Um sauim de coleira (Saguinus bicolor), uma das espécies de primata mais ameaçadas do Brasil, nasceu nesse mês de maio no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) localizado em Guapimirim, e administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A mãe desse filhote foi resgatada, ferida, em Manaus, no Amazonas, e, posteriormente, encaminhada para o CPRJ onde se recuperou e teve, em fevereiro, o seu primeiro filhote.
– O CPRJ integra o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim de coleira. Coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a iniciativa tem por objetivo promover a conservação da espécie e do seu habitat – disse Silvia Bahadian Moreira, médica veterinária do CPRJ.
O Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, que completou 40 anos de criação em 2019, dedica-se ao estudo e à conservação de primatas. Idealizado pelo primatólogo e conservacionista Adelmar Faria Coimbra Filho, o CPRJ foi a primeira instituição nacional voltada prioritariamente para a preservação do patrimônio primatológico brasileiro. Foi inaugurado em 1979 sob a tutela da antiga Fundação Estadual de Engenharia (Feema), hoje, Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Atualmente, o CPRJ é gerido pelo primatólogo, Alcides Pissinatti.
O objetivo da instituição é assegurar a continuidade das espécies, por meio de um banco genético que visa dar suporte às colônias de primatas brasileiros. O centro cria somente primatas de espécies nativas do Brasil, com atenção especial para aquelas sob algum risco de ameaça de extinção. São mantidos em cativeiro cerca de 340 primatas de 31 espécies (além de alguns híbridos) com a finalidade principal de reprodução e recuperação das populações nativas.
O CPRJ também desenvolve, em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, universidades estaduais (UERJ e UENF) e instituições de pesquisa como a Fiocruz, ampla gama de pesquisas e estudos, relacionadas à doenças específicas dos macacos e também em medicina tropica. Estes estudos epidemiológicos visam conhecer melhor como os diversos organismos que causam doenças ao homem circulam pela natureza. O centro participa ativamente de cinco planos de ação nacionais para Conservação e o Manejo de Primatas, e assessora o ICMBio na tomada de decisões quanto ao manejo em cativeiro e na vida selvagem desses símios.