William Siri: O drama dos servidores do Rio de Janeiro

Vereador do Rio, William Siri denuncia o cenário de descaso com os servidores da cidade

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Sede da Prefeitura do Rio de Janeiro - Foto: Divulgação

Os servidores cariocas têm muitos motivos de insatisfação. São trabalhadores de uma das maiores cidades do país e acumulam uma defasagem enorme nos vencimentos. A realidade é cruel: Entre os anos de 2011 e 2019, os servidores não possuíram reajuste salarial.

Contando apenas com a última recomposição dada por Crivella, temos uma inflação de 32,64% pelo IPCA-E. O último reajuste, concedido por Paes em 2022, foi de apenas 5,35%. Ou seja, calculando a inflação pré e pós reajuste, os servidores estão, atualmente, com quase 26% de defasagem salarial. Isto representa uma perda de poder de compra de mais de 1/4 dos salários.

Nossa Receita Corrente Líquida Real (corrigida pela inflação) está acima dos níveis pré-pandemia. Estamos abaixo do limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal para Despesa com Pessoal e isso não é mais um efeito da CEDAE, pois em 2023 foram R$ 155 milhões da CEDAE na RCL. Além disso, as receitas de impostos e transferências de impostos avançaram mais de 10% entre 2022 e 2023, o que mostra um efeito positivo na atividade econômica e traz alívio nas contas públicas municipais.

Estamos no QUARTO ano de mandato de Eduardo Paes e apenas UM decreto de reajuste. Se as contas estão no azul e o Prefeito vende a recuperação das finanças municipais como um caso de sucesso, nada mais justo do que corrigir os salários dos servidores que trabalham muito por essa cidade!

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E não para por aí: a defasagem do benefício alimentação dos servidores é ainda mais inacreditável. A última atualização dos benefícios, no valor de R$ 12 diários, foi feita em fevereiro de 2012, ainda no primeiro mandato de Paes. Exatos 12 anos se passaram e o IPCA-E acumula desde aquela data 98,75%, ou seja, hoje os benefícios teriam que ser, pelo menos, R$ 23,85. E eu digo “pelo menos”, pois sabemos que a inflação dos alimentos foi muito alta neste país, especialmente no período de pandemia.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o Rio de Janeiro é a segunda cidade do país mais cara para se alimentar fora de casa. Uma refeição completa de almoço para os cariocas custou, em média, mais de R$ 50 ano passado.

Será que o Prefeito conseguiria comer no seu dia de trabalho com apenas R$ 12 na carteira? Esse valor atualmente não paga nem um lanche, muito menos uma refeição equilibrada para os nossos servidores, e uma alimentação de qualidade é uma questão de saúde.

Em 2023, a Prefeitura do Rio executou R$ 376,7 milhões em despesas com “Vale Refeição, Vale Alimentação e fornecimento de café da manhã”, este valor representa apenas 0,87% da despesa total da Prefeitura empenhada no ano, que foi de R$ 43,2 bilhões.

Vale lembrar que o reajuste do benefício alimentação também esteve na carta-compromisso firmada com os servidores na campanha de 2020. Os servidores que trabalham diariamente para o funcionamento desta cidade precisam de mais respeito. O mínimo e o justo nesse caso é a correção dos salários e benefício refeição pela inflação.

Na Câmara Municipal, conseguimos incluir uma emenda ao orçamento de 2024 sobre o reajuste do benefício alimentação. No entanto, o prefeito a vetou. Vamos lutar pela queda desse veto quando voltar para votação na casa.

Enquanto isso, unimos forças com o deputado federal Tarcísio Motta em uma campanha pelo reajuste do benefício alimentação. Estamos realizando um abaixo-assinado para fortalecer a luta dos servidores. Não podemos mais tolerar que a precarização do trabalho avance sobre o serviço público, e maltrate aqueles que se dedicam diariamente à nossa cidade.

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2 COMENTÁRIOS

  1. É um gargalo. Veja que nos contratos da Administração com empresas prestadoras de serviços tem estas direito ao equilíbrio econômico-financeiro anual, reajustando a mão de obra dos empregados terceirizados.

    Enquanto isso, muitos servidores públicos aguardam anos para terem algum reajuste de reposição inflacionária das suas remunerações, permanecendo defasadas até em relação aos terceirizados – não fosse a estabilidade muitos servidores iriam trocar de patrão.

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