Zona Sul do Rio tem vacância zero no mercado de escritórios de alto padrão

Para especialistas, o alto preço da Zona Sul e a raridade dos espaços vagos já começam a empurrar pra cima a ocupação dos escritórios de Centro e Botafogo; vacância média na cidade deve chegar a 27% em 2023

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Prédio Corporativo - PxHere

O mercado de escritórios de alto padrão no Rio de Janeiro em todos os bairros registrou uma taxa de vacância média de 29%, em 2022. Apesar de ainda ser considerada elevada, é a primeira vez em muito tempo que a vacância da cidade fica abaixo de 30%, segundo um levantamento realizado pela consultoria imobiliária Colliers, uma espécie de corretora de imóveis especializada em salas e andares comerciais presente em diversos locais do mundo.

No entanto, a Zona Sul da cidade desconhece qualquer tipo de crise, por concentrar o menor número de lajes corporativas de alto padrão, tendo encerrado o ano com taxa de vacância zero. Na região do Flamengo e Botafogo (Orla), a vacância registrada foi de 18%, considerado bom. Por outro lado, a região da Cidade Nova ainda obteve um percentual de 58% de desocupação: grandes empreendimentos lá, construidos nos últimos anos, ainda estão desocupados, num movimento inverso ao do Porto Maravilha, cujos prédios de ponta estào praticamente ocupados.

A sondagem indica que o mercado carioca de escritórios está num processo bem próximo de encerrar o ciclo recessivo que vem já de alguns anos. Na avaliação da consultoria, a vacância na cidade deve chegar a 27%, em 2023. “Com a vacância de escritórios na Zona Sul chegando a zero, o movimento de ocupar os escritórios do grande centro é um próximo passo bastante claro. Primeiro Botafogo e Flamengo, e depois o Centro. Estas regiões já começam e ver uma queda da vacância. É preciso lembrar que um escritório de luxo na Zona Sul custa cerca de 5 a 6 vezes mais, e que são poucos os espaços. Agora que a vacância é zero, as empresas recomeçam a ocupar Centro e Botafogo”, disse ao DIÁRIO Lucio Pinheiro, diretor da Sergio Castro Imóveis, que atua há 73 anos neste mercado. Pinheiro lembra que, há poucos meses, ainda era fácil alugar um espaço na afamada Torre do Rio Sul; “agora, a vacância é mínima e residual”, ensina.

O grande movimento de retração na vacância carioca de escritórios é resultado do crescimento de 53% da absorção líquida – saldo entre novas locações e devoluções. O ano de 2022 representou o segundo ano consecutivo de saldo positivo na absorção líquida no mercado carioca. O movimento se deve também à mudança de empresas do setor público para o centro da cidade. Ao todo, foram computados 36 mil m² de absorção líquida, concentradas no Centro e na Cidade Nova, com 22 mil m² e 13 mil m², respectivamente. No fim do ano, foi célebre a venda do Edifício Serrador à Câmara Municipal, por exemplo.

Os fatores de instabilidade gerados pela Operação Lava Jato, crise econômica e pandemia teriam levado o mercado a um excesso de oferta no município. O mercado de alto padrão corporativo, desde 2019, já não absorve novos empreendimentos, e não há entregas previstas para 2023.

Nos próximos anos devem ser entregues aproximadamente 38 mil m², sendo 34 mil m² da Classe A+ e A, e 4 mil m² da Classe B. A Barra da Tijuca, por sua vez, deve receber 53% dos novos empreendimentos previstos, seguida pela região portuária e pela Orla, com 35% e 12%, nesta ordem.

Atualmente, o inventário é de 2.694 milhões de m², sendo 1,684 milhões de m² voltados para Classe A+ e A e 1.010 milhão de m² para a Classe B.

De acordo com o levantamento, a estabilidade no preço médio pedido no ato da locação dos escritórios seria outro indicador de que o mercado caminha rapidamente para o fim da recessão:  R$ 87/m² mensais para a Classe A+ e A, e R$ 66/m² para a Classe B. Em relação ao primeiro trimestre de 2018, os imóveis de alto padrão estão 16% mais baratos. Ao passo que para, os da Classe B, a diferença é de 18%.

Com informações l do jornal O Globo.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Eu não entendi…a Zona Sul tem vacância zero, mas Flamengo e Botafogo não?! O grosso do corporativo da Zona Sul é Flamengo e Botafogo, considerar vacância no Leblon, no Jardim Botânico, na Gávea, que somados não dão a área de um prédio da Rio Branco é piada.

  2. Que matemática é essa: vacância zero no Centro em imóveis de alto padrão, mas uma taxa média espetada na cidade de 29% (2022) e 27% (prevista 2023)? Deem o caminho desse sucesso aos administradores públicos, recuperação nesses patamares pode reconstruir o Brasil.

  3. Quer dizer que a culpa da crise imobiliária foi a instabilidade causada pela Lava-Jato?
    Por essa lógica a culpa deve ser do médico quando faz diagnóstico de uma doença grave…

  4. Quem quiser acreditar em consultoria e Sergio Castro que acredite. Continuo vendo lojas abandonadas em plena voluntarios da Patria, predios com salas vazias pra todo lado no bairro. Comercio se arrastando. Se for na Barra da Tijua e Recreio dos Bandeirantes vai encontrar prédios inteiros totalmemte vazios, com salas e lojas por alugar. Voces ficam fazendo reportagens bonitinhas pra agradar leitor. Jornalismo tem que ser pragmático, relatar a realidade dos bairros e não se basear no que admmistradora diz, afinal, ela está desesperada pra vender. Saiam nas ruas e façam matérias com base em vivências próprias, mostrem a verdade, é isso que o eleitor quer ler.

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