Em meio as dificuldades inerentes a ausência do carnaval de 2020, os trabalhadores do setor permanecem sem perspectivas para se manter por mais este ano. Uma esperança para esses profissionais é a tramitação na câmara de vereadores, do projeto de lei que pretende instituir auxílio de renda mínima emergencial a ser pago aos profissionais do setor no Município do Rio de Janeiro, durante os efeitos da pandemia do Covid-19.
O projeto de lei nº 48/2021 é de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), que além de parlamentar é compositor de samba. Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO, ele ressaltou não ser mais possível aguardar, pois estes trabalhadores vivem em maior parte de seu exercício nas escolas de samba.
“Eu sou do mundo do samba. Sou compositor e falo com conhecimento de causa: aquelas famílias vivem, em sua maioria, em função apenas do trabalho prestados as escolas de samba. Um carnaval deixou de acontecer, logo 2020 não houve renda garantida para esses trabalhadores. Já estamos em março de 2021, isso não pode esperar mais”, afirma o vereador.
O vereador e compositor também explica que conhece de perto esses trabalhadores e, por isso, compreende a dificuldade que estão passando. Entre os anos de 2016 a 2019, Vitor Hugo foi presidente da ala de compositores da Imperatriz Leopoldinense. Atualmente, permanece como componente do grupo, no qual está há 16 anos.
“Comecei no Bloco Preguiça de Olaria, com 10 anos, levado pelo meu tio Nadinho, hoje com 62 anos. Depois Ciganas Feiticeiras (até hoje), foi diretor do bloco Arranco do Engenho de Dentro”, conta o vereador.
De acordo com o texto do projeto de lei o valor mensal do auxilio será de um salário mínimo. O benefício deverá ser pago enquanto durarem os efeitos da situação de emergência ou de calamidade pública no Município do Rio, que imponham restrições de isolamento social, de atividade laboral ou de geração de renda.
A medida é justificada pelo fato do setor ser um dos mais impactados pela pandemia da Covid-19. Trabalhadores como costureiras, ferreiros, carpinteiros, aderecistas, chapeleiros e outros profissionais, que são diretamente envolvidos com o carnaval, ficaram sem renda e sem perspectiva de retorno ao trabalho.