Washington Fajardo: Rio, 458 anos

Washington Fajardo fala sobre a cidade do Rio de Janeiro, que está completando 458 anos

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Imagem apenas ilustrativa | Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

Por: Washington Fajardo

Rio, 458 anos
A maior criação da inventividade brasileira.
A cidade do Rio de Janeiro com sua beleza natural estonteante é na verdade uma das mais profícuas e contínuas obras de arte da criatividade e dos paradoxos do nação brasileira.
Como cidade porto, não importando a sua procedência, você era absorvido pela cultura e virava energia do lugar.
Milhares de pessoas chegaram aqui também sem escolha, escravizadas, e o Rio de Janeiro, apesar de suas desigualdades, mostra que é possível um sonho intenso de beleza cultural. Aqui forjou-se, com dor e prazer, a alma do Brasil.
O território e a paisagem tão celebradas pelo mundo são também fruto do trabalho e do sonho de artistas, arquitetos, engenheiros, paisagistas.
Uma obra de arte na paisagem planetária.
A floresta foi feita pela ação humana. O desmonte de morros e os aterros, a arquitetura e os espaço públicos sem igual. Das calçadas, ao Cristo Redentor. Todos fruto da mente e da mão, da ação coletiva humana. Desejo, suor e criação.
Mesmo quando menos capital, mais urbanidade.
Favelas foram urbanizadas, perimetral foi removida, museus construídos, espaços livres e parques novos criados.
O Rio nunca parou de se criticar, se auto admirar, e também se reinventar.
Aqui se faz muito com pouco. E sempre especial.
Aqui inventou-se o urbanismo brasileiro. A harmonia entre planejar e executar. Aqui vivemos dentro do desenho. Dos eixos e perspectivas das avenidas, das formas dos monumentos, do detalhe pequeno bem feito.
Mesmo nos seus momentos confusos, onde esquecem do nosso compromisso longevo com a urbanidade – o respeito entre estranhos, o Rio reencontra seu prumo.
Criticar é combustível para mover os cariocas.
Invenção é sua língua.
Que a cidade do Rio e os cariocas possam continuar lembrando que nada aqui foi dado, às vezes tirado, mas sempre imaginado, planejado, desenhado e construído.
O Rio faz!
Que faça então 458 anos lembrando para não esquecer que pode sempre ser do tamanho do sonho por meio do trabalho. Não é o dinheiro, mas sim o desejo que caracteriza o Rio. A ponto de ser muito desejado por quem dinheiro tem. Por que aqui é sublime.
Cometemos erros, mas não o da mediocridade. Até nossas falhas são astronômicas.
O Rio sempre faz.
Continue então, cidade amada, fazendo bem feito, sem medo da qualidade, sem medo do design, sem medo de ser especial.
Faça bons planos para excepcionais execuções.
Faça mais e melhor!
Feliz aniversário, Rio!

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