Violência é apontada como principal fator para moradores de rua abandonarem abrigos da Prefeitura

Números analisados pelo Instituto Rio21 mostram que mais de 30% das pessoas que já frequentaram os centros de acolhimento da Prefeitura do Rio desistem de permanecer por dificuldade de relacionamento ou ameaças sofridas

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Foto: Silvia Izquierdo

Dados do Censo de População em Situação de Rua de 2020, realizado pela Prefeitura do Rio em parceria com o Instituto Pereira Passos e analisados pelo Instituto Rio21, parceiro do DIÁRIO DO RIO, mostram que o principal problema enfrentando por 31,5% dos moradores de rua nos abrigos disponibilizados pelo município é a dificuldade de relacionamento, ameaças ou violência por parte de outros abrigados ou funcionários.

Em segundo lugar vem a falta de liberdade, que inclui a ausência de flexibilidade de horários e regras (16,7%). Já a terceira questão mais reportada foi a falta de infraestrutura nos edifícios (11,1%), conforme pode ser visto no gráfico abaixo:

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Os dados também evidenciam que mais da metade das pessoas que vivem nas ruas já frequentaram abrigos ou unidades de acolhimento da Prefeitura, mas deixaram de frequentar. Apenas 5,4% dos entrevistados afirmaram que já dormiram nesses locais e continuam dormindo lá sempre ou de vez em quando.

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Dentre os que já dormiram em abrigos e unidades de acolhimento da Prefeitura, 50,9% ficaram acolhidos por, no máximo, um mês. Observa-se que o mais comum é que o acolhimento seja de curta duração. Poucos são os casos de pessoas em situação de rua que frequentaram abrigos e unidades de acolhimento por anos.

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A pesquisa indica que a baixa taxa de adesão não se deve a dificuldade para arrumar vagas. Quase 60% (58,7%) dos entrevistados afirmaram que não tem dificuldade para arrumar vagas, contra 20,9% que afirmaram ter dificuldade para ingressar nos abrigos ou unidades de acolhimento da Prefeitura. Além disso, a falta de familiaridade com os serviços não é um problema, visto que são de amplo conhecimento da população: apenas 1,9% não sabiam o que eram esses serviços.

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O levantamento da Prefeitura do Rio de Janeiro nos mostra que apesar da população em situação de rua conhecer e, no geral, declarar não ter dificuldade para conseguir vagas em abrigos e unidades de acolhimento, a maioria opta por não dormir nesses locais. Para alterar esse cenário, é necessário que governo municipal formule políticas públicas e transforme os abrigos levando em consideração os problemas apontados pelas pessoas em situação de rua. É necessário, principalmente, melhorar a segurança e infraestrutura desses locais” destaca Carolina Carvalho, pesquisadora do Instituto Rio21.

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