Nesta semana começam os espetáculos do Teatro Municipal Marilu Moreira, em Itaguaí, e para abrir o ano de 2023 foi escolhido o espetáculo ‘Baquaqua’. A peça traz o reconhecimento histórico, político e social do africano no Brasil. Wesley Cardoso de forma brilhante protagoniza essa grande história nesta quarta-feira (8) às 19h e na quinta-feira (9), às 9h e 14h. A entrada é Franca.
Nativo da região ocidental da África, Baquaqua escreveu aquela que até hoje é considerada a única autobiografia de um homem negro escravizado no Brasil. A trajetória dele se inicia no Benin, país da África Ocidental, com passagens por Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Nova York, Haiti e Canadá e, inevitavelmente, leva o público a projetar no presente o resultado em curso das atrocidades cometidas no passado.
A peça traz, do universo literário para o palco de Itaguaí, os relatos de um escravo em um país estrangeiro e propõe uma reflexão sobre outras milhares de histórias de pessoas sequestradas do continente africano. Só para o Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de homens e mulheres foram traficados e escravizados. Espetáculo selecionado por meio do Edital de Chamamento para Uso e Ocupação dos Teatros Públicos Municipais.
- É um prazer iniciarmos nossa agenda cultural de 2023 com um texto inspirado na única biografia de um negro escravizado no Brasil. O espetáculo Baquaqua é uma peça com um tema de extrema relevância, onde expõe a escravidão no nosso país, levando a uma reflexão sobre o hoje e o que esperamos do nosso futuro. Venham prestigiar esse grande espetáculo que será gratuito. Vem pro Teatro! -, convida Rafael Paixão, Diretor do Teatro Marilu Moreira.
O historiador e artista Yago Eloy fala sobre a importância da peça para Itaguaí . “Tive a oportunidade de assistir a esse espetáculo no ano de 2022. Acho muito importante uma peça como essa no Teatro Municipal de Itaguaí. Vejo que o município de Itaguaí, na atual gestão, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, vem abrindo espaço para que o protagonismo negro seja central, principalmente no que diz respeito às políticas públicas para o setor cultural. A história de Baquaqua nos conecta com esse sentido de resgate a uma origem, a um lugar, a uma África. Também nos permite refletir sobre como é necessário o resgate das narrativas negras na sociedade brasileira. É uma peça muito impactante, que toca nosso senso de humanidade” , explica Eloy.