A publicação no Diário Oficial na última quinta-feira (19/0/) do projeto de lei que propõe a extinção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi recebida com repúdio pelos professores, alunos e servidores da universidade. A medida de número 4.673/2 é autoria do deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) e prevê a transferência do patrimônio e dos alunos da instituição para a iniciativa privada.
Em nota, publicada no site e nos perfis das redes sociais da universidade, o Reitor Ricardo Lodi aponta ser a proposta inconstitucional.
“A proposta, tão inconstitucional quanto estapafúrdia, não merecerá apoio da esmagadora maioria da Alerj, que reconhece a importância da Universidade para a população fluminense e brasileira, para a educação, a ciência e a tecnologia de nosso país, constituindo-se no maior projeto de inclusão social e na maior agência de políticas públicas do nosso Estado”, escreveu o Reitor.
Lodi também afirmou que a Uerj não será extinta e estar realizando articulações com o parlamento fluminense com este objetivo.
“A iniciativa visa a excitar hordas radicais, com propósitos eleitorais, sem qualquer compromisso com a democracia, com o progresso da ciência, com a educação, mas, como revela a própria destinação proposta aos bens da Universidade, a interesses inconfessáveis”, concluiu Lodi.
Os alunos da universidade de igual modo são enfáticos ao apontar a medida como descabida. Hugo Nascimento, aluno do curso de comunicação social ressalta que a proposta representa um verdadeiro absurdo com interesses particulares e partidários de grupos políticos.
“Esse projeto tem interesses partidários e particulares, por medo de ser contrariado segundo a ideologia que eles dizem que a Uerj prega. Então, eles querem privatizar a Uerj por isso, na tentativa de quebrar a possibilidade de pensamento critico e reflexivo, que a universidade oferece”, diz o estudante.
Para Hannah Coutinho, que está na Uerj desde 2005, o projeto é absurdo. Atualmente servidora, desde 2009, Hannah se graduou em serviço social em 2009 e além de trabalhar na universidade, começou a estudar História da Arte em 2018 e conhece a universidade tanto na área acadêmica, como enquanto funcionária.
“Um grande absurdo pois a Uerj é uma universidade de excelência, que representa muito mais que ensino, pois tem pesquisa e extensão. Fora que isso se trata de um projeto de desmonte do público, emespecial, da educaçao pública”, aponta a servidora e estudante.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) voltou a afirmar que a medida será barrada e não será colocada em votação em sua gestão.
A relevância da instituição é tamanha, que tramita na Alerj um projeto que pretende tombar a UERJ como patrimônio imaterial. A medida é autoria do deputado estadual e presidente da Comissão de Educação da Alerj, Flavio Serafini (Psol).
De acordo com o Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha, a Uerj está entre as 20 melhores universidades da América Latina. O ranking leva em consideração a presença acadêmica das instituições na web e sua atuação promovendo a transferência científica e cultural dos conhecimentos gerados na universidade para toda a sociedade. A instituição ocupa o 19º lugar no ranking.
Vejo como um absurdo tamanha ousadia, apesar de ser democrático o debate sobre o tema, o interesse da população está acima desses ideais extremistas, como do autor do projeto, para satisfazer o ego de seus eleitores.
Eu não pago imposto para sustentar ineficiência e nem estrutura aparelhada em universidade pública. Mas nem por isso julgo aceitável a extinção de uma instituição com a importância da UERJ, um centro de excelência.
A extinção da UERJ é comparável a “retirada do sofá da sala”. Fazendo isso TALVEZ resolvessemos o problema grave das influências ideológicas, mas CERTAMENTE estaríamos criando outros problemas, além da perda de um centro de excelência.
Concordo quando dizem estapafúrdia a ideia, principalmente quando leio a exposição de motivos que a suporta.
João Barcellos
HÁ UM ADÁGIO POPULAR QUE AFIRMA O SEGUINTE:” NÃO PODEMOS PENDURAR O CHAPEU ONDE A M Ã O N Ã O A L C A N Ç A.
O ESTADO e CAPITAL FLUMINENSE. A ESTRUTURA FINANCEIRA NÃO AGUENTA SUSTENTAR O INSUSTENTÁVEL. Tijuca, Rio.
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Antes de sair atacando o projeto, lembremos de alguns pontos:
1) Inconstitucional porquê? O Estado, se quiser, faz e desfaz do seu patrimônio, basta votar uma PEC pela dissolução na ALERJ.
2) A sociedade fluminense tem um Estado falido, o Estado do RJ. A UERJ é super cara, custa mais de R$ 1 bilhão anuais. Mais de um R$ 1 Bilhão são mais de R$ 1.000 Milhões! Vemos esse bilhão voltar em benefícios pro nosso dia-a-dia? Pra quem? Pro povo? Pra elite? Não sei. Sinceramente hoje eu vejo a UERJ como um fim em si mesmo… ela vive para ela.
3) Devemos perseguir eficiência no trato da coisa pública. Se temos interesse em eficiência, seria mais barato dissolver a UERJ, vender o patrimônio todo e usar todo esse dinheiro em bolsas de estudo só para o povo fluminense mais carente. Atenderíamos MUITO MAIS GENTE, com certeza, porque estaríamos evitando engordar servidores públicos da burocracia.
4) A matéria só conversa com servidor público: que servidor público vê com bons olhos redução do Estado?
5) Que zona antidemocrática é esta da ALERJ cujo presidente diz que não votará o projeto? Ele tem essa prerrogativa, mas é uma prerrogativa covarde. Se é democrático, pague pra ver e ponha pra discussão!
6) Não devemos ter fetiche pela UERJ pública. Quem gosta disso é quem vive disso: políticos, servidores públicos e sindicalistas.