Turismo Nacional se mobiliza para vetar possível volta da exigência de vistos

A exigência havia sido suspensa em 2019, durante o governo Bolsonaro. Representantes do turismo nacional consideram a mudança um retrocesso

Foto: Divulgação Bondinho

O trade de turismo Nacional se mostra preocupado com a determinação feita nesta quarta-feira (08/03), pelo presidente Lula ao Itamaraty, solicitando a volta da exigência de visto para cidadãos dos EUA, Japão, Austrália e Canadá. Tal exigência foi suspensa em 2019, durante o governo Bolsonaro.

O presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde, que reúne empresários do turismo em todo o Brasil, afirma que a volta da exigência de vistos é um retrocesso e dificultará em muito a atração de visitantes internacionais: “há anos estamos estagnados no número de turistas internacionais que visitam nosso País, aproximadamente seis milhões, e ainda sofremos com a falta de políticas públicas eficientes, com a inexistência de uma companhia aérea forte, de bandeira nacional, e com a escassez de verba para promoção do destino, sem mencionar os efeitos da pandemia. Dificultar o acesso de estrangeiros é uma atitude retrógrada e maléfica para o Brasil”.

Em janeiro de 2023, tivemos um recorde de 868 mil visitantes estrangeiros em nosso País, superando o mesmo período de 2019, o que foi comemorado pelo próprio presidente Lula nas redes sociais. Sem dúvida a isenção de vistos, sobretudo para EUA e Canadá, influíram nesse resultado. Falta uma política nacional para o turismo e que reconheça a importância do setor para a economia”, completa.

A presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), Fatima Facuri, diz que a isenção de vistos é um pleito antigo que vem de encontro ao desenvolvimento do turismo e ao fortalecimento do destino Brasil.

“A volta dessa exigência vai impactar de forma abrupta toda a indústria de eventos, feiras e congressos internacionais, dificultando ainda mais a escolha do Brasil como destino”, frisou Fatima.

O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e coordenador do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Alexandre Sampaio, também comentou: “tal medida vai prejudicar imensamente a vinda de eventos do segmento Meeting, Incentives, Conferences and Exhibitions (MICE), que trazem grandes públicos, além da realização de shows culturais com artistas estrangeiros. É uma visão errática e pedimos que o governo repensasse o processo, em prol do desenvolvimento no Turismo Nacional”

O CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, Sandro Fernandes, opina que o governo deveria discutir e colocar energia na escolha de novos países para oferecer a isenção de vistos, e não o contrário. “Qualquer país que tem o turismo como fonte de desenvolvimento e de geração de renda, tem que facilitar a entrada de visitantes. A volta da exigência de visto é inadmissível, ainda mais neste momento que o País se abre para o mundo com o lançamento da nova Marca Brasil, convidando todos a virem nos visitar”, destacou.

A presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, afirmou também que a volta da exigência de vistos é sempre um retrocesso, pois é mais uma etapa burocrática que qualquer viajante prefere não passar: “acredito que precisamos exigir dos nossos governantes ações efetivas que minimizem todos os gargalos que o Brasil enfrenta no Turismo internacional, tanto no que tange a falta de informações sobre nossos destinos como um todo, quanto na melhoria da infraestrutura turística e da segurança e maiores investimentos na preparação dos nossos recursos humanos para receber um passageiro internacional. É preciso que nada disso seja impeditivo para nos visitarem”.

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