Unidos pela ideia de empreender na área da química verde e economia circular, estudantes do curso superior em Processos Químicos do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), hoje transformado em Engenharia Química, juntaram-se em 2018, para fundar uma startup capaz de oferecer tecnologias que substituíssem o plástico petroquímico em diferentes aplicações – responsável por grande parte da poluição dos oceanos e outros ecossistemas – por uma uma solução que de fato é sustentável.
Foi assim que nasceu a Polimex Bioplásticos, que produz bioplásticos 100% renováveis, compostáveis biodegradáveis, a partir de resíduos agroindustriais, o principal deles atualmente, o caroço do açaí.
“Nós reaproveitamos o caroço de açaí e outros resíduos agroindustriais, que em sua maioria vai parar em aterros, ou queimados, na produção do PNB – Plástico Natural Biodegradável, principal produto da empresa atualmente. Esse material biocompósito pode
ser aplicado em diversas indústrias, como na indústria de transformação de descartáveis de plásticos de uso único, ou como embalagens para indústrias de alimentos e cosméticos”, afirma Luan Campos, CEO da Polimex.
A partir dos grânulos de PNB, é possível fabricar talheres, embalagens, canudos, sacolas, sacos, copos, e descartáveis em geral, além de demandas específicas de cada indústria. Após descartado, o bioplástico desenvolvido pela startup se biodegrada no ambiente natural
ou em composteiras caseiras e industriais, em cerca de 154 dias, virando adubo orgânico, sem gerar qualquer tipo de resíduo tóxico ao meio ambiente ou microplástico.
“Nossa empresa fabrica bioresinas 100% renováveis e biodegradáveis, trazendo soluções sob medida para diferentes indústrias que utilizam resinas plásticas como sua matéria-prima principal”, diz o CEO da Polimex.
Hoje, a poluição dos plásticos petroquímicos avança contribuindo para a crise climática. Um relatório da ONU de 2021 destaca que o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos e adverte que até 2040, os volumes de plástico que fluem para o mar quase que triplicarão, com uma quantidade anual entre 23 e 37 milhões de toneladas.
Isto significa cerca de 50 kg de plástico por metro de costa em todo o mundo. Estudos em parceria com a consultoria Mckinsey, já alertaram que se nada for feito, em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. E a Polimex oferece parte da solução para este problema ambiental.
Pioneira no desenvolvimento de bioplásticos compostáveis no Brasil, a empresa também vem conquistando importantes prêmios e certificações no setor de biotecnologia.
“No ano passado, recebemos prêmios relevantes, como o Sebrae Like a Boss. Este ano, fomos o primeiro lugar no edital Catalisa do Sebrae, com a nota máxima, e também participamos do Inova Amazônia, onde fomos destaque no programa“, relata Luan Campos.
Além disso, a empresa obteve sua primeira certificação internacional: o selo OK Biobased, da TÜV Austria, reconhecido mundialmente como o maior certificador de bioplásticos, para seu material 100% renovável.
Nos próximos meses, a empresa espera obter novos selos da TÜV, que incluirão certificações de biodegradabilidade e compostabilidade, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade.
Em 2024, a Polimex também se tornou associada da ABICOM ( Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem), ao lado de grandes empresas, fortalecendo sua presença no mercado.
“Somos também graduados pelo programa Prointer Bio, do Sebrae Rio de Janeiro, desde 2020, que foi fundamental para nossa trajetória. E temos a FINEP como um parceiro chave para o nosso crescimento, especialmente após sermos contemplados em um edital de
2022, que permitiu uma escalada produtiva exponencial”, afirma Luan Campos.
Graças a esses apoios, a Polimex expandiu sua produção industrial, alcançando a marca de 20 toneladas de bioplásticos produzidas desde em 2024, com uma expectativa de mais de 500 toneladas para 2025.
Atualmente, a Polimex atende clientes como a de diversos segmentos da indústria de plásticos, como produtores de canudos, talheres, copos, embalagens e outros itens de uso único avançando para o segmento de Bares e restaurantes, visando promover o turismo
gastronômico sustentável.
A empresa mantém ainda uma parceria estreita com o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), do qual é a primeira spin-off tecnológica do Campus Maracanã (Rio de janeiro), além disso, hoje possui parceria com o Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (IMA- UFRJ) e com o qual se mantém colaborando em projetos que ampliam as possibilidades da bioeconomia e desenvolvimento de novos produtos e processos na área de química verde