Os resultados das eleições municipais cariocas desse ano reforçam uma polarização que já havia se manifestado em 2014: O Rio de Janeiro concedeu, mais uma vez, grandes votações à direita conservadora e à esquerda marxista.
Em 2014, Jair Bolsonaro foi o Deputado Federal mais votado do Rio, enquanto Marcelo Freixo ocupou o primeiro lugar para estadual. Alguns, em uma espécie de esquizofrenia ideológica, votaram ao mesmo tempo em Bolsonaro para Federal e Freixo para Estadual.
Agora a história se repete. Carlos Bolsonaro se beneficia do bom resultado do irmão na disputa para Prefeito e sai das eleições como Vereador mais votado. Em segundo lugar, com enorme votação, Tarcísio Motta, candidato do PSOL que disputou o Governo do Estado no último pleito.
Enquanto isso, o PMDB, mais centrista e pragmático, ficou de fora do segundo turno na disputa da Prefeitura e perdeu inúmeras cadeiras na Câmara Municipal.
No meio deste cenário, vale ressaltar a grande votação do ex-Prefeito Cesar Maia, terceiro colocado com mais de 70 mil votos. Como candidato independente, desconectado de qualquer candidato a Prefeito, ele mostrou sua densidade eleitoral e seu peso político. Não afirmo isso por ser ligado a ele, mas pela forma como conduziu sua campanha e por ter aumentado sua votação em 27 mil votos, que seriam suficientes para, sozinhos, elegerem um Vereador.
Com uma Câmara muito fragmentada e onde o Prefeito, seja Crivella ou Freixo, não possui uma maioria consolidada desde já, 2017 promete.
E os resultados deixam claro que as novas regras eleitorais favoreceram o voto de opinião em detrimento do voto obtido com apoio da máquina pública, o que é positivo para a democracia, além de dificultar a presença de um candidato ao redor de toda a cidade, o que deve ensejar mudanças no sistema eleitoral.