Tarcísio Motta dá tom de sua campanha – os políticos e as milícias

Dificilmente um carioca médio de centro trocaria seu voto pelo PSol de Tarcísio, mas ao trazer o tema à tona, o candidato socialista prejudicará Paes e poderá atrair o PT para seu lado.

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O deputado federal Tarcísio Motta (PSol), em entrevista ao colunista Guilherme Amado do Metrópoles, deu o start em sua campanha a prefeito do Rio em 2024 e mostrou qual será o tom dela: associar seus adversários ao crime organizado do Rio de Janeiro, especialmente o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Amado, inclusive, intitulou sua matéria com uma frase de Tarcísio: ‘Depois de Marielle, PT não pode ir com Paes, diz Tarcísio Motta‘.

Realmente, é uma explicação muito difícil para o eleitor do PT, que verá nesta terça-feira, 2/4, a filiação de Anielle Franco, irmã de Marielle Franco e ministra, apoiando o mesmo governo que incluiu em seus quadros Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato da então vereadora. Isso sem contar com a presença de Junior da Lucinha, do mesmo partido de Eduardo, cuja mãe, a deputada estadual Lucinha, está sendo investigada por envolvimento com a milícia da Zona Oeste, sem incluir outros nomes que suscitam, no mínimo, suspeitas.

Claro que não só o governo Paes teve alguma aliança com suspeitos de aliança com o crime organizado; todos os governos recentes tiveram, nos níveis municipal, estadual e federal. Os Brazão são aliados do governo vigente, apoiaram Bolsonaro, mas também apoiaram Dilma e apoiariam Lula em 2028 e estão no governo de Cláudio Castro. Há políticos que dizem ser impossível fazer campanha em certas regiões sem pedir licença ao miliciano ou ao traficante local. E, com exceção do PSol e do Novo, com Pedro Duarte, será difícil encontrar uma aliança em 2024 que não tenha uma ‘maçã podre’.

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Mas Tarcísio falou sobre isso a Amado: ‘Se nós não entrarmos nesse debate sobre a necessidade de refundar o Rio de Janeiro, incluindo sua política, vamos continuar reféns desses grupos, desse modo miliciano de governar. Está claro: Marielle foi assassinada para enviar um recado àqueles que enfrentavam as milícias, e é essencial debater isso com a sociedade‘. E é um debate que não se restringe à esquerda; Duarte vem insistindo nesse tema há meses.

Sexta-feira, 5/4, a Prefab Future divulgará a primeira pesquisa eleitoral para prefeito do Rio após o escândalo causado por Brazão. Resta saber se isso afetou Paes e se outros candidatos se beneficiaram. Será que Otoni de Paula conseguirá ser o candidato anti-milícia da direita? Dificilmente o Delegado Ramagem seria, devido à conexão inconsciente entre o bolsonarismo e as práticas das Polícias Mineiras, que evoluíram para as milícias de hoje. Talvez Marcelo Queiroz, o ‘Lorde do PP´, com sua imagem de bom moço, um Eduardo Paes 2.0, possa ganhar alguns pontos com esta pauta.

Dificilmente um carioca médio de centro trocaria seu voto pelo PSol de Tarcísio, mas ao trazer o tema à tona, o candidato socialista prejudicará Paes e poderá atrair o PT para seu lado. Os adversários de Eduardo Paes agradecem.

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11 COMENTÁRIOS

  1. A esquerda historicamente sempre piscou o olho pra bandido e traficante. O tal “diálogo cabuloso”. Agora o “cara dos quadrinhos” e o seu partido nanico histriônico veem com essa. Pergunta pra ele se é a favorável ao encarceramento, de penas duras pra milicianos? Vai prender os milicianos ou eles merecem uma segunda chance? O Brasil não prende demais? Seria política de encarceramento nesse caso? Conta outra! Só otários, adolescentes, votam nesses radicais, nem o PT suporta o Psol, essa que é a verdade. O melhor é que nunca ganham mesmo.

    • Pode me dar um exemplo do professor Tarcísio defendendo algum bandido?

      Esse papinho lacrador de vcs adianta de que?

      Trabalhador não quer saber dessa lacração/mitada de vcs não.

  2. Isso mesmo. PSOL é o único a bater de frente com a milícia.

    Quaquá do PT defendeu com unhas e dentes a inocência do Brazão e não se ouve o PT falando em milícia.

    Os outros partidos, principalmente os de dirieta tem relação intimas com o milícia. Todo mundo sabe.

  3. Salvo engano, o PSOL é o UNICO partido que fala e se opõe abertamente a milícia no RJ.

    Nem o PT faz isso.

    Realmente, se quiserem quebrar esse ciclo e esse antro de bandidagem só votando em quem tá fora disso e quem bate nisso há anos. Aliás, o PSOL com a CPI da milícia do Freixo foi o único caso que eu vi onde uma ação de um político levou mais de 200 bandidos presos.

  4. O problema não uma maçã podre…o problema é um caminhão de maçãs podres… O Psol, se tivesse se afastado de vez do PT, teria saído no lucro, mas fica nesse relacionamento ambíguo, que uma hora estão se amando outra hora se xingando…Eu vou de Pedro Duarte, Partido NOVO, que voto há várias eleições e os que ajudei a eleger e acompanhei o mandato, nunca me decepcionaram.

  5. Quem odeia o RJ é quem vota em PT, PSol, PDT e estes trastes. O RJ sempre teve problemas, mas quem levou o RJ pro esgoto (esquerdista gosta de esgoto, por isso vota nestes partidos que são contra o saneamento básico) foi Leonel Brizola, com seus asseclas tais como o Saturnino e a Câmara majoritariamente brizolista. E esta célula cancerígena prospera até os dias atuais. E “pt” final.

  6. O Carioca tem que saber o básico: o comentário de Jair Renan, filho vagabundo do vagabundo Bolsonaro, atacando os Cariocas, confirma aquilo que eu venho falando aqui: O BOLSONARISMO ODEIA O RIO DE JANEIRO.

    Depois das falas de Jair Renan se ainda tem Carioca que vota em membros dessa família ou aliados políticos desses pulhas, já estão dizendo na nossa cara: ODIAMOS O RIO DE JANEIRO E QUEREMOS ELE NO BURACO!

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