Um pouco de paulistismo faria bem ao Rio

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Ônibus em São PauloNão sei nem se o dono desse blog vai aceitar uma manchete como essa, mas já que ele me disse que quer variedade de temas e que tenho liberdade para escolhe-los, vale a tentativa. Esta semana vim a São Paulo para realizar parte da minha pesquisa acadêmica. Não conheço a fundo São Paulo e nem terei tempo para isso, sempre que venho fico apenas alguns dias. Mas todas essas vezes algumas coisas me saltam aos olhos. E me pergunto porque no Rio de Janeiro não conseguimos fazer alguma coisa semelhante.

Limpeza

A primeira delas, a cidade é mais limpa. Digo, as ruas são mais limpas. OK, estou no Itaim e de manha passei pelo Morumbi. Do pouco que entendo de São Paulo comparo isso com alguns bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro. E ainda que se compare com bairros como Leblon e Ipanema tenho a impressão que somos mais “sujos” que nossos vizinhos paulistas. E o fato que não vi nenhum gari pelas ruas me trás a suspeita que não é por serviços melhores, mas por pessoas que não jogam o seu lixo no chão. Agora a pouco, a caminho de casa passei por lixeiras de coleta seletiva em plena rua.

Ônibus

Segunda coisa. Os ônibus. Grande parte deles (se não for a maioria) não tem aquele sonoro barulho de caminhão de 1960 que fazem a sinfonia das ruas Cariocas. São silenciosos. Obviamente não como um carro, mas muito mais que os “caminhônibus” que dominam o Rio, e que aqui são apenas uma fração da frota. Além disso, veículos articulados e até mesmo biarticulados com uma capacidade muito maior são uma realidade. E por fim o fato de grande maioria dos veículos terem portas dos dois lados, permitindo a instalação de corredores de ônibus com os pontos entre as vias de circulação. Como nem tudo são rosas não entendo nada da numeração das linhas, 6418-10 ou 807Y-10, que tornam quase impossível memorizar alguma coisa (e se há um sistema nesses números ele é mal comunicado).

Faixa de Pedestres

Por fim, a faixa de pedestres. Não que seja algo que chegue perto do nível europeu, mas parece que a maioria dos motoristas entende que aquelas faixas brancas no chão não são uma instalação artística de quem realmente curte um código de barras (percepção que tenho sobre a interpretação da maioria dos Cariocas sobre a faixa). E de fato, os motoristas aqui respeitam a faixa mais que no Rio. Nenhuma dessas três coisas irá tirar o charme Carioca ou roubar a alma mais despojada do Rio de Janeiro. Só teríamos a ganhar. Uma cidade mais limpa. Um transporte mais eficiente. Um transito menos agressivo. Que copiemos São Paulo nas coisas boas para deixar o Rio de Janeiro ainda melhor.

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