Muitos jovens empreendedores se veem forçados (na maioria das vezes involuntariamente) a assumir os negócios da família, ou pelo menos a ajudar na gestão com o intuito de num futuro próximo tomar conta sozinho. Quando a sucessão não é mais uma opção, ou quando você simplesmente não quer deixar o negócio morrer com seus pais, não tem jeito: é sua vez de trabalhar para a família.
Quando eu saí da carreira corporativa aos 22 anos, me vi impelido a dar uma chance à corretora do meu pai. As áreas eram correlatas, eu vinha de três anos no mercado financeiro e trabalharia com seguros e investimento na empresa da família. Nem preciso dizer que por mil motivos não continuei com essa ideia, principalmente por pensarmos tão diferente. Não queria ficar discutindo sobre maneiras de trabalho, estilos de negócios e foco diferenciado de clientes.
Agora aos quase 27 anos, depois de quatro anos cuidando da minha própria empresa de eventos e comunicação, sinto que chegou a hora de também trabalhar na corretora. É hora de usar toda a minha expertise a favor do legado familiar e implementar aos poucos meu próprio estilo de trabalho e direcionar as iniciativas para os caminhos que considero mais promissores, lucrativos e com potencial de diferenciação frente à concorrência.
Também levei em consideração que é quase que um desperdício não ajudar a perpetuar todo o trabalho que meu pai teve nesses quase quarenta anos de empreitada. Quando falamos ainda de um segmento que produz, invariavelmente, uma carteira (quase que fixa) de clientes, é suicídio e parece que é rasgar dinheiro.
Para aqueles que estiverem vivenciando situações parecidas com a minha, levem em conta que por mais diferentes que os seus pensamentos sejam dos dos seus pais, você sempre vai poder, aos poucos, implementar suas ideias e iniciativas. E sempre tenha calma e acredite que você está auxiliando a manter seu legado familiar.
