A Defensoria Pública do Rio (DPRJ) está acompanhando e investigando a possível ausência de oxigênio e medicamentos no município de Arraial do Cabo, na região dos lagos. De acordo com relatos recebido pela instituição, somente na última semana, familiares de pacientes de covid-19 e profissionais de saúde teriam informado que pelo menos cinco óbitos teriam se dado por falta de oxigênio no Hospital Geral local.
Raphaela Jahara, defensora pública e coordenadoria de saúde e tutela Coletiva, explica que as condições de atendimento no hospital da cidade têm sido precárias.
“Desde dezembro a Defensoria Pública tem percebido as precárias condições de atendimento do hospital de Arraial do Cabo. Em vistoria conjunta com o Cremerj, constatamos a falta de profissionais de saúde, de medicamentos e de insumos na unidade, essenciais para os pacientes infectados pela covid-19 no município”, esclareceu a defensora.
Diante da precariedade dos serviços de saúde prestados durante a pandemia, e inclusive a ausência de transparência nos dados relativos ao contágio, a DPRJ entrou com duas ações judicias no ano passado.
O problema se agravou na segunda quinzena de março desse ano. Profissionais de saúde e parentes de pessoas internadas no hospital Geral de Arraial do Cabo, fizeram denúncias à instituição de falta não só de oxigênio, mas também de remédios para intubação. A DPRJ está investigando os casos e ainda não forneceu maiores informações sobre o andamento das apurações.
A Secretaria de Saúde de Arraial do Cabo informou que o HGAC conta com atualmente com 9 respiradores e 10 monitores em funcionamento e que não houve desabastecimento de oxigênio na unidade. No entanto, o município não possui com leitos de UTI, apenas de enfermaria e UPG, mas já indicou ao Estado a intenção de receber 6 leitos de UTI.
Com isso, atualmente, os casos que demandam atendimento de Terapia Intensiva na cidade, são encaminhados à Central Estadual de Regulação, que determina a transferência do paciente para uma unidade que possua essa estrutura. Portanto, a liberação depende de leitos disponíveis.
Sobre os óbitos ocorridos, a secretaria de saúde da cidade informou que nos dias 27/03 e 28/03 aconteceram 2 mortes de pacientes tratados na ala COVID. No entanto, as mortes teriam decorrido de complicações da doença, e não por falta de atendimento adequado ou ausência de equipamentos.