Quintino Gomes: Alerj e sua falta de coerência

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Foto: Reprodução Internet

Tentar analisar a política fluminense é um trabalho inglório, nossos políticos não trabalham com base na lógica, funcionam na base de uma certa cara de pau que não é aconselhada às pessoas com o mínimo de vergonha. Um caso recente foi a entrevista à Veja do ex-prefeito e pré-candidato em 2020, Eduardo Paes (DEM), em que ele disse que as relações com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB/Bangu) eram meramente institucionais. Logo o filho de Cabral, Marco Antônio Cabral, fez um vídeo comentando que Eduardo e Sérgio viajaram, jantaram e festejaram juntos dezenas de vezes, inclusive na mansão de Mangaratiba.

Nessa terça-feira, 10/6, foi a vez da Alerj mostrar que tudo pode mudar, menos a política do Rio de Janeiro, essa continua a mesma de sempre. A mesma Assembleia que não vota o pedido de cassação dos deputados que estavam presos na Operação Furna da Onça, é a mesma que admite com quase 100% dos votos, a admissibilidade do impeachment do governador Wilson Witzel (PSC). O único que não votou, estava ausente.

Não cabe discutir se deveria ou não ser aceito a investigação, acho que deveria. O que aconteceu na Secretaria de Saúde, os desvios, os atrasos, mostra ao menos a incapacidade administrativa, e no pior dos casos a corrupção, novamente, no Palácio Guanabara. Espero que não, seria demais para a psiquê do fluminense ter mais um governador preso.

Mas vale ser debatida a completa e total incoerência da Assembléia Legislativo e nossos deputados estaduais. Com que moral se vota a investigação do governador, com 6 deputados que até poucas semanas atrás estavam presos e que tiveram de tomar posse a partir de liminares?

E mais, como estes deputados que estavam presos podem mandar investigar qualquer um que seja? Ou como o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), dá início acelerado ao impeachment de Witzel, mas deixa dormindo ofícios e pedidos de cassação dos seus colegas? Que espécie de corporativismo é esse?

Se tiver de limpar por desvios e incorreções, que seja feito a todos. Pau que bate em Chico, deve bater em Francisco. Mas não esperemos demais de nossos deputados, são basicamente os mesmos, ou dos grupos dos mesmos, que passaram pelos governos Cabral e Pezão. Deu no que deu e pelo visto, vai continuar dando igual.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Quintino Gomes: Alerj e sua falta de coerência

4 COMENTÁRIOS

  1. Que texto excelente, Diário do Rio! Um tapa na cara na hipocrisia de muita gente. Infelizmente, a Justiça realmente não é para todos

  2. Bem cético quanto a essa história toda.
    Esquerda e Direita unida e mais o Centro contra Witzel (?) em plena Pandemia instaurado um processo de Impeachment pela Alerj enquanto pedidos de cassação outros estão na gaveta há meses (??) por fato criminal ainda sob Investigação, sem Denúncia e Processo(???)

    Ao contrário do Presidente norte-americano, que determinou as indústrias de automóveis a produção de ventiladores e mandou comprar e aviões buscar diretamente no exterior, na China e na Índia, produtos necessários, o Presidente Brasileiro nada se importou com a Pandemia desde o primeiro momento (era uma gripezinha), para depois se preocupar mais com a Economia do que com Vidas, e na escassez no mercado interno de produtos e equipamentos, deu os ombros aos estados e municípios.

    Por que o Presidente Bolsonaro não colocou suas Embaixadas para negociar diretamente no exterior a compra(????)

    Estados e Municípios não alteram Lei da União(!)
    O Presidente pode editar MP com força de Lei vendo uma excepcionalidade.

    A contratação por estados e municípios segundo o regramento de Lei da União de regime diferenciado de contratação pode não ser adequada na situação.
    Não pode negociar direto no estrangeiro. Tem que estudar e especificar o produto, contratar empresa que contrata o distribuidor, que contata o fornecedor, que fica sujeito as pressões políticas…
    Nessa rede de contatos muito suscetível às corrupção e mesmo desencontros como especificação errada ou mesmo deficiente que sujeita a envio de produtos inadequados.

  3. O seu comentário está perfeito.

    Mas o problema do Witzel foi a traição a família Bolsonaro.

    Se não fosse a família Bolsonaro o Eduardo Paes teria sido eleito.

    Na verdade se não fosse a família Bolsonaro o segundo turno seria entre Paes e Romário.

    O público ficou chocado com a traição do Witzel.

    • Poupe-nos! Claro está que seu voto foi no Bolsonaro…
      Que país ficou chocado com traição o que(!?)
      Que outro Governador permaneceu encostado em Bolsonaro(?) depois de tanto ele demonstrar inabilidade e trapalhadas no início do Governo e agora seu projeto pessoal de poder (antidemocrático) sem respeitar as instituições.
      Não votei no Witzel nem no Bolsonaro.
      Mas o que vemos na Capital Federal é tanto ou mais absurdo quanto na Capital do RJ.
      Celular do Governador apreendido (?)
      Por que também não do Presidente(?) dos seus filhos(?) Queiroz(?)
      Ah… o Presidente quer (e pode?) proteger familiares e seus amigos.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui