Resignação é a palavra que resume o resultado do primeiro turno das eleições deste ano. Muitos se resignaram a votar conscientemente em candidatos com fortes suspeitas de corrupção e outros tantos se resignaram a nem tentar entender no que estavam votando ou como funcionam as votações por estarem desacreditados de tudo.
Quanto ao primeiro tipo de resignação, cabe apenas lamentar que as pessoas prefiram votar pautadas no medo da vitória de algum lado contrário aos seus ideais do que dar uma oportunidade a outros perfis de candidatos por considerá-los com menos chance de ter um bom desempenho nas urnas. E a verdade é que quem oferece essa chance é justamente o eleitor que se recusa a se engajar para tornar bons candidatos viáveis. Quanto ao segundo tipo de resignação, a conclusão vem das ruas.
Quem fez campanha este ano, conversando de verdade com as pessoas, tirando dúvidas, ouvindo suas preocupações e ajudando a formar cidadãos mais conscientes, se deparou com perguntas muitas vezes inesperadas e recorrentemente de resposta negativa por não se tratar de como a eleição de fato funciona.
Algumas das perguntas mais repetidas e advindas de ideias equivocadas:
- “O voto é invalidado se você vota em candidatos de partidos diferentes para cada cargo?”
- “Os demais votos podem ser invalidados se um dos seus escolhidos for impugnado?”
- “O voto na legenda é calculado a partir da quantidade de votos do candidato ao executivo?”
- “Votando na legenda, é o partido quem fica responsável por definir qual candidato entra na vaga?”
Algumas perguntas mais simples, outras mais elaboradas. E sempre muitas dúvidas distribuídas por todas as regiões do estado e por todas as zonas do município. É claro que há também o voto conivente com o que fazem ao Rio de Janeiro, daqueles que têm interesses próprios ou simplesmente preferem fingir que não veem em troca da política de boa vizinhança. Já a população em geral, aquela que deveria indignar-se e rebelar-se, está carente de atenção e se resigna a não participar porque não quer, porque não acredita mais ou porque não se sente incluída no processo.
“A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto se acostumar, se perde de si mesma.” (COLASANTI, 1972)
É preciso não se acostumar nem se esquivar. É preciso arregaçar as mangas e acreditar ou o Rio de Janeiro seguirá gasto e sem esperança de ser livre, próspero e tão maravilhoso quanto ele foi naturalmente feito para ser.
Já passou da hora de a população se engajar em salvar o Rio, em fiscalizar o poder público e em não desistir de escolher seus representantes porque, a cada vez que isso acontece, são mais quatro anos de depreciação em saúde, segurança, educação e confiança para serem consertados em um futuro incerto.
Sou formada em Curso em Ciências Politicas e dentre outros e lamento que o País deixou de se discurtir pautas que desenvolva as políticas públicas. Hoje, o que os partidos fazem é criar candidatos que fujam das discussões até porque a maioria dos eleitores não têm condições de analisar dessa forma. E cai na discussões de projetos sociais que vão atender as classes desfavorecidas da sociedade. Então! Votarem em corruptos, mas que estão distribuindo os vales é o que vale. Eu por ex. como acredito ter milhares de eleitores que nem é um e nem o outro, mas tbm, acredito talvez por interesses particulares optaram por um deles. Confesso é muito triste a situação do Brasil.
Votei em você, no Ganime novamente e concordo com seu comentário…Infelizmente, falar a verdade, fazer uma campanha limpa, com pouco dinheiro, ser honesto, capaz… fica cada vez mais difícil vencer uma eleição por aqui…Minha esposa sempre fala que o Novo deveria pegar o dinheiro que seus parlamentares eleitos economizam mensalmente, que não é pouco, e fazer caixa para o partido nas eleições, pois está ficando cada vez mais desigual competir com a quantidade de dinheiro que o lado negro da política dispõe através de Fundões e afins. Do jeito que a coisa vai, daqui há mais uns anos nenhum honesto entrará no parlamento… e no executivo, esquece!