Maior siderúrgica da América Latina investirá mais de R$ 1 bilhão em reforma da Usina de Santa Cruz

Local tem capacidade de produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano e gera mais de 8 mil empregos, entre diretos e terceirizados

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Foto: Divulgação

A companhia Ternium, considerada a maior siderúrgica da América Latina, investirá cerca de R$ 1,3 bilhão na reforma do alto-forno da Usina de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Esse plano de obras acontece em um momento em que a Usiminas, da qual a Ternium participa das ações, também prepara-se para recuperar o maior alto-forno de sua usina em Ipatinga, no interior de Minas Gerais.

A empresa já investiu R$ 11 bilhões no Brasil e é a maior acionista da Usiminas, principal produtora de aços planos do país. As informações foram divulgadas pelo site especializado ”Click Petróleo e Gás”.

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Vale ressaltar que a Ternium já deu início aos processos para colocar em prática a reforma do alto-forno da Usina de Santa Cruz o quanto antes, uma vez que a vida útil do equipamento de 2,5 milhões de toneladas de capacidade anual vai até 2024. Dessa forma, a companhia precisará chegar neste ano com as obras de reforma bem encaminhadas para que a produção de aço não seja afetada.

A Usina de Santa Cruz tem capacidade de produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano, com alto nível de sofisticação, além de ser a maior fabricante de aço de toda a companhia e gera mais de 8 mil empregos, entre diretos e terceirizados. Ela possui atualmente 2 alto-fornos da Ternium e, com o plano de obras de reforma, poderá expandir ainda mais a sua capacidade de produção após o ano de 2025, quando está prevista a finalização das obras nas estruturas.

Ambientalista critica a obra

Presidente do Movimento Baía Viva, o ambientalista Sérgio Ricardo criticou a empresa: ”Estive em Lima, no Peru, em 2007 fazendo o lançamento de um livro com um dossiê sobre os crimes corporativos e socioambientais da poluidora siderúrgica alemã TKCSA [atual Ternium] juntamente com pescadores da Baía de Sepetiba. Durante a fase de implantação do polo siderúrgico na Baía de Sepetiba, a TKCSA/Ternium promoveu uma grande dragagem que espalhou metais pesados do passivo ambiental da antiga e falida Companhia Ingá Mercantil, situada na Ilha da Madeira, em Itaguaí, que, por décadas, vazou para as águas da Baía, o que impactou a vida e a renda de 8 mil pescadores artesanais”, disse ele, antes de complementar.

”Na fase inicial de operação, a TKCSA/Ternium provocou vários desastres ambientais com o lançamento de ‘chuva de grafite’ na atmosfera, o que gerou o adoecimento e até óbitos por poluição atmosférica de muitos moradores do bairro de Santa Cruz”, afirmou.

E Sérgio Ricardo foi além: ”O Polo siderúrgico da TKCSA/Ternium representa a principal fonte individual de poluição atmosférica da cidade do Rio: segundo o Inventário Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), a empresa é responsável sozinha pelo aumento de 15% dos níveis de emissão de GEEs em todo o território fluminense e pelo acréscimo de cerca de 76% das emissões de GEEs na capital fluminense, o que significa um volume estimado de 9,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) que em 2011 era de mais de 12,7 milhões de toneladas considerando todas as fontes de emissão. Atualmente, as obras realizadas pela siderúrgica continuam prejudicando os agricultores familiares da Colônia Agrícola Japonesa de Santa Cruz que a cada chuva forte tem perdido sua produção agrícola em função do aumento das inundações nesta região desde que este mega empreendimento industrial foi instalado ao arrepio das leis ambientais e de saúde coletiva.”

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