Em 18 de março, comemoramos no Brasil o Dia Nacional da Imigração Judaica, instituído em reconhecimento à contribuição dos judeus na formação histórica, socioeconômica, política e cultural brasileira.
Considerando-se os judeus que aqui chegaram fugindo da Inquisição portuguesa, a presença judaica remonta ao período do descobrimento, com significativo registro a partir de 1810, quando o Império português revogou sua expulsão de todos os territórios da Coroa. Em 1824, a Constituição de 1824 passou a tolerar outras religiões além do catolicismo.
Nesses anos e até o séc. XX, não apenas os judeus sefaradim – da Península Ibérica e do Marrocos – mas também mizrahim – do Oriente Médio e países árabes como Líbano, Síria, Iraque – e ashkenazim, da Europa Central e Oriental, vieram para o Brasil trazendo seus dialetos, suas culinárias típicas, sob a mesma égide religiosa. Aqui buscavam melhores condições de vida, seja pelo aspecto econômico ou político-social dos seus países de origem, bem como pelas oportunidades de imigração conforme a legislação brasileira.
Até meados do séc. XX, a Praça XI era o ponto de referência dos que chegavam à nossa cidade. Nessa época, estima-se que cerca de 30.000 judeus viviam no Rio de Janeiro. No pós- segunda Guerra Mundial e na década de 1950, com a expulsão dos judeus do Egito, milhares de judeus imigraram para o Brasil. A população judaica se espalhou pela zona norte – Tijuca, Méier, Madureira – e pela zona sul – Flamengo, Copacabana, na qual o Clube Israelita Brasileiro foi fundado em 1921. hoje, a zona sul abriga várias sinagogas, escolas e centros culturais judaicos, além da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), órgão representativo político comunitário.
Comemorar a imigração judaica no Brasil é uma forma de reconhecer a grandeza do país e celebrar a oportunidade de participar da sociedade brasileira colaborando para seu crescimento. A ameaça do antissemitismo ainda ronda o mundo e aqui no Rio de Janeiro seguimos com o grande desafio de combatê-lo, modificando preconceitos e radicalismos de todas as cores, formas e bandeiras.
