Os moradores de bairros como Andaraí, Grajaú e Vila Isabel já o conhecem bem, mas a verdade é que não é tarefa das mais difíceis achar alguém da região da Grande Tijuca, e da Zona Norte em geral, que nunca tenha ouvido falar no condomínio Solaris da Torre, ou para os mais chegados, apenas “Tijolinho“.
O famoso complexo residencial, cercado por ruas como a Barão de Mesquita e a Via Láctea, é um dos principais pontos de referência da região e já se tornou um símbolo para todos que vivem nas suas adjacências. Dentro do “Tijolinho”, fica o Parque do Tijolinho, uma área de lazer comum que recebe moradores do edifício, vizinhos e visitantes de outros bairros do Rio.
Alguns chamam carinhosamente o Parque do Tijolinho de “Central Parque Carioca” pela sua versatilidade em abrigar nas suas dependências, os praticantes de esporte, os atletas de fim de semana, os ciclistas da área, os amantes de caminhada, os pais de pet ou apenas quem quer simplesmente cortar caminho pelo trecho.
Erguido na década de 1980, o Tijolinho foi concebido no terreno da extinta Fábrica Têxtil Cruzeiro (anos depois, Fábrica América) fundada em 1895, ainda com suas vilas operarias e terrenos do entorno como pano de fundo.
As fábricas dominaram a região até os anos de 1960, quando questões ambientais e a formação de novos polos removeram as indústrias para longe dali. Mas até hoje é possível ver resquícios dessa época na região, como as chaminés do “Tijolinho” e no “Boulevard Extra”, além da Torre do Relógio, no parque do condomínio.
Vale ressaltar que o Andaraí foi o bairro carioca onde mais se construiu fábricas, deu emprego para a população e contribuiu para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro e do país, portanto, essa é uma área da cidade com um valor histórico incomensurável.
No fim do Século XIX, a região abrigava um significativo parque industrial, do qual faziam parte América Fabril, Companhia de Fiação e Tecidos Confiança Industrial, Lanifício Ideal, Indústrias Reunidas Alba, Fábrica de Projéteis de Artilharia, Vidros Escarroni e Botões Hashya, entre outras. A fábrica de tecidos Confiança era o local de trabalho de Fina, a mulher para quem Noel Rosa compôs “Três apitos”.
O nome da praça central, Professor Darcy Pereira, também está ligado à história do conjunto arquitetônico. Darcy liderou a mobilização dos proprietários para garantir a conclusão das obras e evitar que o empreendimento fizesse parte da massa falida da empresa.
Já o “Tijolinho”, como hoje o conhecemos, tem 8 blocos de edifícios com 14 andares, num total de 1.232 unidades habitacionais, construídos numa área de 120 mil m². Os tijolos aparentes predominantes em toda a área construída são reminiscências da antiga fábrica construída no século XIX, daí o simpático apelido.
Toda área do que um dia foi a fábrica, é ocupada atualmente por prédios como o do clube ASBAC, do Banco do Brasil e da Escola Municipal Presidente João Goulart. Apenas algumas casas operárias da época resistem na rua Duquesa de Bragança, próximo ao Largo do Verdun, no Grajaú.
Ícone cultural do Rio de janeiro, o “Tijolinho” é muito mais do que um monte de concreto erguido aleatoriamente na cidade, é a representação de um período histórico e um espaço de lazer e convivência harmônica entre os cariocas.
Está tendo muitos assaltos nesta área e rua em questão….pois com a aproximação das comunidades fica claro evidente que logo aparecerá um Batman pra resgatar a paz no local , assim tornando um lugar melhor e maravilhoso como era antes
Seria interessante revitalizar a praça e cuidar do parque infantil, a reportagem está ótima, principalmente, a imagem de como era o condomínio, todo aberto, lembro bem dessa época, embora criança, lembro q era enorme e tinha festas juninas animadas.
Pena que os moradores não são muito unidos. Temos uma piscina linda e refrescante na torre do lado do bloco G. Que tombou o chão em volta da piscina, mas ninguém quer contribuir com uma única parcela , só seria uma, de 50 reais, pra restaurar tudo e podermos aproveitar nosso patrimônio.
É triste.
E eu adoro morar aqui, mas já foi mais unido os condôminos.
Agora está uma onda de quererem tirar árvores. Nossa, muita ignorância envolvida.
realmente lamentável
Parabéns pela reportagem Altair!