Meios de transporte do RJ justificam lotação nas viagens durante a pandemia

O DIÁRIO DO RIO ouviu as explicações do setor para a lotação nos meios de transporte da Região Metropolitana, alvo de críticas da população

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Ônibus do BRT Rio - Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Em meio às recentes medidas restritivas implementadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro no combate à proliferação da Covid-19 no município, como, por exemplo, a redução do horário de funcionamento de bares e restaurantes e a capacidade limitada de público nos referidos estabelecimentos, uma das comparações sempre citadas pela população carioca – em tom de reclamação – é que isso acontece ”mas o transporte público continua lotado”.

Pensando nisso, o DIÁRIO DO RIO entrou em contato com os principais meios de transporte que abrangem a capital fluminense, além das secretarias, para que pudessem dar explicações à população sobre o assunto.

O MetrôRio, por exemplo, que interliga as zonas Norte e Sul da cidade, além da extensão até a Barra da Tijuca (Jardim Oceânico), informou que ”apesar da queda de passageiros ser superior a 50%, toda sua frota está em operação nos horários de pico, sendo adotados os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia”.

Responsável pelos trens que vão do Centro do Rio até a Baixada Fluminense, passando pela Zona Norte, a SuperVia, por sua vez, disse que, atualmente, ”transporta apenas cerca de 300 mil passageiros por dia, metade do que transportava antes da pandemia”, e que a ”taxa de ocupação tem se mantido abaixo do percentual máximo de 60%”.

Já o BRT Rio garantiu que ”vem trabalhando com toda a sua capacidade operacional” e que ”faz campanhas permanentes em suas redes sociais e com cartazes afixados nas estações e terminais”. Paralelamente, a Secretaria de Transportes do Rio informou que ”até que o BRT seja licitado, o município vai fazer uma intervenção de forma temporária na operação e gestão do sistema”.

Vale ressaltar que, até o fechamento desta matéria, o VLT Carioca e a CCR Barcas, outros 2 meios de transporte bastante utilizados na cidade, não haviam respondido à procura da reportagem. O mesmo vale para a Agetransp e para a Secretaria Estadual de Transportes, que também foram convidadas a se manifestar.

Confira, na íntegra, os comunicados oficiais emitidos pelo MetrôRio, SuperVia, BRT Rio e pela Secretaria Municipal de Transportes

MetrôRio

”O MetrôRio informa que, apesar da queda de passageiros ser superior a 50%, toda sua frota está em operação nos horários de pico, sendo adotados os mesmos intervalos praticados no período pré-pandemia.

A operação segue em pleno funcionamento nas linhas 1, 2 e 4, em horário regular e com todas as estações abertas. A empresa continua adotando medidas de prevenção ao Coronavírus, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, que é informada por meio de avisos sonoros, publicações nas redes sociais, mensagens de áudio e vinhetas de vídeo no interior dos trens e placas informativas nos acessos às estações.

A concessionária reforça que é extremamente importante que os clientes se conscientizem e façam o uso correto da proteção facial na prevenção ao Coronavírus. Todas as estações do sistema contam ainda com dispensadores de álcool gel instalados nos locais de uso comum, incluindo as plataformas, para utilização dos clientes. O MetrôRio também vem fazendo a sanitização dos trens e estações regularmente.”

SuperVia

”A operação dos trens é programada de acordo com a demanda de clientes. Hoje, a concessionária transporta apenas cerca de 300 mil passageiros por dia, metade do que transportava antes da pandemia. A empresa monitora a taxa de ocupação dos trens, que tem se mantido abaixo do percentual máximo de 60%, estabelecido pelo decreto estadual 47.228/20. A medição é baseada em critérios técnicos, definidos e fiscalizados pela Agetransp.

Atualmente, a concessionária tem registrado maior quantidade de embarque das 06h às 07h e por volta das 17h. Nos outros horários, a queda de embarques ocorre de forma brusca. É importante ressaltar a necessidade de uma ampla discussão entre o poder público, as empresas e a sociedade sobre medidas que reduzam a procura pelos transportes em horários tão concentrados. A SuperVia tem dialogado sobre isso com autoridades e em todos os fóruns dos quais participa.

Em relação ao uso de máscaras, a SuperVia esclarece que a fiscalização cabe ao poder público. A concessionária realiza campanhas de conscientização para seu uso obrigatório e vende passagens apenas aos clientes que estejam utilizando máscaras no momento da compra nas bilheterias. A empresa conta com a compreensão dos passageiros para que mantenham o uso durante suas viagens visando a proteção de todos.”

BRT Rio

”Apesar da grave crise financeira, o BRT Rio vem trabalhando com toda a sua capacidade operacional, e seguimos avaliando permanentemente a nossa malha. De março de 2020 a fevereiro de 2021, o BRT Rio teve perda de receita de R$ 215 milhões e, atualmente, está com uma queda de 50% da demanda de usuários.

Soma-se a esse cenário os calotes, um dos problemas mais graves no sistema, responsáveis por 30% da evasão, além do não reajuste da tarifa há 26 meses, o vandalismo de estações e a expansão do transporte clandestino. Apesar disso, o BRT Rio está empenhado em prestar um serviço de qualidade aos passageiros. Nos últimos 14 meses, 43 estações foram reformadas ou recuperadas.

Em relação à lotação, o BRT Rio faz campanhas permanentes em suas redes sociais e com cartazes afixados nas estações e terminais. É importante ressaltar que a fiscalização de acesso aos ônibus e o uso de máscaras cabe aos agentes públicos com poder de polícia, já que os operadores de estação e os motoristas não têm o poder de barrar passageiros que forçam a entrada nos ônibus.”

Secretaria Municipal de Transportes do Rio

”Diante da falta de perspectiva de melhoria no serviço do BRT, a Prefeitura optou por licitar o sistema e a bilhetagem eletrônica dos transportes da cidade. Até que o BRT seja licitado, o município vai fazer uma intervenção de forma temporária na operação e gestão do sistema.

Os procedimentos administrativos para o início da intervenção já começaram. Na última quarta-feira, dia 10, os consórcios foram notificados, via Diário Oficial, sobre a decisão da Prefeitura de intervir no sistema BRT, dando-lhes, assim, a possibilidade de manifestação e ampla defesa.

Na última semana, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a secretária de Transportes, Maína Celidonio, e técnicos da Prefeitura se reuniram diversas vezes com os presidentes dos consórcios, executivos e técnicos que operam o transporte público da cidade e iniciaram os trabalhos de transição.

Em paralelo, a secretaria municipal de Transportes finalizou a coleta de dados nas estações e terminais mais críticos do BRT para atualizar o dimensionamento da frota e os intervalos necessários para a prestação de serviços do sistema. Esses dados serão consolidados e publicados até o fim deste mês.”

Atualização – 17 de março de 2021 – 18h10

VLT Carioca

”Desde o início da pandemia o VLT acompanha a movimentação em suas composições e busca atender às orientações sanitárias dos órgãos oficiais. Atualmente, mesmo com um público menor circulando pelo Centro, o VLT aplica os mesmos intervalos operacionais do período pré-pandemia e, no geral, não há reclamações de usuários sobre a lotação das composições. Vale reforçar que outras medidas, como o reforço na higienização dos trens ao fim de cada trajeto, também estão sendo mantidas pela concessionária.”

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8 COMENTÁRIOS

  1. Falta de respeito total com o povo brasileiro.
    Os cidadãos que todos os dias saem de manhã das suas casas para o trabalho, e na volta do trabalho pra casa, enfrentar este horror, trens, metros, ônibus lotados, sem cumprir os protocolos de higienização, em plena pandemia aonde a populacão deveria ser orientada, poupada, cuidada. E assim também toda populacão fazer a sua parte, porque só assim, juntos e que podemos vencer este momento difícil.
    Entender que quando voce deixa de sair de sua casa se não for necessário voce está cuidando para aqueles que precisam sair como os médicos, enfermeiros, serviços gerais, atendentes dos hospitais, bombeiros, Samu, e todos os trabalhadores que não podem parar. Pois então se for necessário parar tudo por uns 15, 20 dias, não é desespero que teremos que ter e sim participação, colaboração de entender que desta forma estaremos fazendo a nossa parte e a dos que não podem de forma alguma parar.
    E as empresas, os empresários deveriam pensar assum também.
    Mas o que eles querem, que a populacão continue enfrentando este horror todos os dias, mas que eles não parem de vender suas passagens diarias, seus lucros.
    Pois as suas famílias estão em proteção. O povo não importa, a saúde da população não importa. O que importa é a economia. A saúde pode não dar tempo, pois o que estamos vendo é triste demais. A economia poderemos ter tempo para recupera-la. Pode demorar um pouco, mas teremos tempo. Um povo sem saúde, pode ser um povo sem trabalho, sem lazer, sem nada.
    Autoridades só pensam na economia e neles próprios.
    Por isso, a decisão é nossa Povo Brasileiro.
    Está em nossas mãos.
    Ou paramos, para cuidar de nós mesmos, da nossa saúde, dos nossos e dos outros, para podermos diminuir a transmissão do vírus ou continuamos sendo usados como objetos e robôs e tudo continuará como está.
    Nao param os aeroportos.
    Entram e saem quem quiser no nosso pais.
    Vejam nos outros países se continuaram entrando e saindo do pais.
    Para cuidarem da populacao, da saúde de todos.
    Já percebemos que puxar feriados não resolveu. Parar nos finais de semana também não. Nem ai para as pessoas que saem de casa para o trabalho. Nem ai com as pessoas que tem que ficar em filas de banco, nem ai para os bacários, nem ai para os idosos que com tanto cuidado conseguimos que ficassem em casa e agora vão para os postos de Saúde e ficam em filas, por horas, em pé, sem nem ter aonde sentar. Por aí vemos o respeito. Somos um pais que não tem o mínimo respeito e cuidado com os que já fizeram muito por nós. Os idosos em filas de INSS, com aposentadorias na maioria de um salário minimo, filas de remédios, de vacinas. Um país que não respeita seus idosos…o que queremos?
    Agora é hora de cuidarmos de nós e do outro.
    Festas, reuniões, churrascos, faremos com certeza depois que tudo isto passar. Agora vamos fazer a nossa parte. Vamos ficar em casa quem pode.
    E quem tem que ir para o trabalho, vejam o que podem fazer para não passarem mais por este transtorno nos transportes coletivos. Se der para dividir caronas, ir a pé, de bicicletas, mudar o horário para não aglomerar mais. A mudança tem que partir de nós mesmos. Já que nos é que podemos e devemos nos cuidar e fazer alguma coisa para que isto aconteça. Fácil não é, mas se todos os dias eu preciso trabalhar e pra não passar por isto novamente eu tenho que resolver. Esperar das autoridades, dos empresários. Não muda. Ainda dizem que estão sem dinheiro para pagar o salário dos funcionarios.
    Não adianta. Nos precisamos fazer com que os transportes coletivos funcionem para garantir o direito de todos que precisam deles e até porque nas grandes cidades como Sao Paulo, Rio de Janeiro e outras se funcionam possibilitam um número menor de carros circulando pelas cidades, aonde teremos menos poluição, menos stress no transito entre outros. Vamos nos respeitar e o outro, todos devemos exigir passageiros sentados. Ninguém em pé. Nos pagamos os nossos impostos e o retorno disto?Não precisa violência, brigas. Entrem no transporte coletivo o número certo de passageiros sentados. E falem pra que siga. Nao fiquem empurrando um ao outro pra entrarem. Enquanto todos fizeram isto, eles continuarão nem ai.
    Se nos fizermos assim todos os dias, que só os sentados permaneçam no transporte e dizer pra seguir, eles tomarão providências e terão o número necessário de transportes. Eles estão recebendo o seu dinheiro na passagem, estao lucrando com os transportes lotados, quando seria pra ter o número certo de todos sentados. Vamos usar máscaras direito cobrindo o nariz a boca, lavar bem as mãos, cuidar de nós, dos nossos e dos outros. Somos um país enorme, lindo, um povo lutador, trabalhador, amável, solidário.
    Vamos juntos unidos nas decisões tirar o nosso pais Brasil desta situação.
    Se precisarmos parar, vamos enfrentar juntos. Não será por muito tempo. Por uns 15 ou 20 dias nos conseguiremos. Mas talvez nós é que precisaremos tomar está atitude. Porque se esperarmos das autoridades, dos patrões, dos empresários, vamos continuar a merce do vírus, expostos.
    Nos podemos cuidar do nosso País.
    Juntos podemos.
    Com união e atitudes de respeito um pelo outro. Estendendo as mãos sem toca-las porque neste momento nao podemos. Mas podemos nos apoiar, nos ajudar, decidindo pelo melhor juntos sem confusão, sem violências, mas tomando atitudes que façam a mudança.
    Podemos.
    Vamos !!!

  2. Só fala besteira. OQUE FALTAM SÃO ÔNIBUS EM TODAS AS LINHAS COM HORARIOS MENORES. É mentira que a maioria de usuários NÃO pagam passagem. É minoria e é obrigação da empresa evitar o calote. Coloca roletas de ferro largas nas entradas e saídas de embarque nos ônibus como nos trens que acaba o calote. EMPRESA DO BRT CALOTEIROS SÃO VOCÊS COM A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO. PÉSSIMO SERVIÇO. ONIBUS SUJOS, QUEBRADOS. SAO VERDADEIRAS SUCATAS. FAZ UM FAVOR PARA A POPULAÇÃO : “PEGA O BECO”, “SAI FORA”, “METE O PÉ”. DÁ A ADMINISTRAÇÃO PARA OS EMPREGADOS QUE IRÁ FUNCIONAR MUITO BEM.

  3. Falta apuração e sensibilidade do jornalista. Ficar reproduzindo nota de assessoria é fácil, mas é feio!
    Cadê o plano integrado de transportes? Não tem! Convido o jornalista a sair do ar condicionado e andar de metrô por exemplo. O tempo de viagem aumento bem como o de parada entre as estações! Por que? “Pra catar” passageiros! Tem composição com 4 vagões!
    BRT? Basta olha os ônibus no horário de pico!
    Trens? Faz um café, liga a tv, não precisa sair do sofá..passa ao vivo no bom dia rio! Todos os dias!

  4. No BRT quase todos dão calote. Obviamente que fica impossível cobrar melhorias no serviço pois não há entrada de recursos. Caloteiro não merece serviço, muito menos bom serviço.

  5. Faço um convite para os responsáveis 6administração dos transportes 3,viajar em qualquer horário, vai ver que é mentira,estão superlotadas

  6. Muitos estão sendo contaminados nos trens devido os camelôs não estarem usando mascara. basta um ambulante com covid e sem mascara circulando acaba contaminando todo mundo . isso é gravíssimo e nenhuma autoridade vê. prefiro o anonimato ok.

  7. a SuperVia, por sua vez, disse que, atualmente, ”transporta apenas cerca de 300 mil passageiros por dia, metade do que transportava antes da pandemia”, e que a ”taxa de ocupação tem se mantido abaixo do percentual máximo de 60%”
    — as normas da Agetransp devem ser de média diária, porque essa semana mesmo peguei dois trens entupidos fora dos horários de pico mencionados. Pode até ser em parte verdade, mas “se mantido abaixo de 60%” como “máximo”, sei que não é assim.

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