Boletim Observatório Fiocruz Covid-19 divulgado no dia 14/12, com dados coletados entre os dias 22/11 a 05/12, confirma permanência da alta no número de casos e da taxa de mortalidade por coronavirus. O estudo divulgado quinzenalmente é realizado por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da instituição e apresenta indicadores-chave como taxa de ocupação e número de leitos de UTI, dados de hospitalização e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que incluem casos severos de Covid-19.
A pesquisa aponta que tais indicadores devem servir como alerta para todo o sistema de saúde, de maneira que seja realizado o reforço da infraestrutura hospitalar e intensificação de ações de atenção primária integrada à vigilância em saúde. Por este motivo, o estudo faz recomendações às prefeituras que une planejamento de novas medidas de isolamento social e redução da exposição da população à riscos de transmissão.
Após 3,5 meses, os dados obtidos no dia 07 de dezembro proveram o pior quadro de taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19. No estado do Rio de Janeiro o índice foi de 92,0%. De acordo com a Fiocruz 3 tipos de medidas são imprescindíveis e devem ser observadas pelos prefeitos. São elas: contenção do crescimento de casos e óbitos por Covid-19 com ações de prevenção de riscos, a organização de ações de saúde e intersetoriais, a partir de uma abordagem populacional, territorial e comunitária, envolvendo a atenção primária à saúde (APS) e a preparação para as campanhas de vacinação.
O sanitarista e pesquisador da Fiocruz, Cristovam Icict, esclarece que a peculiaridade do Rio decorre do estado ter apresentado índices de oscilação desde abril e maio, quando se deu o pico. Na verdade, o estado não chegou a apresentar uma queda considerável de número de casos. Ele explica que “depois de feriados os casos cresciam. Esse fato foi associado as medidas de flexibilização. Por isso não teve um decréscimo grande. Isso explica o fato do estado ser hoje o local onde mais cresce os índices. O Rio tem mais casos do que São Paulo, apesar de possuir uma população menor”.
O estudo ainda alerta para um possível agravamento da pandemia devido as festas de fim de ano (Natal e Ano Novo), justamente por ser o período em que as famílias costumam reunir-se para confraternizações. Este quadro, agrava principalmente o risco dos idosos que estão inseridos no grupo de risco e, em maior parte, ficaram isolados por um período longo. Para o sanitarista Cristovam Icict é preciso cuidado pois, “talvez pela primeira vez um idoso encontra um adolescente e com isso pode acontecer uma transmissão em massa”.
De acordo com a Fiocruz, a chegada do verão é outro fator de grande preocupação. Apesar das gripes em geral ocorrerem durante o inverno, no caso do Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro, pelas características da população, que não tem cumprido as medidas de isolamento social, a tendência é de agravamento do quadro. Por isso, é preciso que as prefeituras atuem com políticas de contenção o quanto antes, sob pena de termos uma onda pior do que a de abril e maio em janeiro e fevereiro.
Cristovam Icict explica que a tendência é de termos um cenário parecido com o que está acontecendo nos Estados Unidos. “O verão ajudaria a não disseminar, mas a população precisa ajudar. Em geral no ambiente quente a transmissão diminui. O vírus fica inativado, existe mas não transmite. Então temos que usar esse período para evitar aglomeração e preparar o sistema de saúde”, explica o pesquisador.
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