Três milhões de litros de chorume são despejados por dia na Baía de Guanabara

Líquido não tratado contribui para a poluição das águas, manguezais e praias, além de prejudicar a pesca e representar riscos à saúde da população

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Baía de Guanabara - Niterói / Foto: Antônio Marcos

Foi protocolada na última semana, pelo Movimento Baía Viva, uma representação cobrando providências de órgãos do Poder Público diante da crise do chorume que o estado do Rio de Janeiro vive atualmente.

WhatsApp Image 2023 08 14 at 17.41.03 Três milhões de litros de chorume são despejados por dia na Baía de Guanabara

Representação do Movimento Baía Viva

De acordo com dados divulgados pelo Movimento, aproximadamente 3 milhões de litros de chorume por dia são gerados nos lixões desativados ou em operação localizados nos seguintes municípios: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé, Guapimirim, São Gonçalo e Niterói. Tudo isso vai parar na Baía de Guanabara.

“Estamos diante de um problema socioambiental e de saúde coletiva de escala regional. Estamos falando de uma população de mais de 12 milhões de habitantes que usufrui direta ou indiretamente da Baía de Guanabara. A contaminação há décadas desta bacia hidrográfica com chorume não tratado contribui direta e significativamente para a poluição das águas, manguezais e praias, além de prejudicar a pesca e representar riscos à saúde da população. Se contarmos com o chorume recebido em ETES (Estações de Tratamento de Esgotos), encaminhado por aterros sanitários privados, para serem diluídos nos sistemas biológicos dessas estações de tratamento de esgotos, o problema fica potencial e exponencialmente mais grave”, detalha Sérgio Ricardo, do Movimento Baía Viva.

Advertisement

O Movimento propõe a “criação de uma força tarefa coordenada pelo Governo do Estado, de caráter interinstitucional e de composição multidisciplinar, por meio da criação de um Grupo de Trabalho (GT), no âmbito da SEAS/INEA, e com participação de pesquisadores de universidades e instituições científicas e do Baía Viva, bem como o acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF-RJ) e do Ministério Público do Estado Janeiro (MP-RJ)”.

Entre as atribuições pensadas pelo Movimento Baía Viva a serem executadas pelo Poder Público estão: elaborar diagnóstico sobre a situação do chorume produzido em grande volume por lixões ativos e desativados localizados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro; diagnóstico sobre a situação do chorume produzido em grande volume pelos aterros sanitários licenciados localizados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro verificando as redes de drenagem, os volumes acumulados em lagoas e formas atuais de tratamento; propor soluções sustentáveis para a drenagem, coleta, estoque e tratamento ambientalmente adequado e seguro deste efluente altamente tóxico, perigoso e poluente; definir e acompanhar a implantação de um Cronograma público e transparente de instalação, implantação e operação de Sistemas de Tratamento de Chorume que será divulgado no site da SEAS/INEA, de Universidades, Prefeituras, MPF-RJ, MP-RJ, Defensoria Pública do Estado (DPE-RJ), entre outras.

Procurados pela reportagem do DIÁRIO DO RIO, o  Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse que “reitera que realiza regularmente ações de fiscalização para combater e interditar lixões clandestinos situados às margens da Baía de Guanabara. A partir de denúncias que recebe, o órgão ambiental estadual realiza vistorias em áreas onde há descarte irregular de resíduos e quando constata o fato, adota medidas cabíveis previstas em lei, como notificações e autuações. O Inea informa ainda que fiscaliza os aterros sanitários que licencia,  e  que estão instalados no entorno da Baía de Guanabara. Aterros sanitários possuem licenciamento ambiental e são estruturas executadas e operadas dentro de normas de engenharia e pelas legislações vigentes. Quando ocorre um vazamento em local licenciado, o mesmo é imediatamente identificado e iniciados os processos administrativos e operacionais necessários para garantir a segurança ambiental”.

Presidente da Comissão Ambiental da Alerj, o deputado Jari Oliveira (PSB) pede ao INEA esclarecimento sobre o despejo de chorume na Baía de Guanabara. Ele tomou a medida após denúncia do Movimento Baía Viva.

“Como presidente da Comissão de Saneamento Ambiental e exercendo o papel  fiscalizador inerente ao cargo de deputado, quero informações do INEA sobre a denúncia feita à imprensa pelo Movimento Baía Viva de que municípios do entorno da Baía de Guanabara estão despejando chorume, descumprindo a Lei Estadual 9055/2020 que veda a destinação final de resíduos sólidos de qualquer natureza em lixões no Estado do Rio”, disse Jari.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Três milhões de litros de chorume são despejados por dia na Baía de Guanabara
Advertisement

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui