O estado do Rio de Janeiro é repleto de cidades que ajudam a contar e a entender a construção do Brasil. Repleto de arquitetura, arte, culinária e palco de transformações e eventos sociais e políticos, o Rio de Janeiro abriga muitos municípios que nasceram, se desenvolveram e cravaram seu nome na história.
Seja no período colonial, da revolução do café, da expansão ferroviária ou da consolidação do Rio como Capital Federal, o estado tem em cada cidade um pouquinho da nossa identidade como sociedade.
Pensando nisso, o DIÁRIO DO RIO listou 10 cidades históricas do nosso estado que você precisa conhecer; confira:
PARATY
Cidade extremamente política, o município de Paraty localiza-se no extremo oeste do litoral do Estado do Rio de Janeiro, junto à divisa com o Estado de São Paulo, e é constituído pelas áreas íngremes da Serra da Bocaina (trecho da Serra do Mar), pelos vales de inúmeros rios que dela descem, e por uma estreita borda litorânea.
A arquitetura dominante na cidade é característica da segunda metade do século XVIII e primeiras décadas do século XIX. Paraty é formada por um importante núcleo com construções do período colonial e está localizada à beira-mar. Seus logradouros formam uma trama quase ortogonal e as ruas paralelas à praia possuem um formato arqueado. As construções, alinhadas umas encostadas às outras, compõem massa edificada compacta que envolve, inteiramente, os quarteirões e lhes empresta monumentalidade, apesar das limitadas dimensões.
PETRÓPOLIS
Conhecida como Cidade Imperial, Petrópolis está localizada no estado do Rio de Janeiro, no sudeste do Brasil. Encontra-se na Mata Atlântica, 813 metros acima do nível do mar, na serra dos Órgãos, e aproximadamente 67 km ao norte da cidade do Rio de Janeiro. Petrópolis significa, em grego, “cidade de Pedro”.
A área em que hoje fica Petrópolis era a fazenda do Córrego Seco, que havia sido adquirida pelo imperador dom Pedro I. Ele tinha planos de construir um palácio para a família real. O projeto só se concretizou durante o Segundo Reinado. Petrópolis foi fundada em 16 de março de 1843 pelo imperador Dom Pedro II e, sob seu patrocínio, foi colonizada por imigrantes alemães da Baviera.
Por sua relevância histórica, Petrópolis é um importante ponto turístico. Muitos edifícios do século XIX e XX foram tombados e preservados. Um monumento arquitetônico, o Museu Imperial (antigo Palácio da Concórdia) foi a residência de verão da família imperial. Atualmente, o local tem um acervo de cerca de 200 mil documentos históricos originais, gravuras, mapas e fotografias de grande valor para pesquisadores e estudiosos.
TERESÓPOLIS
Vizinha de Petrópolis, Teresópolis é mais uma região serrana com uma grande quantidade de áreas verdes. A cidade está localizada no topo da Serra dos Órgãos, cercada de lindas paisagens como rios e cascatas, somadas a uma rica flora e fauna locais, sendo muitas espécies pertencentes à Floresta Atlântica.
Teresópolis – “Cidade de Teresa” – é uma homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II.
Teresópolis é um dos municípios do Rio de Janeiro que mais atrai visitantes, e mesmo novos moradores que, como a família imperial, encantam-se com o clima privilegiado, a exuberante beleza de sua paradisíaca paisagem, além dos belíssimos atrativos naturais e culturais.
RIO DE JANEIRO
A Capital Fluminense não poderia ficar de fora dessa relação. A Cidade Maravilhosa, como é conhecida mundialmente, é um dos mais importantes recortes da história do Brasil. A antiga Capital do Brasil, nasceu no Morro de São Januário, mais tarde conhecido como Morro do Castelo, e depois na Praça Quinze, até hoje centro vital do Rio, o chamado Centro Histórico.
O Rio de Janeiro desenvolveu-se graças à sua vocação natural como porto. Na mesma época em que ouro foi descoberto no Estado de Minas Gerais, no final do século XVII, o Governador do Brasil foi feito Vice-Rei. Salvador era capital da colônia, mas a importância crescente do porto do Rio garantiu a transferência da sede do poder para o sul, para a cidade que se tornaria, e ainda é, o centro intelectual e cultural do país.
Com revoluções, personalidades históricas que construíram o país e uma geografia reconhecida como um dos grandes cartões-postais do planeta, o Rio de Janeiro manteve sua posição até a inauguração de Brasília como capital da república em 1960. No entanto, o Rio de Janeiro continua sendo o centro social e cultural do país.
VALENÇA
O município herdeiro de uma vocação rural e agrícola passou por um grande desenvolvimento e opulência à época da cultura do café, o que proporcionou à região a primeira etapa de unidade e civilização. Por conta disso, a região progrediu ativamente na segunda metade do século XIX. No entanto, seguindo sua história, logo após a Abolição da Escravatura, Valença inicia um novo ciclo.
Desde o século XIX, Valença reúne grandes riquezas. Dos áureos tempos do café, a cidade mantém suas tradições, suas festas, seus costumes. A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória, os sobrados históricos e os detalhes arquitetônicos das inúmeras fazendas do ciclo do café, reverenciam seu passado de nobreza.
Hoje, além desse importante aspecto industrial, Valença desenvolveu também o seu comércio e cresceu em outras áreas, tornando-se sede de Bispado, fundando uma Academia de Letras e crescendo em sua identidade. A cidade possui uma eficiente rede de ensino de 1.º e 2.º graus, e sete faculdades que, juntamente com outras instituições culturais, transformam a cidade em um grande Campus Universitário, proporcionando a Valença um povo educado, alegre, obreiro e atuante, que se expressa, também, através de manifestações culturais e artísticas.
BARRA DO PIRAÍ
Barra do Piraí, que quer dizer “foz de um rio“, “lugar onde um rio se lança em outro” é uma cidade cortada por dois rios: o Paraíba do Sul e o Piraí. Durante o período colonial, a região onde se encontrava o município, ou seja, o Vale do Paraíba, era uma imensa floresta habitada por índios das tribos Xumetos, Pitas e Araris, que foram chamados pelos portugueses de Coroados, devido à forma do seu cabelo.
Com o passar dos séculos, o café trouxe grande riqueza para as cidades do Vale do Paraíba, porém essa riqueza durou poucos anos. O Vale, a partir de 1830, entrou em decadência. As grandes fazendas definharam e os fazendeiros empobreceram. Em 1888, quando foi abolida a escravidão, a maioria das fazendas já estava sendo entregue aos bancos, aos quais os fazendeiros deviam muito dinheiro.
Com a Proclamação da República e a mudança do poder político, Barra do Piraí foi elevada a município em 10 de março de 1890, tendo suas terras desmembradas dos municípios vizinhos. Da cidade de Valença, foi desmembrada a Vila de Sant’Ana, à margem esquerda do Paraíba. De Piraí, a próspera freguesia de Barra do Piraí, situada à margem direita do Paraíba. E de Vassouras, a Vila dos Mendes, que já possuía, nesta época, uma fábrica de papel (CIPEC) e fábrica de fósforos, além de fazendas.
Hoje, a cidade reúne condições favoráveis para se tornar um grande centro industrial e de serviços. Sem falar no turismo natural e cultural, grande fonte de renda e de trabalho, e que vem se desenvolvendo e ganhando força no município, principalmente com a adesão dos proprietários das antigas fazendas de café do município, algumas abertas à visitação, outras se tornando pousadas.
VASSOURAS
O nome Vassouras está associado a um arbusto que foi muito abundante na região, conhecido como “tupeiçaba” ou “guaxima”, popularmente chamado de vassourinha. Detentora de um riquíssimo legado histórico-cultural, herança dos tempos áureos do café no Vale do Paraíba fluminense, Vassouras é considerado o berço da diversidade cultural e tem se consolidado como importante destino turístico no estado do Rio de Janeiro.
Parte desse legado se materializa pelo conjunto urbanístico e paisagístico existente até hoje na cidade, tombado pelo IPHAN. Herança da época dos Barões do Café, a cidade possui um centro histórico provido de grandiosos palacetes e suntuosos casarões, reflexo de sua historia cheia de riquezas, marca de um tempo chamado então de “Ouro Verde”, em que a cidade foi o coração do Brasil Império movido pela economia do cultivo do café e pelas mãos dos escravos.
Mais que mão de obra, os africanos e seus descendentes trouxeram mudanças substanciais na forma de viver em sociedade no Brasil. Suas heranças culturais foram incorporadas a tantas outras tradições formando uma identidade única: a do brasileiro.
Grande parte dessa história ainda permanece presente nas diversidade dos grupos e manifestações da cultura popular da cidade de Vassouras: jongueiros, grupos de capoeira e calangueiros dividem espaço com a Folia de Reis e grupos de Caninha Verde, enchendo seu cotidiano de historia e tradição, diversidade e musica.
MENDES
A cidade de Mendes tem origem em um simples rancho para pouso de tropas, erguido às margens do “Caminho Novo do Tinguá”, num atalho que ligava a aldeia de Valença com a cidade do Rio de Janeiro. O pequeno aglomerado, de temperatura agradável e solo fértil, começou lentamente a se desenvolver graças à constante circulação de tropeiros.
A gênese da história da região da cidade de Mendes está diretamente ligada à distribuição de terras de sesmarias e ao desmembramento da grande Fazenda de Santa Cruz, conhecida como Sertão Rei, onde tiveram atuação dos Jesuítas, e próximo dos locais onde se fizeram aldeamentos de índios de vários grupamentos, destacando-se os Coroados.
Na fase dos caminhos fluminenses, em direção às Minas Gerais, diversos trilhos passavam pela área hoje mendense. Por eles, os tropeiros mercadejavam e bandeirantes buscavam novos rumos na suas lutas pelo desbravamento do interior.
Com o incremento da cultura do café, partindo de Resende e Vassouras, Mendes desenvolveu suas atividades, se tornando autossuficiente.
Mendes já foi parte de Piraí, Vassouras e Barra do Piraí mas, graças ao seu grande crescimento econômico, conseguiu emancipação em 1952, por força da Lei n.º 1.559, de 11 de julho daquele ano, e foi definitivamente instalado em 11 de janeiro de 1953.
MIGUEL PEREIRA
A cidade com o terceiro melhor clima do mundo e com um charme de tirar o fôlego, traz como credenciais, a entrada colonial e o Lago de Javary, ponto turístico dos mais visitados da região e uma obra arte da engenharia, o Viaduto Paulo de Frontin.
Situada a 618 metros acima do mar, a cidade do interior tem belezas naturais, temperatura amena e segurança. Para os amantes da natureza, cachoeiras e lagos são os pontos preferidos. As trilhas e os esportes também são destaques na cidade.
O eixo ferroviário estimulou o nascimento de povoados que, em sua maioria, abrigavam os trabalhadores da ferrovia. Este é o caso de Governador Portela, onde parte das áreas urbanas era de propriedade da Rede Ferroviária Federal, que construiu toda uma vila residencial destinada a ferroviários. Esta característica foi responsável pelo desenvolvimento da sede distrital que ocorreria antes da Estiva, atual Miguel Pereira.
Miguel Pereira fica estrategicamente localizada próxima às importantes vias de acesso. Os meses de abril e setembro são ideais para roteiros turísticos, a temperatura amena e agradável permite que o visitante explore as belezas naturais.
RIO DAS FLORES
Lugar tranquilo e de gente hospitaleira, Rio das Flores também foi um município que se destacou com a produção de café no Século XIX. Memórias daquela época poderão ser encontradas na Matriz de Santa Tereza D’Ávila e em fazendas históricas, como a do Paraíso e a União.
Rio das Flores, ao longo de sua história, foi cenário de eventos marcantes como o batizado de Santos Dumont, na Matriz de Santa Tereza D’Ávila, nosso ilustre brasileiro, considerado o pai da aviação.
Além de atrativos históricos e culturais, Rio das Flores é um excelente destino para os praticantes do ecoturismo com seus mirantes, trilhas e cachoeiras.
Um outro ponto de destaque da cidade é o artesanato. Muitas peças são confeccionadas a partir da taboa, uma planta tão abundante em Rio das Flores, que dá nome a um de seus distritos.
* Com dados das prefeituras locais
Ninguém é obrigado a adivinhar o que a pessoa quer que coloque na reportagem se soubesse jogaria na Mega sena… Vc está com inveja da reportagem que com certeza não teia competência para realizar…vai criticar o seu presidente…
Sinceramente, não sei a quem o senhor direciona tal comentário, mas realmente nenhuma reportagem deve ou pode ser feita, baseada na vontade e em simples adivinhações. Em todo o tempo, o bom jornalista é feito de informações sérias, concretas e baseadas em fatos que se possa comprovar, principalmente por documentos. A História é algo sério e precisa ser respeitada, principalmente quando se trata de uma Cidade, com mais de dois séculos de existência, com sua historiografia e toda trajetória conectada a importantes fatos do mundo do século XIX. É preciso que as informações repassadas o sejam feitas, com responsabilidade, preservando a verdade e não apenas curiosidades, simples adivinhações e vontades de apenas uma ou outra pessoa.
Com todo o respeito ao autor, mas de fato, o Dário do Rio está devendo uma reparação ao município de Nova Friburgo.Grato pela atenção.
Nova Friburgo , atualmente recebeu por decreto presidencial o título de suíça brasileira , em sua topografia confirmada por suas belas montanhas , esperamos que o jornal se retrate por este lapso , a nossa baronesa da Serra não poderia ter ficado de fora …. Aguardamos seu retratar ….
LAMENTAVELMENTE está faltando Nova Friburgo, na região Centro Norte Serrana, a única Cidade brasileira fundada por um Decreto do então Rei Dom João VI (Portugal, Brasil e Algaerves), em 16 de maio de 1818, quando autorizou a vinda dos pioneiros imigrantes suíços para fundarem a vila colonial suíça, na antiga Fazendo do Morro Queimado, então pertencente ao território dos Sertões Leste do Macacu (atualmente município de Cantagalo).
Além de ser pioneira da colonização helvética no País (1818/1819), o Imperador Dom Pedro I, em continuidade ao projeto de seu pai, de criar a colonia agrícola no alto da Serra (mas tendo o monarca português que retornar a Lisboa (abril de 1821), em razão da Revolução Liberal do Porto), destinou ao local 342 imigrantes germânicos que inclusive assentaram na vila, a primeira Comunidade de Confissão Luterana da América Latina, em 03 de maio de 1824, e até hoje existente. Em 03 de maio último, portanto, Nova Friburgo celebrou o bicentenário destes dois feitos históricos: o pioneirismo no País da colonização alemã e também os dois séculos da presença luterana no Brasil.
Em nome do bom jornalismo e do esclarecimento dos seus leitores, o Diário do Rio, deveria inserir tal reparo.
Atenciosamente,
GIRLAN GUILLAND – jornalista