William Bittar: Clubes de futebol e estádios do Rio

O arquiteto William Bittar fala sobre a história dos estádios cariocas até hoje e diz que depois da reforma de 2014 o Maracanã não é do povo

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Foto Cleomir Tavares / Diario do Rio

Mesmo originário de São Paulo, foi na cidade do Rio de Janeiro que o futebol adquiriu cor e paixão nacionais. As partidas gradativamente equiparavam-se ao turfe e ao remo, os esportes prediletos da população.  Alguns clubes de regatas incorporaram o futebol, herdando a paixão já consolidada de suas torcidas, como Flamengo, Botafogo, Vasco da Gama e São Cristóvão.

O público das arquibancadas contava com expressiva presença feminina, trajada elegantemente, assim como seus acompanhantes.  A elegância também estava presente nos uniformes dos jogadores, originalmente com calções-bermudas, camisas compridas e até mesmo gravatas.

O aumento da freqüência decorrente da popularização do esporte indicava a urgente necessidade da construção de estádios mais confortáveis, substituindo as instáveis arquibancadas de madeira, presente em quase todos os gramados.

A partir da década de 1920 iniciaram-se as cadernetas e rifas para recolher fundos, permitindo às agremiações a consolidação de suas tradições na solidez de estádios compatíveis com as aspirações de seu quadro social.

Entre 1919 e 1965, praticamente todos os doze clubes integrantes do universo do futebol carioca construíram seus próprios estádios, nos mais diversos pontos da cidade. Era o futebol se popularizando e atingindo indiscriminadamente a todas as classes, todas as regiões, abrigando uma das mais charmosas competições do país até o final da década de 1970: o Campeonato Carioca.

Os demais estados abrigavam uma competição longa, com muitos times do interior, meros coadjuvantes dos principais das capitais, dois ou três, no máximo, que sempre dividiam os títulos e protagonizavam as finais.

Enquanto isso, a cidade do Rio de Janeiro assistia a um campeonato com doze clubes, todos com seus estádios, provocando diversas surpresas nos jogos realizados nos “alçapões”, na gíria futebolística, pequenos estádios, com grande proximidade entre torcedores e jogadores, exercendo pressão direta, inclusiva contra a arbitragem.

Devido às diversas alterações que transformaram o antigo Campeonato Carioca, que mantém o nome, mas incorpora clubes de todo o estado, é indispensável um quadro com os doze clubes originais e suas respectivas localizações, considerando que alguns dos antigos estádios foram demolidos ou substituídos por outros, em novo endereço, por vezes até fora da cidade.

Clubes cariocas e seus estádios

Clube  Nome do EstádioEndereçoInauguração do estádioCapacidade atual
América Futebol ClubeEstádio Giulite CoutinhoR. Cosmorama, 200,  Edson Passos (RJ)200015.000
Bangu Atlético ClubeEstádio Proletário Guilherme da Silveira Rua Sul América 950, Bangu194712.000
Bonsucesso Futebol ClubeEstádio Leônidas da SilvaRua Teixeira de Castro, 54, Bonsucesso.19366.000
Botafogo deFutebol e RegatasEstádio General Severiano (demolido em 1973)Após muitas mudanças, estabeleceu-se no Estádio Nilton Santos (Engenhão)1926/194012.000
Campo Grande Atlético ClubeEstádio Ítalo del Cima  Rua Arthur Rios 1270, Campo Grande196018.000                                
Clube de Regatasdo FlamengoEstádio José Bastos Padilha.Praça Nossa Senhora da Auxiliadora, s/nº , Gávea.19388.000
Fluminense Futebol ClubeEstádio das Laranjeiras Rua Álvaro Chaves 41, Laranjeiras19198.000
Madureira Esporte ClubeEstádio Aniceto Moscoso Rua Conselheiro Galvão 130, Madureira.19416.000
Olaria Atlético ClubeEstádio Mourão Filho, “Bariri”Rua Bariri 251, Olaria.194712.000
Associação Atlética PortuguesaEstádio Luso Brasileiro  .Rua Haroldo Lobo 400, Ilha do Governador19656.000
São Cristóvão Futebol e RegatasEstádio Figueira de Melo Rua Figueira de Mello 200, São Cristóvão19463.000
Clube de Regatas Vasco da GamaEstádio São Januário Rua Gal. Almério de Moura 131, Vasco da Gama192725.000
MaracanãEstádio Jornalista Mário FilhoRua Prof. Eurico Rabelo, s/n, Maracanã  1950200.000 (1950) 75.000 (2013)
Engenhão Estádio Nilton SantosRua Arquias Cordeiro, 1100, Engenho de Dentro200745.000

Arquitetura dos estádios cariocas

Até meados da década de 1970, quando o Campeonato Carioca era de fato disputado apenas entre equipes da cidade do Rio de Janeiro, praticamente todos os estádios eram utilizados nos dois turnos da competição, com o regulamento estabelecendo o sistema de lá-e-cá, emocionando os torcedores.

Complementando, o Maracanã destinava-se aos clássicos, ou seja, jogos tradicionais entre os seis clubes então considerados grandes  – América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama – que também disputavam a Taça Guanabara, com todas as partidas realizadas no maior estádio do mundo, como era conhecido pela crônica esportiva.

Os clássicos ostentavam títulos respeitáveis: América x Vasco, o clássico da Paz; Flamengo x Vasco, dos milhões; Fluminense x Botafogo, o vovô; sem contar o inigualável Fla x Flu, denominação originária de um combinado entre os referidos clubes, no início do século XX, para uma partida contra os paulistas.

Alguns desses antigos estádios foram desativados para jogos considerados de grande público (Bonsucesso, Flamengo, Fluminense e São Cristóvão); outros foram demolidos, transferidos ou reconstruídos (América, Botafogo); alguns clubes sequer disputam a divisão principal (Campo Grande, Bonsucesso, Olaria e São Cristóvão), enfim uma transformação que dificilmente, pelos novos regulamentos, gerará uma tabela apenas com times da capital.

Os estádios originais, em muitas ocasiões estavam agregados às sedes sociais, produtos de projetos conjugados, alguns de excelentes resultados, produzidos por profissionais de alta qualidade.

O América possuía um elegante e pequeno estádio à Rua Campos Sales, transferido para a rua Barão de São Félix, Andaraí-Vila Isabel, de modestíssimas instalações, também substituído por um shopping-center na década de 1980. No final do século passado construiu um novo estádio, porém em outro município vizinho, Mesquita.

O Bangu Atlético Clube, campeão carioca por duas vezes, está intimamente ligado à divulgação do futebol na cidade. Afinal, a fábrica de tecidos Bangu, com seus operários e técnicos ingleses, responsabilizava-se pela ampliação da paixão pelos gramados. Após um incêndio nas arquibancadas de madeira da Rua Ferrer, foi inaugurado em 1947 um novo estádio, de concreto armado, com capacidade para 15.000 espectadores.

O conjunto do Botafogo, originalmente composto por sede social, uma elegante edificação neocolonial, com influência mexicana, projetada por Archimedes Memória e Francisque Couchet, em meados dos anos 1920, incorporou posteriormente um estádio de médio porte, concluído nos anos 1940, com elementos de influência art-déco, demolido nos anos 1970, após demorado processo judicial.  A sede foi tombada pelo poder municipal, recuperada e devolvida ao clube na última década do século passado, porém o estádio desapareceu, substituído por um shopping-center.

O Flamengo, ainda que conte com magníficas e modernas dependências para o seu quadro social, no bairro da Gávea, junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, não dispõe de um estádio condizente com sua tradição e prestígio. As arquibancadas são antigas, desconfortáveis e reduzidas para sua imensa torcida. Além disso, o acesso não apresenta boa manutenção nem qualidade arquitetônica passível de registro.

O Fluminense, tradicional clube das Laranjeiras, primeira equipe de futebol do Rio de Janeiro, conta com elegante estádio de pequeno porte – 8.000 espectadores -, diminuído em sua capacidade quando foi alargada a rua Pinheiro Machado. No entanto, as arquibancadas da social estão integradas à sede, elegante edificação eclética de gosto Luiz XVI, vitrais e gradis art-nouveau, compondo, certamente o mais belo exemplar de arquitetura sócio-desportiva da cidade.

O Clube de Regatas Vasco da Gama ainda detém o privilégio de contar com o maior estádio particular da cidade, inaugurado em 1927, construído por Cristian & Nielsen, com projeto inicial de Ricardo Severo, com capacidade para mais de 25.000 espectadores, só superado pela inauguração do Maracanã, em 1950. Trata-se de um complexo desportivo, em constante ampliação, com bloco para sociais contando com edificação de fachada neocolonial luso-brasileira, piscinas, capela, pista de atletismo, concentração para atletas e arquibancadas cobertas e descobertas, construídas em concreto armado.

Os clubes considerados de pequeno porte também contam com instalações capazes de abrigar jogos de porte médio.  Nem sempre a solução arquitetônica é de boa qualidade estética na fachada, já que a maioria dos estádios construídos na primeira metade do século XX não conferia grande interesse formal aos acessos para arquibancadas. Simplesmente incluíam pequenas bilheterias e desconfortáveis acessos aos degraus, nos quais a platéia se instalava, muitas vezes sob sol muito forte, para assistir aos disputados jogos, junto aos alambrados, muito próxima aos juízes e jogadores. Externamente, grandes muros, verdadeiras muralhas separando os torcedores das ruas, impedem a visualização do gramado e geram a degradação das áreas vizinhas, muitas vezes dependentes das atividades daqueles clubes.

Devido às grandes alterações ocorridas na organização do antigo Campeonato Carioca, transformado em fluminense, incorporando equipes de todo o estado do Rio de Janeiro, diversos times tradicionais da cidade caíram para a Primeira ou Segunda Divisão, gerando prejuízos para as agremiações e por conseqüência para a vizinhança imediata. O espaço ocioso das dependências foi ocupado por outras atividades como feiras de roupa, bailes, muito diferentes da destinação original.

Entre eles, merece algum destaque o projeto de Helio Modesto para o estádio da Portuguesa, na Ilha do Governador, originalmente destinado ao turfe. Mesmo com discreta fachada, as arquibancadas dispõem-se sob elegante marquise de concreto armado, com significativo balanço a partir de robustos pilares que se desenvolvem como troncos ou bases de taças.

Em quase todos os exemplos citados não é possível perceber qualquer preocupação quanto à implantação. Fatores condicionantes como acessos, trânsito, circulações, estacionamento, praticamente não foram considerados, resultando em graves problemas em dias de jogos mais concorridos.

O Maracanã

Se houve uma exceção, esta foi destinada ao maior de todos, ao verdadeiro templo do futebol mundial: o Maracanã.

Diversos aspectos negativos abordados nos exemplos anteriores procuraram ser corrigidos durante o projeto e execução do estádio Mário Filho, destinado a sediar a Copa do Mundo de 1950.

Mesmo sem conclusão da obra, o templo futebolístico cumpriu seu papel abrigando um público que jamais será contabilizado e certamente foi o maior de sua história durante a final daquele evento, a partida entre Brasil e Uruguai, com triste lembrança para os torcedores que trocaram a comemoração da vitória certa por um amargo vice-campeonato, perdendo para a modesta celeste por 2 x 1, após estar vencendo.

No entanto, as recentes recomendações dos órgãos internacionais implicaram em profundas modificações estruturais no estádio. Além disso, devido às suas dimensões, o estádio foi requisitado para abrigar eventos diferentes da destinação original: shows de música, festas de Natal, encontros religiosos, frequentemente provocando danos às suas dependências.

Para abrigar os jogos pan-americanos de 2007, teve sua capacidade drasticamente reduzida, rebaixamento do nível do gramado, adequação necessária à acessibilidade, inclusão de assentos numerados, camarotes de luxo e extinção da geral, aquele democrático setor destinado aos torcedores, localizado junto ao gramado, de forma contínua, composto por degraus de espelho baixo e largos pisos, onde o público permanecia de pé durante toda a partida.

Poucos anos depois, para realização de alguns jogos da Copa do Mundo de 2014, sobrevieram outras obras que mutilaram irremediavelmente o espírito do Maracanã, contando com a cumplicidade de quem era responsável por sua proteção. Afinal, tratava-se de bem tombado federal e municipal e, considerando-se a legislação vigente, suas premissas não foram atendidas.

Mesmo com todas essas agressões, não é possível simplesmente descrever o velho Maraca com palavras. Arquitetura, acessos, arquibancada, gramado, vestiário.  Um fenômeno que só se completa com as cores das bandeiras, o delírio das arquibancadas no momento mágico de uma jogada inesquecível, a catarse do gol! A fusão do material e imaterial.

“Que bonito é… as bandeiras tremulando, a torcida delirando, vendo a rede balançar….” dizia a letra de  “Na Cadência do Samba”, originalmente instrumental, trilha sonora da seção de futebol do noticiário “Canal 100”, exibido antes da exibição de filmes nos cinemas até a década de 1970.

Para aqueles não iniciados torna-se muito difícil explicar o que é a sensação de um gol de seu time, da sua seleção. Ainda assim, de uma forma atávica, é difícil resistir à marcha “Pra Frente Brasil”, de 1970, mesmo diante de todo um contexto sócio-político adverso.

Enfim, trata-se de um episódio ritualístico, compartilhado por uma multidão fascinada, delirante: a partida ocorrerá no fim da tarde, mas desde a manhã existe a preparação; almoço é servido mais cedo; almofada na mão; bilheteria, rampas, provocações.  A voz rouca e metálica dos alto-falantes anuncia a escalação, um a um; papel picado, rojões, aplausos e vaias; entra em campo a equipe predileta, cara ou coroa.  Começou a partida.  Coração em salto, unhas roídas, ataca a equipe perigosamente e huuuum! Pela linha de fundo. Momento do intervalo e zero a zero… Um copo de cerveja quente, um cantinho no banheiro apinhado e começa o segundo tempo.  A disputa permanece acirrada e a multidão, extática, acompanha todos os lances, erros e acertos. Impedimento, marca o bandeira, provocando a fúria dos torcedores e o tradicional coro sobre a “família” do então inimigo…  De repente, a multidão chora e ri, delira, enlouquece.  Legionários de um mesmo exército, amigos para sempre seguindo uma bandeira.  Outra jogada genial, uma bicicleta, bola na rede, gol….É gol!

A paixão é tanta que foi (e ainda é) utilizada como instrumento dissipador das tensões sociais, sublinhado com a construção de gigantescos estádios por todo o país, em locais que, segundo o disse-me-disse popular, a lotação é muito superior ao número de habitantes de algumas cidades de médio porte.

 “Em sua inauguração, em 1970, a capacidade do Estádio Batistão, de 30 mil pessoas, em Aracaju, era maior do que a população adulta da capital sergipana”, conforme matéria do jornal  “O Globo”, em 4 de abril de 2004.

O Maracanã não é mais nosso

Enquanto ocorria a grande reforma no Maracanã, a prefeitura do Rio de Janeiro inaugurava o mais moderno estádio da América do Sul, mas sem planejar um eficiente programa de trânsito ou transporte público, optando pela solução de fechar as ruas nos dias de jogos.

O Estádio do Maracanã, inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do IPHAN, foi descaracterizado pelas obras para a Copa do Mundo de 2014, sofrendo mutilações e acréscimos irreversíveis, com a cumplicidade do próprio IPHAN, sob alegações inconsistentes e infundadas.

A reforma produziu um outro edifício, que por acaso também se chama Maracanã, mas perdeu sua alma e sua essência, ganhando a forma arenizada determinada pela FIFA e por seus atuais responsáveis. Completando a irresponsabilidade e insensibilidade do poder público, o estádio foi arrendado e seus donos atuais definiram preços extorsivos para os ingressos, mesmo não tendo contribuído em nada para sua construção milionária, estranhamente muito acima de qualquer gasto previsto originalmente, mas avalizado pelo poder estadual.

Nas ruas, a população comemorou a decisão que traria a Copa para o Brasil, mas não cogitou que dificilmente conseguiria entrar nos estádios, ou pelo preço dos ingressos ou pelo sistema de vendas e distribuição entre os “patrocinadores”.

Algumas outras questões para reflexão:

  • O antigo Maracanã comportava cerca de 200 mil torcedores, em arquibancadas de concreto, com dois acessos principais. Não havia metrô, não havia meia entrada e os ingressos eram comprados na bilheteria, antes das partidas. Tudo funcionava, não havia conflitos nem se interditavam dezenas de ruas, como exigiu a FIFA;
  • O antigo Maracanã, além do espaço físico, comportava um leque de experiências imateriais, vivenciais. Rituais e códigos apreendidos e aplicados pelos torcedores como local específico das torcidas, tipo de alimentação, personagens que habitavam a geral. A partir da definição do novo espaço físico, asséptico como um centro cirúrgico, com lugares demarcados, preços extorsivos, como permanecer o genius loci[1]? Certamente foi expulso dos gramados, junto com o povo, impedido de participar do espaço que ele ajudou a perpetuar;
  • O antigo Maracanã não foi reformado. Transformou-se numa Arena e talvez aqui esteja a resposta. Arena Maracanã, em outro zeitgeist[2], teatralizado, globalizado, com manifestações previamente ensaiadas, talvez até para um novo grito rouco de gol, na prorrogação. Aquele zeitgeist se foi com seu genius loci, certamente permanecendo na memória afetiva de quem o vivenciou ou em desbotados filmes 16mm, que nem passam mais antes da sessão de cinema das cinco, que também não é mais a matinê.

No entanto, como manifestação catártica de uma multidão em transe, dificilmente outro esporte ainda conseguirá catalisar tantos sentimentos, aglutinar 200 mil espectadores numa mesma emoção, até porque o “Maraca não é mais nosso”, pois existe um outro estádio, muito menor, arenizado, pasteurizado, fifatizado, nunca mais o nosso Maraca, Never more, diria o velho corvo de Poe.


[1] Genius loci é uma expressão latina para designar interação entre lugar e identidade.

[2] Zeitgeist é um termo alemão que significa o espírito de uma época, divulgado por filósofos como Hegel.

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Carioca, arquiteto graduado pela FAU-UFRJ, professor, incluindo a FAU-UFRJ, no Departamento de História e Teoria. Autor de pesquisas e projetos de restauração e revitalização do patrimônio cultural. . Consultor, palestrante, coautor de vários livros, além de diversos artigos e entrevistas em periódicos e participação regular em congressos e seminários sobre Patrimônio Cultural e Arquitetura no Brasil.

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