Um dos maiores debates da semana sobre os blocos do Rio de Janeiro é sobre as cordinhas VIPs ou, como gosto de chamar, a bahianização do carnaval carioca. Por outro lado tenho para mim que só quem reclama da área VIP é quem não está na área VIP, como a piada do comunista italiano (conto no fim do post).
O carnaval de rua do Rio de Janeiro cresceu e cresceu muito, o Bloco da Preta levou quase 400 mil pessoas às ruas do Centro, o Bola Preta leva mais de 2 milhões, outros como Monobloco, AfroReggae, Sargento Pimenta e muito mais arrastam multidões. É gente demais nas ruas e elas, graças a uma lei da física, não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Não dá para dizer que uma pessoa suada se arrastando na outra, sem consentimento de ambas as partes, de preferência em um quarto com ar-condicionado, seja agradável.
Então como fica a questão de um bloco ter cordas, abadá, área VIP e não bahianizar os blocos do Rio? É uma discussão que mais cedo ou mais tarde a cidade vai precisar ter. Atualmente não vejo mais com maus olhos a possibilidade de um circuito de alguns blocos, dos maiores e profissionais, para deixar bem claro.
Cobrar para este circuito, com até mais blocos desfilando, poderia ajudar ainda mais o carnaval carioca. Vamos supor que usassem a área do Aterro, 4 dias de desfile, milhões de pessoas, venda de acessórios, melhor para os hotéis, já que teria a venda de pacotes. Melhor para a cidade com impostos, mais segurança e por aí.
Claro que não enxergo um Orquestra Voadora, o Bloco Cru ou o Simpatia querendo fazer parte deste circuito. Continuariam pelas ruas em sua forma tradicional, mas muitos outros gostariam de ter esta possibilidade.
E, quem sabe, alguns blocos desfilariam tanto neste circuito quanto manteria o pelas ruas, do jeito democrático e popular como deve ser. Acredito que dê para usar as duas formas no Rio de Janeiro, garantindo diversão ao carioca, ao turista e lucro para os blocos.
Segue a anedota:
O entrevistador do Partido Comunista da Itália pergunta a um novo membro:
– Se o senhor tivesse duas casas de praia, o que faria?
– Uma ficaria comigo, a outra para o partido.
– Muito bom, e se fossem dois helicópteros?
– Um ficaria comigo, o outro seria do partido.
– E duas Ferraris?
– Uma para mim, outra para o partido.
– E duas bicicletas?
– Ah, ficaria com as duas…
– Não entendi camarada, você dividiria a casa de praia, o helicóptero, os carros mas não uma simples bicicleta?
– Ah, que 2 bicicletas eu tenho, né?