Por André Delacerda
Fotos: William
Em um mundo globalizado, as cidades competem entre si por um espaço não só político no cenário internacional, mas sobretudo, no cenário cultural, como pólos disseminadores de cultura e arte.
A cultura é o maior bem de um povo e essa se manifesta sobre vários aspectos. A cultura esse ativo, tão valioso quanto grandes quantias guardadas em bancos e investidos em ações – hoje tão depreciadas -, deve ser incentivada em todas as suas vertentes. Investir em arte e cultura é deixar o maior legado que se pode dar a um povo, e o governante e gestor que tem essa visão estará a frente dos demais, pois investe sim em futuro.
O Rio por ser uma cidade de destaque internacional, é uma plataforma cultural, que cria e recria a arte no Brasil. E há muito tempo carecia de um equipamento que a colocasse definitivamente no circuito internacional de arte. Um equipamento que dotasse a cidade do que existe de mais moderno, e que fomentasse e revitalizasse a música clássica, dança, canto e artes cênicas.
Daí a necessidade de se vislumbrar um equipamento que dotasse a cidade de um espaço moderno, mas ao mesmo tempo, fosse integrado com uma obra de arte a paisagem local; atraísse turistas; que se tornasse uma referências em arquitetura e engenharia para o país; e que se constituísse de um completo onde o povo pudesse contemplar os espaços.
Foi mais uma vez através da visão futurista de Cesar Maia, que o Rio ganha um equipamento que vem se somar a obras que fizeram intervenções importantes no relevo físico e intelectual da cidade.
Hoje acompanhamos uma visita guiada a Cidade da Música, a esse marco diferencial da arquitetura carioca. Uma obra polêmica. Mas quando se conhece de verdade e de perto, compreende-se a importância e envergadura de tal, para o Rio.
Certamente se aplaude de pé, esta que será uma das obras que imortalizará na nossa história, o prefeito e o gestor Cesar Maia, já que o mesmo tem na sua lista de grandes realizações no Rio, como obras de suma importância no urbanismo da cidade como a Linha Amarela, o RioCidade e o Engenhão.
Fomos recepcionados pelo Subprefeito da Barra/Recreio – André Duarte -, e também pelo engenheiro Afonso Canedo – um mestre – pois acompanhou obras de suma importância para a cidade como a Linha Amarela.
Em seguida colocamos os capacetes de proteção. E fomos ao interior da obra. A cada passo a expectativa aumentava.
As paredes, formatos inusitados do traçado do prédio, mais pareciam cartas no baralho, dobradas a capricho. Grandes peças de concreto flutuando no ar, davam a magnitude dessa obra de arte da arquitetura moderna mundial.
O Traçado das colunas e paredes é uma das coisas que mais impressiona. Como estruturas tão grandiosas conseguem ficar de pé? São toneladas de concreto, que dobram como uma simples folha de papel. E as fotos não paravam se ser tiradas pelos participantes do tour.
Subimos através de uma das passarelas que darão acesso a Cidade da Música. O prédio será dotado de elevadores, rampas, e escadarias.
Conversei com alguns arquitetos presentes, e os mesmos estavam impressionados, uma das arquitetas, comentou conosco, que jamais viu algo projetado daquela forma e com tal requinte de traços. Talvez algo semelhante na França. Mas que certamente a Cidade da Música era algo único, que jamais vira.
Dando prosseguimento ao tour, conhecemos as estruturas dos futuros café, restaurante, sala de cinema, salas de aula e treinamento; com uma acústica surpreendente.
A sala para concertos de Câmara, apesar de ter ainda pouca iluminação, devido a obra; pelo seu traçado já nos dar uma idéia, da inovação que será assistir um espetáculo ali. Inclusive com placo e platéia giratória.
A grande sala de concertos para mais de 1600 lugares impressiona, pelos seus camarotes e pela estrutura de onde se movem os cenários.
Foram quase 2 horas de tour. Inclusive com as explicações sobre os recursos empregados na obra, detalhando etapa por etapa, pois tal obra é complexa, e necessitou de ser executada em etapas.
E aqui quero convidar alguns colegas de imprensa, que as vezes fazem comentários distorcidos, para irem a Cidade da Música, e apreenderem um pouco de orçamento, engenharia, e abrirem seus horizontes para esta obra que é importante para toda a cidade do Rio de Janeiro.
Bem, o Diário do Rio agradece a subprefeitura da Barra/Recreio, aos engenheiros que nos acompanharam, aos mais de 8000 operários que são na verdade artesões, pois sem estes, esta obra de arte não tomaria forma e vida. E aos leitores do Diário do Rio, que nos acompanharam neste tour.
Fotos do tour além destas do William tem as do Sergio Luiz.