O Projeto de Recuperação da Costa Brasileira, idealizado por Oskar Metsavaht, presidente do Instituto-E, alcançou um marco histórico ao ser integrado ao Programa de Restauração Cidadã da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). A iniciativa, que atua na recuperação das restingas das praias de Ipanema e Leblon, foi oficialmente reconhecida pela UNESCO durante a cúpula do G20, consolidando sua relevância no cenário global de conservação.
Na ocasião, Audrey Azoulay, Diretora Geral da UNESCO, e Marlova Noleto, Diretora e Representante da organização no Brasil, destacaram a importância do projeto. Segundo Azoulay, “o reconhecimento dessa iniciativa demonstra como o engajamento comunitário pode contribuir de maneira decisiva para a conservação de ecossistemas vulneráveis”.
Impactos ambientais e sociais
A restinga, essencial para a proteção das dunas, regulação climática e manutenção da biodiversidade, tem sido revitalizada com esforços significativos. O projeto já replantou mais de 10 mil metros quadrados de áreas degradadas, utilizando 40 mil mudas nativas, como Ipomeia e Feijão da praia, e remanejou 6 mil metros quadrados de áreas para reconstrução de dunas.
Para Metsavaht, o reconhecimento é uma conquista coletiva: “Quando protegemos a restinga das praias de Ipanema e Leblon, mostramos ao mundo o quanto valorizamos essa combinação única entre natureza e vida urbana. É um orgulho demonstrar que, com o esforço de todos, conseguimos transformar esses espaços em exemplo de sustentabilidade”.
Conexão global pela Mata Atlântica
A integração do projeto ao Programa de Restauração Cidadã da RBMA reforça a importância da Mata Atlântica, o maior bioma protegido pela UNESCO, abrangendo 89,6 milhões de hectares em 17 estados brasileiros. Esse reconhecimento posiciona o projeto entre as principais iniciativas globais de preservação, servindo de modelo para ações similares no Brasil e no exterior.
O apoio da UNESCO também destaca o impacto do projeto em engajar comunidades locais. Para Marlova Noleto, “essa parceria reflete a importância de unir esforços entre sociedade civil, governo e organizações internacionais para preservar um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta”.
Parceria público-privada
Realizado pelo Instituto-E, o projeto é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Prefeitura do Rio de Janeiro. A iniciativa reafirma a possibilidade de aliar conservação ambiental, engajamento comunitário e desenvolvimento urbano sustentável.