Um dos urbanistas mais respeitados do Brasil, Washington Fajardo deixou a secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura do Rio, criada especialmente pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) para ele. A notícia foi dada por Ancelmo Goes/O Globo, mas o motivo não foi informado. A exoneração será publicada no Diário Oficial de quinta-feira.
Não se sabe ainda a razão da importante baixa, mas a luta inglória contra a desordem urbana no Centro, e a falta de ação da subprefeitura local vêm atrapalhando os planos de revitalização do local, e podem ter trabalhado para desestimular seu trabalho sempre árduo. Fajardo é conhecido como enérgico e workaholic.
Fajardo era a mente responsável pelo projeto Reviver Centro, que pretende estimular a moradia e a revitalização na região, que é para Fajardo o “berço da civilização brasileira”. Inclusive nesta terça-feira, 2/8, ele comemorou no Linkedin mais um imóvel que deve ser convertido em residencial na Rua Gonçalves Dias, perto da Colombo. Com esse, chegariam a 27 os pedidos de licenças vinculados às novas regras urbanísticas. Desse total, 18 já foram concedidos, totalizando 1317 unidades residenciais. Os outros 9 pedidos estão em análise e preveem 573 unidades habitacionais. O total de unidades habitacionais das 27 licenças é de 1890 unidades residenciais.
Fajardo também estava à frente do novo Plano Diretor da Cidade. Trabalhou com Eduardo Paes em seus dois primeiros mandatos de prefeito.
Até o momento nem Fajardo, nem Paes, comentaram nada em suas redes sociais, mas fontes confirmaram a notícia ao DIÁRIO DO RIO. A ética e a competência de Fajardo farão falta ao Rio de Janeiro
Gente boa não fica e os incompetentes levam vantagem.
Que a torcida do Rio seja por uma chamada pública de escolas de arquitetura e urbanismo, de concursos de projetos para a cidade, modelo tão exitoso no Brasil até os anos 1970 e que teve seu marco na construção de Brasília e não com figurinhas de álbum de futebol, aqueles bons de nome, curriculo porém ruins de bola, de prática e execução. A batuta da reconstrução da cidade ficou na mão de “cientistas de prancheta” que tinham mais preocupação com o passado, ênfase no controle draconiano com símbolo na gestão de patrimônio histórico mas sem olhar para modelos que unissem passado e futuro como Nova York, onde se aproveitou um ramal suspenso de trens para fazer um parque. Era um culto a replicas do passado, como o VLT, coisa do século passado, destruição de ruas para bicicletas como se o Rio fosse uma Amsterdã, mas transformando numa Saigon (não a da música belíssima do Emílio). Que se estude um modelo que gere riqueza a proprietários e comerciantes, beleza e emprego para os cidadãos, retroalimentando em melhorias expansivas para toda a cidade. Passado é a única coisa que podemos mudar, aprendendo com ele e construindo o futuro, não o reproduzindo indefinidamente.