Vereadores do Rio podem derrubar lei que bane monumentos históricos que desagradam movimentos sociais

Dr. Gilberto e Dr. Rogério Amorim elaboraram o esperado projeto de lei que sugere a revogação da nova lei carioca revisionista da história, e que foi noticiada em todo o país

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Promulgada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro na última terça-feira (28), a nova lei que pegou de surpresa a população carioca a pretexto de proibir “a manutenção ou instalação na cidade de monumentos em homenagem a escravocratas, eugenistas, racistas e pessoas que reconhecidamente tenham violado os direitos humanos” e visa uma espécie de revisionismo histórico de viés de esquerda pode ser revogada antes mesmo de gerar seus efeitos. Isto ocorre depois da notícia de que seria removida uma tradicional estátua do Padre Antônio Vieira – na Gávea – uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, e que destacou-se como grande missionário em terras brasileiras e um dos maiores defensores do povo indígena.

A norma aprovada, mais uma de uma série de leis sem pé nem cabeça que vêm sendo aprovadas por uma Câmara que assiste bovinamente à proliferação de idéias loucas, decisões inúteis e impossíveis de regular, sequer estabelece quem será o “juiz” das biografias das figuras históricas, que, como quase toda a população mundial, podem ter em sua vida uma soma de atividades boas com outras nem tão boas. Além disso, não leva em conta o que era ser “conservador” ou “progressista” segundo os critérios de cada época.

O Instituto Polo das Confeitarias Tradicionais do Centro, que reúne diversos comerciantes que atuam diretamente na revitalização da região que é considerada berço da civilização brasileira, repudiou a aprovação da lei proposta pelos Psolistas. “Estes monumentos representam o legado de nossos antepassados, desde os colonizadores aos colonizados, família real, irmandades, mascates, dentre outros que fizeram a história do país. (…)
a homenagem aos fundadores e personagens imortalizadas em estátuas, placas, ruas e avenidas, iPRINCIPALMENTE a nossa luta pelo resgate do centro histórico geram o mais absoluto repúdio à lei que inclusive extirpa a estátua de padre Antônio Vieira, grande filósofo é grande brasileiro”
, escreveu o polo em sua longa carta repudiando mais uma lei eleitoreira e inútil aprovada pelos vereadores.

Os vereadores Dr. Gilberto (Solidariedade) e Dr. Rogério Amorim (PSL) elaboraram um projeto de lei que tenta a revogação da medida revisionista, número 8.205/2023 e de autoria original da vereadora Monica Benicio e do atual deputado federal Chico Alencar, ambos do PSOL.

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Na justificativa, a dupla de parlamentares argumenta que o PL, número 2.669/2023, tem como objetivo ”evitar que personalidades históricas de relevância para o país sejam afetadas pela referida lei”, numa tentativa de defender a história.

Além de Gilberto e Rogério, o projeto é assinado também pelos vereadores Átila A. Nunes (Democratas), Inaldo Silva (Republicanos), Luciano Medeiros (PSD), Marcio Santos (PRD) e Prof. Célio Lupparelli (PSD), e tem gerado muito apoio na sociedade, pega de surpresa pela medida qur foi noticiada em tido o país como uma das mais absurdas maneiras de apagamento da história do país.

Monumentos já existentes

Em relação às homenagens já existentes em espaço público no Rio, a nova lei determina que as estátuas ”sejam transferidas para ambiente de perfil museológico, fechado ou a céu aberto, devendo estar acompanhadas de informações que contextualizem e informem sobre a obra e seu personagem’‘. Da mesma forma, não explica que ambiente é este, quem vai pagar pela remoção, transporte, restauro e instalação destes monumentos nos supostos novos destinos dos mesmos, e nem de onde será tirado dinheiro para pagar por tudo isso. Também não explica o que fazer com figuras como Zumbi dos Palmares, grande nome e símbolo do movimento negro, com importância grande na luta contra o domínio dos brancos sobre os negros, mas que segundo historiadores também mantinha escravos e tinha comportamento violento.

Quem foi Padre Antônio Vieira?

Padre Antônio Vieira foi um notável religioso, escritor e orador do século XVII, cuja influência se estendeu muito além das fronteiras da fé católica. Nascido em Lisboa, Portugal, em 1608, Vieira ingressou na Companhia de Jesus e logo demonstrou seu brilhantismo intelectual. Ele se destacou como missionário no Brasil, tendo passado uma parte significativa de sua vida no Rio de Janeiro, onde dedicou seus esforços à conversão dos nativos e à defesa dos direitos indígenas.

Em sua longa carreira, Vieira escreveu uma série de sermões, cartas e tratados, que abordavam questões sociais, políticas e religiosas da época. Seus sermões foram reconhecidos por sua retórica eloquente e profunda erudição, e muitos deles são considerados obras-primas da literatura barroca.

No Rio de Janeiro, Vieira desempenhou um papel importante na mediação de conflitos entre os colonos portugueses e as autoridades locais, bem como na defesa dos direitos dos povos indígenas contra a exploração e a escravização. Sua atuação carismática e sua capacidade de persuasão o tornaram uma figura influente na vida política e religiosa da colônia.

Padre Antônio Vieira é lembrado como um homem de grande sabedoria, compaixão e coragem, que deixou um legado duradouro no Brasil e em toda a lusofonia. Sua eloquência e sua luta incansável pela justiça o transformaram em um símbolo de inspiração para gerações posteriores, e suas obras continuam a ser estudadas e admiradas até os dias de hoje.

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4 COMENTÁRIOS

  1. taí uma grande palhaçada essa lei. não se pode julgar as personagens históricas pela cabeça do século 21. temos de aprender com elas e não eliminá-las. e o fato da personagem “pensar diferente”, no seu tempo, não significa que deva ser demonizada. temos sempre de entendê-la no período em que viveu, como era a sociedade da época.

  2. Intolerância religiosa com os cristãos católicos.

    Querem apagar a história do povo brasileiro e confundir a identidade nacional.

    Só poderia ser de iniciativa da bancada da droga, o excremento político.

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