Um dos lugares mais populares da cidade do Rio de Janeiro é cercado de preconceitos. Muitos passados e alguns presentes. No entanto, nada disso é capaz de estreitar a importância da Rua Uruguaiana.
Inicialmente, o logradouro foi chamado de Rua da Vala. Isso porque, no século XVII, naquela região, uma vala havia sido cavada para escoar o transbordamento da Lagoa de Santo Antônio – que se localizava no atual Largo da Carioca – até o mar.
Quando a Lagoa Santo Antônio secou, a vala passou a ser usada como depósito de dejetos. Apesar disso, muitas casas e comércios já haviam sido erguidos na rua e por lá ficaram, mesmo com todos os problemas que tinham devido à fossa gigante.
Por conta desse aspecto nada positivo, a ainda Rua da Vala passou a ser um dos lugares menos admirados da cidade. As pessoas que moravam por lá, não eram muito bem recebidas em certos lugares.
Para tentar minimizar essa situação, o vice-rei do Brasil, Dom Antonio da Cunha melhorou a área, tampando a vala que impedia o desenvolvimento da rua.
Em 1739, foi construído o Cabido da Sé, que por quase 70 anos foi a catedral do Rio de Janeiro. Com isso, a fama da rua passou a melhor, no entanto, ainda estava longe de ser a ideal.
“Em 1865, o nome mudou para Rua Uruguaiana, em comemoração à retomada brasileira da cidade homônima, no Rio Grande do Sul, no mesmo ano durante a Guerra do Paraguai (1864-1870)” conta o historiador Mauricio Santos.
Na segunda metade do século XIX foi instalado o Teatro Alcazar, que apesar de não ter boa reputação devido ao passado da rua, teve como principal regente Chiquinha Gonzaga, um dos maiores nomes da nossa música.
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Outro monstro da música feita no Brasil tem a história de vida ligada a essa rua. Nesta rua (no número 43) nasceu, em 1767, o Padre José Maurício Nunes Garcia, um dos maiores musicólogos brasileiros. Na mesma residência funcionou um dos maiores redutos abolicionistas do Rio de Janeiro, dirigido por José do Patrocínio e João Glapp.
No mandado de Pereira Passos, a Rua Uruguaiana foi alargada e melhorada. Passou a ter 17 metros de largura e com isso, construções mais elaboradas puderam ser erguidas. Além de melhorar o aspecto visual.
Nos anos 1970, a rua virou canteiro de obras do metrô. Mas isso não atrapalhou o comércio no logradouro, que nessa época já era intenso, principalmente devido à localização.
Em 1994, o prefeito César Maia inaugurou, na rua, o Mercado popular da Uruguaiana (o popular “camelódromo da Uruguaiana”) para abrigar os vendedores ambulantes da região.
Por conta da venda ilegal de alguns produtos piratas, contrabandeados e falsificados no local, algumas vezes ocorrem operações da polícia no mercado. O que passou a alimentar um novo preconceito de uma parcela da população em relação à via.
Apesar de todos os pesares, a Rua Uruguaiana segue firme, conservando sua história e evoluindo com o passar dos tempos. Segue forte no coração da Cidade Maravilhosa e no do povo carioca.