Walter Leiras: Se o bairro de Irajá fosse nosso

Quando nós queremos falar da Zona Norte, não há ninguém que passe de bairro a bairro sem lembrar de Irajá

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Imagem meramente ilustrativa de parte de Irajá (Foto: Reprodução)

Quando nós queremos falar da Zona Norte, não há ninguém que passe de bairro a bairro sem lembrar de Irajá. Bairro de origem indígena, concentra quase 100 mil habitantes e é cortado por duas das principais avenidas da cidade: a Avenida Brasil e a Pastor Martin Luther King.

Terra da Kátia Flávia, de Fausto Fawcett, e berço de um dos maiores sambistas de todos os tempos, Zeca Pagodinho, Irajá é boemia, é malandragem, e tem suas histórias e lugares marcantes como a própria Gata de Irajá, que hoje é um prédio abandonado, mas já foi a única
opção de lazer dos moradores do bairro e de regiões próximas, às margens da Avenida Brasil. Com churrasco, pizza e uma boa música ao vivo, a Gata hoje é só uma recordação.

E essa é a parte que mais preocupa quando a gente fala de um bairro tão importante: a carência de investimento na infraestrutura ou, quem sabe, hoje, um incentivo a pequenos e microempreendedores poderia resolver a ausência de tradicionais comércios locais. A tradutora de Inglês-Português Aline Torres hoje fala sobre a necessidade de se recuperar o sentimento de segurança que o bairro já ofereceu um dia mas, hoje, fica só na memória: “Moro aqui desde 1982, e não poder andar por medo, agora, é muito ruim. É um bairro grande, e seria ótimo se os moradores tivessem um pouco mais de segurança para transitar por aqui.” – diz Aline.

E não é só ela quem diz isso. Os noticiários têm citado bastante Irajá, quando as notícias são informes policiais. Assaltos sendo realizados em ruas residenciais que, em outrora, já foram tranquilas ao ponto de crianças brincarem pelas ruas e os moradores se sentarem com suas
cadeiras no portão de casa, recorrente em dias de verão.

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Eu caminho só com a chave de casa, um celular antigo que comprei um chip pré-pago e um fone que funciona. Mais nada. E ainda tenho medo que me roubem o tênis. Eu amo andar de bicicleta e seria o mais indicado pra mim, mas não fiquei com uma por medo, aqui todas são roubadas.” – termina Aline.

Se o bairro de Irajá fosse nosso, tenho certeza que com um olhar mais atento para a segurança, a pavimentação, uma sinalização melhor, e campanhas de incentivo, o bairro voltaria a ser badalado, respeitado e ter suas serestas como já teve há 20, 30 anos atrás. E mais importante, voltaria a dar orgulho para seus moradores que estariam andando por um bairro com policiamento e onde motoristas e motociclistas respeitariam as sinalizações, que funcionariam nesse futuro possível.

Por cada bairro dessa cidade, a nossa missão é essa: entender cada problema, conversar com quem ama viver no bairro e não só estudar uma forma de resolver… É agir. E assim, construir um Rio melhor, e muito mais justo, pra todo lugar que se olhe.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Não e só Irajá que precisa de um olhar melhorado . Acredito que toda cidade esta precisando disso , já chega de olhares para zona sul e outros lugares .

  2. Walter Leiras, pré-candidato, já está de olho em descolar uma sinecura pública, um salário do poder público. Walter, mantenha-se radialista, procure um emprego fixo na iniciativa privada. O Rio de Janeiro não precisa de mais políticos. E ver alguém jovem já desde cedo ficar de butuca em eleição na busca dum cargo público… é triste. Na iniciativa privada você poderá produzir valor para alguém. E a última vez que os fluminenses escolheram um radialista a gente se deu mal pra caramba!

    “E se o emprego da iniciativa privada fosse nosso?”

  3. Aparentemente, a prefeitura e a subprefeitura da zona norte ignoram a região. Irajá cresce e não recebe melhorias. É um bairro com muito trânsito, comércio e um dos mais quentes. Precisa de ordenamento viário, manutenção no asfalto e nas calçadas, mais arborização. Uma revitalização na região do metrô também seria bem vinda.

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