Dados do Instituto de Segurança Pública do Governo do Estado do Rio de Janeiro (ISP) apontam uma diminuição de 33% nos casos registrados de roubo de carga na capital em 2020, comparando com o ano anterior (2019). A tendência de declínio antecede a pandemia: desde 2018 é possível observar uma redução nas ocorrências.
Esse tipo de crime era um dos mais recorrentes no Rio de Janeiro e preocupava bastante a população, além de afetar diretamente a economia do estado fluminense.
De acordo com o relatório divulgado pelo ISP em abril, a pandemia não impactou significativamente esse tipo de crime. Como dependem mais da circulação de caminhões e não tanto do encontro casual entre vítimas e criminosos, o isolamento social não poderia ter sido o motor da queda do número de roubo de cargas.
Em 2020, foram registrados 2112 roubos de carga na capital. Mais da metade ocorreram na Zona Norte (62,3%). Em contraste, pouquíssimas denúncias foram feitas na Zona Sul (24) e no Centro (56). Já a Zona Oeste presenciou uma quantidade significativa, proporcional à 1/3 dos casos denunciados.
Ao longo do tempo, o padrão dos locais de prática permaneceu o mesmo. Nos últimos 10 anos, a Zona Norte presenciou pelo menos 59% dos casos registrados. A Zona Oeste manteve a posição de segunda região com mais casos de roubo de carga todos os anos. Por sua vez, a Zona Sul e o Centro nunca acumularam mais de 1/4 dos casos.
Apesar da cidade do Rio presenciar o maior número de roubos no Estado, a cidade não possui a maior número se controlarmos pelo número de habitantes. Os dados de 2020 apontam que, quando observamos a taxa de roubo por 100 mil habitantes, a liderança é da cidade de Duque de Caxias. A capital se encontra em sétimo lugar dentre os municípios com maior taxa de roubo de carga, apresentando uma taxa de 31,3 roubos para cada 100 mil habitantes.
Segundo a Assistente de Pesquisa do Instituto Rio21, Carolina Carvalho: “Os dados apontam para um cenário de redução nos últimos anos, mas os 2112 roubos de carga só no município do Rio no ano de 2020 chamam atenção pela sua expressividade. Além disso, os dados do Instituto de Segurança Pública permitem a percepção de que cabe ao poder público uma maior atenção a região metropolitana, que registra números maiores do que a própria capital, proporcionalmente. O combate aos roubos não trará apenas segurança física àqueles que transportam, mas para a toda a cadeia de distribuição e ao próprio consumidor”.
Se não controlarmos esses casos, com esta fama sendo criada, como é que o Estado do RJ será sede de algum armazém ou depósito de distribuição de alguma empresa que preste!? Outra, quanto do preço dos produtos pros fluminenses não está mais caro porque esse risco de roubo é bem maior?
Estado do RJ, sem ordem não há progresso!