Este domingo, 02 de agosto, marca o Dia do Mico-Leão-Dourado, um primata endêmico brasileiro oriundo da Mata Atlântica do Rio de Janeiro. Para celebrar a simbólica data, foi inaugurado o primeiro viaduto vegetado do país, um marco da conservação da biodiversidade nacional que contribuirá para o futuro da espécie.
Com orçamento de R$ 9 milhões, a obra, que teve início em 2018, está localizada no km 218 da BR-101, em Silva Jardim, município pertencente às Baixadas Litorâneas do estado do RJ. Ela foi concluída na última segunda-feira (27/07) pela Arteris Fluminense, concessionária responsável pela administração da via.
Com o intuito de ligar a Reserva Biológica Poço das Antas, um dos principais habitats do mico-leão-dourado, à Área de Proteção Ambiental Rio São João/Mico-Leão Dourado, o viaduto recebeu o plantio de mudas nativas da mata atlântica e possui uma cerca de condução de fauna.
No futuro, devido ao crescimento da vegetação no viaduto, os animais poderão utilizá-lo para travessia, tornando a ação mais segura e permitindo o encontro deles com os demais micos que estavam em isolamento em outros fragmentos da Mata Atlântica. Esse encontro, inclusive, é de fundamental importância para a reprodução da espécie, pois irá contribuir para um intercâmbio genético, diminuindo, assim, o cruzamento entre parentes e, consequentemente, os problemas em relação à consanguinidade.
O trecho onde foi construído o viaduto foi escolhido de maneira estratégica, após a realização de um mapeamento, que identificou os locais com maior sensibilidade ambiental e com altos índices de atropelamento de animais.
Luís Paulo Ferraz, secretário executivo da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), ressalta a importância das florestas de baixada existentes no interior do RJ. Segundo ele, esses locais são os únicos no mundo onde há habitação de micos.
”As matas da região são muito fragmentadas e a duplicação da rodovia forma uma barreira impedindo a circulação dos animais e isolando populações. Os micos utilizam as árvores para mover, eles precisam se sentir protegidos de predadores. Se tudo der certo no plantio realizado, acreditamos que de dois a três anos já teremos um bosque que possibilite o uso. Mas o projeto é de longo prazo e o importante é que nas próximas décadas essa movimentação dos animais seja feita com mais segurança e permita o equilíbrio ecológico na reserva”, disse o secretário.
Vale ressaltar que a Reserva Biológica de Poço das Antas, criada em 1974 pelo então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF, atualmente Ibama), foi a primeira unidade de conservação da espécie no país. Ainda de acordo com Luís Paulo, há previsão de um segundo viaduto no licenciamento ambiental da duplicação da rodovia.
”Este problema com as infraestruturas que cortam a paisagem de conservação dos micos foi bem encaminhado e esperamos excelentes resultados. Outras passagens mais leves também foram construídas como túneis para a fauna terrestre e passagens copa a copa (como uma passarela de pedestres) que permitem os animais cruzarem a rodovia”, complementa.
A natureza agradece! Excelente iniciativa!
Que legal!
Muito boa a iniciativa!