Os problemas de Segurança Pública atingem não somente Jacarepaguá, mas toda a cidade do Rio. Felizmente, a parceria com a PM tem rendido bons resultados.
DDR – A senhora identifica algum tipo de engajamento da população local na busca pela qualidade de vida da região? O que pode melhorar nesse sentido?
T.G – A comunicação entre o poder público municipal, o setor privado e as pessoas melhorou muito. Atualmente contamos com 26 mil seguidores do perfil da Subprefeitura no Instagram. O que representa um fato honorável para um órgão público de bairro, que não realiza impulsionamentos. Como subprefeita de Jacarepaguá procuro estar sempre presente. Entendo que a população não pode estar distante do poder público. As pessoas precisam ser ouvidas e atendidas. A população precisa se sentir abraçada por quem está à frente de um órgão público como a subprefeitura. Ao visitar bairros, comunidades e condomínios reúno o máximo de informações possível para levar ao prefeito. Procuro levar o que estou ouvindo nas ruas para que a resolução aconteça. O poder público não pode ser inalcançável. Somos gestores, moradores e cidadãos cariocas. Meu perfil é: me liga, me fala, me mostra.
DDR – Quais são os atrativos de Jacarepaguá para quem quer morar ou abrir um negócio na região?
T.G – A região cresceu de forma significativa desde o início da nossa gestão. As reformas das estações do BRT e a chegada dos novos articulados desempenharam um grande avanço nesse sentido. As Parcerias Público-Privadas (PPP) permitiram a realização de grandes obras, como a construção da base avançada da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), embaixo do viaduto da Linha Amarela. A medida contribuiu para o afastamento dos usuários de drogas do local. Destacamos ainda a realização das ações integradas, que acontecem uma vez por semana. Através delas diversos órgãos trabalham em mutirões levando melhorias e reparos à todas as ruas. Na época da Copa do Mundo, inauguramos um grande espaço para transmissão dos jogos, o Moutellão, no Largo do Moutella. A iniciativa foi um sucesso de público. Além disso, lembramos que dois grandes shoppings foram inaugurados na região, gerando emprego, renda e lazer.
DDR – Com a finalização de 2022, como a senhora avalia o trabalho desenvolvido do órgão?
T.G – As coisas estão acontecendo. Os desafios estão sendo vencidos. No início da gestão, apresentei alguns orçamentos e pedidos ao prefeito Eduardo Paes, que priorizou, na época, a construção da passarela da Comunidade Asa Branca. Estamos colocando guarda corpo em rios, levando o asfalto liso às ruas e recapeando as vias principais dos sub-bairros de Jacarepaguá. Como sempre, a ordem é trabalhar muito e continuar atenta aos problemas, para desenvolver soluções satisfatórias. Aqueles moradores de Jacarepaguá que, muitas vezes, se sentem esquecidos vão ver que a cidade tem comando em todos as áreas, e em todos os dias da semana. Nasci e cresci na Praça Seca. Estudei durante muitos anos na Freguesia, por isso, tenho uma ligação pessoal com o morador de Jacarepaguá. Na época em que eu morava na Praça Seca, o bairro era visto como área nobre. Eu quero que as pessoas voltem a ter orgulho do bairro. A administração pública tem a obrigação de fazer o morador sentir orgulho do local onde mora. Já colocamos uma base da Guarda Municipal atuando 24 horas na Praça Seca. Temos que melhorar ainda mais os serviços.
DDR – Quais são as suas expectativas para 2023 no comando da subprefeitura de Jacarepaguá?
T.G – Continuar acordando muito cedo e dormindo muito tarde, todos os dias, em razão de uma rotina intensa de trabalho. Pretendemos entregar a obra de reurbanização da Avenida Isabel Domingues, na Gardênia Azul, assim como a canalização do rio da Rua Camatiá. Como dito anteriormente, as obras em Muzema e Rio das Pedras já estão em andamento. Teremos a licitação de uma Clínica da Família. Daremos início ao programa Guardiões de Ralo. Faremos uso intensivo do novo Centro de Operações e das mais de duzentas novas câmeras de vigilância já instaladas em Jacarepaguá. É importante destacar que registramos também conquistas importantíssimas, como a entrega da TransOlímpica, com estações novas, pistas reformadas e 50 novos ônibus articulados. Até março, devemos entregar a TransCarioca, totalmente reformada e com mais 110 novos ônibus destinados à circulação. No planejamento de 2023, estão previstas inúmeras ações e obras que, sem dúvida, vão fazer de Jacarepaguá um bairro muito melhor do que é hoje.
em quamto isso a zona oeste pobre segue entregue
enquanto
O fato de a subprefeita namorar o comandante da PM, e ele morar na regiao adminisrada por ela, seriam um “plus” pra beneficio dos moradores?