Na manhã desta terça-feira (01/10), o translado de um fígado para transplante fechou uma das vias expressas do Rio de Janeiro, a Linha Vermelha, e a paciente teve que lidar com um tiroteio para conseguir dar entrada no hospital.
Primeira na fila do transplante, Maria Elena Gouveia, de 69 anos, foi avisada ainda na noite de segunda-feira (30/09) de que teria de dar entrada no Hospital Silvestre até a meia-noite. Mas, quando ela e a família se preparavam para sair de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, começou um tiroteio. Ela só conseguiu deixar a comunidade onde mora no fim da madrugada, e se internou no Silvestre às 6h, quase perdendo a vez para o próximo da fila.
Enquanto isso, o fígado veio de avião de Vitória (ES) e desembarcou no Galeão. Usualmente, quando um órgão chega de avião, uma equipe o leva de helicóptero até o hospital da cirurgia — mas o Silvestre não tem área para pouso, por estar praticamente fincado no Corcovado. Por isso, o trajeto foi feito de carro.
Ambos os sentidos da Linha Vermelha foram fechados e um carro da Secretaria Estadual de Saúde veio pela contramão desde a Ilha do Governador e só pegou a pista “certa” na hora de subir o Elevado Engenheiro Freyssinet, a fim de entrar pelo Túnel Rebouças.
O fígado chegou às 7h20 no destino. O doador é um homem de 55 anos que vivia em Vitória e teve morte encefálica.