Durante muitos anos, escrevi artigos sobre a necessidade de os desfiles das escolas de samba no Sambódromo serem realizados em três dias. Finalmente, isso aconteceu este ano e, sem dúvida, com muito sucesso.
Meu argumento era óbvio e se confirmou na prática. Toda a infraestrutura do Sambódromo já estaria montada, e o impacto positivo de mais um dia no chamado Grupo Especial da LIESA traria ganhos econômicos significativos para o evento, tanto pelo aumento na arrecadação de bilheteria quanto pela maior comercialização de camarotes e produtos. Além disso, ampliaria a visibilidade dos patrocinadores — tudo isso com uma medida simples e um custo marginal bastante baixo. Ou seja, com uma pequena mudança, tivemos um aumento de 50% na oferta do principal produto dos desfiles: o Grupo Especial.
A decisão acertada do novo presidente da LIESA, Gabriel David, embora tenha recebido críticas de alguns segmentos, é extremamente positiva. No entanto, acredito que alguns ajustes poderiam ser feitos, e deixo aqui minhas sugestões. Tenho certeza de que o prefeito Eduardo Paes trabalhará em sinergia para aprimorar esse modelo.
O formato de três dias, com 12 escolas, ainda é insuficiente para evitar que algumas agremiações tradicionais sucumbam no futuro, especialmente diante do fortalecimento de novas escolas, não apenas da Baixada Fluminense (Caxias, Belford Roxo e Nilópolis), mas também da região leste da Baía de Guanabara (Niterói, São Gonçalo e Maricá), que chegam com alto poder financeiro.
Dessa forma, muitas escolas tradicionais do Carnaval, fortemente ligadas à cultura do samba, especialmente da capital — como União da Ilha do Governador (com alguns dos sambas mais icônicos do Carnaval), Estácio de Sá, São Clemente, Tradição, Império Serrano, Caprichosos de Pilares, entre outras — terão dificuldades para retornar ao Grupo Especial e tendem a desaparecer. O enfraquecimento dessas escolas teria um impacto cultural e social profundo, especialmente nas comunidades onde estão inseridas, pois elas funcionam como centros de encontro, lazer e valorização da cultura do samba.
Diante disso, acredito que o modelo de três dias deveria evoluir de quatro para cinco escolas por dia, ampliando o Grupo Especial de 13 para 15 agremiações.
Nessa nova composição, poderíamos inovar com a criação de um prêmio para cada dia de desfile (como se fossem chaves eliminatórias) e, no último dia — sábado, no Desfile das Campeãs —, teríamos a escolha do “Supercampeão”, reunindo as três vencedoras de cada noite, que desfilariam junto com a escola vencedora do Grupo Série Ouro.
Esse último dia poderia incluir, além do desfile, uma grande roda de samba ou um show especial para o anúncio do resultado final, transformando o evento em uma verdadeira apoteose.
Toda grande festa precisa se modernizar e não pode se resumir a uma mera competição.
O desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí impulsiona e fortalece a cultura do samba e do Carnaval ao longo do ano em diversas comunidades. No entanto, à medida que essas escolas perdem seu espaço de destaque, vão se enfraquecendo, especialmente pela falta de seus históricos patronos.
O novo presidente da LIESA, Gabriel David, mesmo enfrentando algumas resistências, tem o vigor da juventude. Com o apoio do prefeito Eduardo Paes, certamente estará aberto a novas propostas e deve considerar essa situação. Caso contrário, há um grande risco de que muitas escolas tradicionais deixem de existir no futuro.
Colocar uma quinta escola em cada dia de apresentação vai diametralmente em direção oposta ao principal argumento que o neófito presidente da LIESA usou para expandir em mais um dia os desfiles, nenhuma escola passar no desfile com luz do dia, anulando o efeito das luzes.
O outro argumento usado e prontamente aceito pela Globo foi que com 4 escolas poderia começar uma hora mais tarde e televisionar todo o desfile, não alterando tanto na grade da TV.
Eu já tava pronta pra criticar quando li o título, mas isso é uma coisa que também tenho pensado desde a mudança pra 3 dias! Realmente fica uma sensação de que 4 escolas por dia é muito pouco, parece que a festa acaba na metade… 15 escolas seria perfeito e digo mais: podiam cair 3 e subir 3, porque do jeito que está a vencedora da série Ouro parece estar sempre fadada a cair no ano seguinte, já que as demais escolas do Grupo Especial estão bem estabelecidas.
Quero parabenizar essa ideia do desfile em 3 dias. E creio também,que a inovacao venha acontecer sim, para que realmente as escola não venha acabar.