O estado do Rio de Janeiro está diretamente ligado à história do Brasil, com uma variedade de lugares que ambientaram momentos importantes do país. E a Baixada Fluminense também possui lugares e histórias que se confundem com a do Brasil. Um deles fica localizado em Magé: a primeira ferrovia do país.
A Guia de Pacobaíba foi inaugurada em 30 de abril de 1854. O projeto de Irineu Evangelista de Souza, que mais tarde ficou conhecido como Visconde de Mauá, pretendia ligar a cidade do Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba e, mais tarde, a Minas Gerais. O objetivo da ferrovia era facilitar o transporte de produtos e mercadorias, em especial o café, que era um principais produtos da época.
Os produtos saíam das plantações do Vale da Paraíba e chegavam até o cais de Magé, de onde seguiam em embarcações para a capital. Antes, esse transporte era realizado por tração animal, tornando a viagem muito mais longa e, muitas vezes, ocasionando em perda de produto.
O Professor Carlos Gabriel Guimarães, do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirmou que a ferrovia é muito importante para a história do país.
“É importante chamar atenção que aquela região vai em direção ao Vale do Paraíba, destaque na cafeicultura, e que a ferrovia substituiu as tropas de mula na subida e na descida da serra de Petrópolis. Outra coisa importante é que ela fazia parte da Imperial Companhia de Navegação a Vapor Estrada de Ferro Petrópolis. Em outras palavras, havia uma navegação a vapor, do próprio Mauá, que saía do porto do RJ em direção ao recôncavo da Baía de Guanabara, dali saltava, pegava a ferrovia, subia até a serra“, explicou.
Histórica, a ferrovia foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1954, cem anos após sua inauguração.
Projeto Educação Patrimonial
Em junho deste ano, a Prefeitura de Magé lançou o projeto ‘Educação Patrimonial’ que promove visitas guiadas aos pontos turísticos e históricos da cidade para os alunos da rede municipal. A ação começou exatamente pela primeira Estação Ferroviária do Brasil.
Os visitantes foram acompanhados por profissionais da Educação que representam o Barão de Mauá e sua esposa Baronesa. O tour durou uma hora e os alunos conheceram mais sobre a história da malha ferroviária que ligava Mauá a Fragoso e foi importante para a rota do Caminho do Ouro e das especiarias, além de meio de transporte para a Família Real.
“Nós preparamos um roteiro que pudesse ser, ao mesmo tempo, acessível aos nossos alunos dos primeiro e segundo segmentos, e a céu aberto – que é o que a gente chama de museu de percurso, numa proposta de caminhar, conhecer e dialogar sobre a história local. Na Guia de Pacobaíba, a gente inicia o acolhimento dos alunos na rotunda, que é o local onde o trem fazia o retorno. Então marcamos todos os espaços históricos do complexo ferroviário, pensando na melhor didática para contar essa história“, explicou Alexsandro Rosa, diretor do Departamento de Cultura.
A secretária de Educação e Cultura do município, Sandra Ramaldo, garantiu que outros pontos turísticos receberão o projeto: “Os nossos alunos não vão conhecer a história do país e da nossa cidade apenas por livros, mas in loco e isso faz toda a diferença. Isso é só o começo, Magé é uma cidade histórica, com um patrimônio maravilhoso e todos os alunos vão conhecer mais sobre outros pontos também”.
Eu compus uma melodia em homenagem à Guia de Pacobaíba!
https://youtu.be/NuhO53PGNYo?si=PCoUKIJ7j4la_syM
Gostaria de saber mais sobre a cidade ? pois é meu sobrenome
Um país que não preserva a sua história, não tem futuro.
Primeiramente, como Bacharel em Turismo e uma das atoras qualificada pelo MTUR na Regionalização do Turismo, digo que Magé faz parte da Região Turística da Baixada Fluminense-RJ, os fatos se perdem porque seres querem fazer o serviços dos outros. Segundo, que o projeto deveria ser assinado por dois principais profissionais: O Bacharel em Turismo e do Guia de Turistas. Como educadora lamento que os alunos estão aprendendo suas histórias, mas com exclusão dos principais profissionais. Seria bom que os alunos aprendessem as respeitar e dar valor os mesmos.
Em 2017 doamos para a Secretaria de Educação, 200 exemplares do livro Estrada de Ferro Barão de Mauá: no Trilhos da História.
Sou estudante de história; gostaria muito também de este livro ,para enriquecer meus conhecimentos
Desculpe-me pelo incoveniente, mas é extremamente necessário a correção… Magé não fica na Baixada Fluminense e sim na Região Metropolitana. Nada contra a Baixada, muito pelo contrário, mas já que a matéria trata da região, acredito que seja importante esse esclarecimento.
Do mais, parabéns pelo artigo.
Abraços fraternos!
É muito triste ? a gente ver a história se perder pelo descaso dos nossos governantes que preferem encher os bolsos a valorizar a nossa história
É muito triste ? a gente ver a história se perder pelo descaso dos nossos governantes que preferem encher os bolsos a valorizar a nossa história
É uma enorme tristeza ver o total abandono de um local tão marcante na história de nosso país.
Infelizmente temos que contar a história através de destroços do que um dia foi um porto tão importante e a nossa primeira estação ferroviária.
O tempo, o abandono e o descaso das autoridades responsáveis mais uma vez destroem a história.
Mas é belo o trabalho dos profissionais em contar essas histórias para as gerações futuras. Espero que um dia tentem revitalizar todo o local e reconstruir as estruturas.