O Rio de Janeiro é a cidade brasileira com maior percentual de mulheres chefes de família. Na cidade, as mulheres respondem por 81% do total de responsáveis inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal e por 87% dos que recebem o Bolsa Família.
Na cidade, quase metade das 238.169 mulheres que recebem bolsa família têm somente até o ensino fundamental, sendo que a grande maioria – 93.199 – tem o fundamental incompleto. São 10.257 sem instrução nenhuma e apenas 30.879 com fundamental completo. Chegaram ao ensino médio 100.040, completaram-no 63.286 e apenas 3.744 chegaram ao ensino superior. Vinte não souberam responder.
Esse panorama é bem parecido no CadÚnico, onde, das 437.607 mulheres chefes de família, 27.689 não têm nenhuma instrução,170.740 não completaram o fundamental e apenas 50.990 chegaram lá. Apenas 118.306 completaram o ensino médio, 53.509 ficaram no caminho e 16.325 chegaram ao ensino superior, enquanto 48 não souberam responder.
A boa notícia é que a cidade atingiu e ultrapassou este mês, pela primeira vez na história, a meta de população assistida pelo Bolsa Família. Foram inseridas no programa 30 mil novas famílias, totalizando 298.423 beneficiados – 5.104 a mais do que a meta (293.319) estipulada pelo governo federal, com base no Censo de 2010. Das novas famílias atendidas, 74% são chefiadas por mulheres.
Além disso, a Secretaria Municipal de Assistência Social iniciou em março, no mês da mulher, o projeto Potência Feminina. A ação é uma parceria com as organizações Rede Mulher Empreendedora, Anjos da Tia Stelinha e o Google.O objetivo é qualificar esse público para o mercado de trabalho.
A primeira turma do projeto teve início em 08/03 e contou com 200 inscrições. A cada trimestre, 60 mulheres, que fizerem a capacitação, serão escolhidas para participar de uma atividade de aceleração de negócios, que pretende potencializar a implantação ou ampliação de pequenas iniciativas de geração de renda. As seis mulheres que mais se destacarem nas acelerações receberão até R$ 10 mil reais para o desenvolvimento do seu negócio.
Laura Carneiro, secretária de Assistência Social, esclarece que a pretensão da medida é possibilitar formação educacional e qualificação a essas mulheres.
“O projeto vai capacitar para o empreendedorismo e a empregabilidade cinco mil mulheres em situação de vulnerabilidade social. – Além de enfrentar a crise econômica causada pela covid-19, o Potência Feminina vai ao encontro da principal ferramenta com a qual trabalhamos para oferecer novas perspectivas à população vulnerável: formação educacional e qualificação para o trabalho e a obtenção de renda”, explica a secretária.
A proposta é, portanto, modificar este cenário, proporcionando às mulheres, principalmente as que chefiam famílias, oportunidade de empreender.
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