UFRJ/ Fundão – Para que sobrevivamos!

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Acabei de receber na minha caixa postal o email de Juliana Pinho, uma estudante de letras da UFRJ, em que comenta sobre o acidente de hoje de um ônibus na entrada da Cidade Universitária do Fundão. Como alguém que dirige nas ruas do Rio e que também anda de ônibus, conheço linhas em que os motoristas parecem psicopatas, seja por falta de treino, seja devido à políticas da empresa. Desta forma, acho o protesto da Juliana saudável, para evitar que não haja um próximo acidente.

Hoje, dia 20 de abril de 2007, aconteceu mais um acidente com um dos ônibus da Viação Breda Rio. Um 485, ônibus que leva – em sua maioria – estudantes universitários da UFRJ, da Zona Sul à Cidade Universitária, no Fundão, tombou na entrada da Cidade Universitária.

Para quem não conhece, este pode parecer um fato isolado dentro da história desta empresa, a Breda Rio, mas nós que estamos lá na Cidade Universitária todos os dias sabemos como se comportam os motoristas da linha e o estado de alguns dos ônibus da mesma. É constante ouvir que um 485 bateu a caminho do fundão, que parou ou que quebrou. Semestre passado um deles bateu contra a mureta de proteção da Linha Vermelha e quase tombou para fora da mesma, alguns dias depois um outro teve o vidro estourado, também na Linha Vermelha, sem motivo aparente. Hoje, este outro ônibus tombou na entrada da Cidade Universitária.

Os jornais não deram muito crédito ao acontecido, não sei se por não conter sensacionalismo suficiente ou por ser um fato tão comum na cidade, mas para mim isto é um ato de violência contra nós – seres humanos e universitários. Não sei qual é o problema destes motoristas. Eles trabalham como se fossem forçados, como se nos fizessem um favor, nos carregam dentro dos ônibus como se carregassem algo sem vida, sardinha em uma lata, e dirigem mais perigosamente do que pilotos de Fórmula 1 – como se a Linha Vermelha, por ser uma via expressa, fosse um local para apostar corridas. Eu trabalho na Zona Sul e estudo no Fundão e não posso me dar ao luxo de não pegar este ônibus, pois ele é o único que serve para o meu propósito. É o único que faz valer a pena na relação custo-benefício. O ônibus do Metrô, que foi implantado ano passado no fundão, é caro e muito mais demorado e as Vans são muitíssimo perigosas E não aceitam o Vale Transporte Eletrônico.

Não sei dizer em qual destes problemas focar, pois são todos problemas que vêm me corroendo por dentro há tempo. A Breda Rio não tem concorrência no trajeto que ela faz e isso faz com que ela não pense em qualidade de serviço. A concorrência faz com que as empresas melhorem o modo de tratar os seus clientes. Todos os dias pela manhã e início de tarde, os 485 que vêm da Zona Sul e os que vão de volta, respectivamente, estão cheios. Sempre cheios e sempre correndo. E o pior, o caminho que este ônibus faz é extremamente perigoso (um exemplo é a descida da Linha Vermelha para o bairro de São Cristóvão).

Então, é por esse motivo e por muitos outros que venho por meio deste e-mail tentar nos ajudar para que estas coisas não aconteçam mais. Nós somos estudantes, já temos muita coisa com o que nos preocupar, mas as que mais nos tiram do eixo, hoje em dia, são nosso futuro e nossa segurança. Querendo chegar no meu futuro com segurança peço que vocês façam como eu e escrevam para os órgãos públicos, para rádios, jornais e emissoras de televisão. Peço que façam como quiserem o que é necessário para cuidarmos de nossa vida. Para que sobrevivamos!

Sinceramente,

Juliana Pinho – aluna de Letras – UFRJ

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