O setor imobiliário, mesmo em meio à crise causada pela pandemia de Covid-19, tem se mostrado em crescimento e apresenta resultados positivos. De acordo com um relatório do Centro de Pesquisas e Análise da Informação do Secovi Rio – o sindicato que reúne as empresas de habitação da cidade – no primeiro trimestre de 2021, o Rio apresentou um cenário favorável para vendas de imóveis residenciais.
Entre os meses de janeiro e março deste ano, dados oficiais dão conta de que foram realizadas 9.645 transações residenciais no município. No mesmo período do ano passado, foram apenas 6.984. Este é o maior número desde 2013, quando foram registradas 10.450 transações no primeiro trimestre.
“Mesmo com a pandemia, o cenário é favorável para a aquisição de imóveis residenciais na cidade do Rio de Janeiro. O mercado imobiliário segue apresentando um nível de resultados bastante satisfatório, levando em consideração um período tão complexo. Mesmo com a recente alta da taxa Selic, saindo do menor índice histórico (2%) para 2,75%, o momento é propício para a compra de imóveis, para dar entrada em um financiamento imobiliário, lembrando sempre que o planejamento financeiro é indispensável para conciliar o pagamento das prestações“, contou Laudimiro Cavalcanti, diretor do CRECI RJ.
A Barra da Tijuca foi o bairro mais procurado para venda de casas e apartamentos, com 991 negociações ao todo no período. Na sequência, aparecem as regiões do Recreio dos Bandeirantes (911), Jacarepaguá (644) e Copacabana (552). Dados de imobiliárias dão conta de que foi um mês favorável também na Zona Norte.
O mercado de lançamentos ajuda a puxar o trem da valorização. Recentemente um lançamento de estúdios compactos no Leblon, em frente à antiga (e degradada) Cobal do Leblon, onde outrora funcionou a Churrascaria Plataforma, bateu recordes de venda, com 61 unidades vendidas em apenas 48 horas, a mais de 30 mil reais por metro quadrado.
Já quanto a imóveis comerciais, foram registradas 1.268 transações imobiliárias nos primeiros 3 meses de 2021. No ano passado, haviam sido 1.176, ou seja, mesmo a procura por imóveis comerciais parece estar dando sinais de recuperação. “A queda nos preços de salas, ainda que com aumento da vacância, tornou os imóveis comerciais mais acessíveis e quem precisa de uma sala está tendo a possibilidade de comprar um espaço de 30m2 por valores tão baixos que podem chegar a 80 mil reais”, disse à reportagem Rodolfo Rique, Coordenador da Sergio Castro Imóveis, maior consultoria de imóveis comerciais do Estado. Para Rique, “as salas comerciais estão tão baratas que muitos inquilinos estão comprando salas e saindo do aluguel. Uma sala no Ed. Cândido Mendes, que saía a 600 mil reais, está sendo vendida agora a 125 mil. Estamos vendendo dezenas de salas por mês”, finaliza.
Laudimiro Cavalcanti afirmou que a procura maior é por imóveis residenciais e que os imóveis comerciais não estão tão aquecidos no momento, até por conta da pandemia. No entanto, ele destacou a Barra da Tijuca e o Centro da Cidade como locais com grandes potenciais para imóveis comerciais.
Segundo os dados, com 195 negociações, a Barra da Tijuca foi o local mais buscado para espaços comerciais, seguido pelo Centro da cidade, teve 181 transações no período.