De janeiro a novembro deste ano, a venda de imóveis residenciais na cidade do Rio de Janeiro apresentou crescimento de 44%, em comparação com o mesmo período do ano passado, superando 40 mil unidades vendidas, somando aproximadamente R$ 30 bilhões em negócios.
Somente no mês de novembro, o crescimento nas vendas de imóveis na Zona Sul foi de 18%, em comparação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 848 unidades. Já na Barra e no Recreio houve uma queda de -11%, em relação ao mesmo período de 2020, com um total de 596 unidades.
Entretanto, essa queda registrada na Barra e no Recreio não é vista com preocupação por Fred Judice Araujo, co-fundador e head de Produto, Marketing e Dados da HomeHub, plataforma de tecnologia imobiliária. “A base de comparação dos últimos 4 meses do ano passado é alta, refletindo a retomada do mercado após a queda inicial por conta da pandemia e o baixo patamar de juros, de 2% ao ano na época. Por isso, é normal vermos alguns bairros oscilarem e até encontrarem uma certa estabilidade nas vendas em um alto patamar”, afirma.
“A Zona Sul é a área mais disputada da cidade; tem os maiores preços justamente por conta da grande procura e da oferta reduzida. Pode se esperar, para o ano que vem, um forte aumento dos preços, que é capitaneado pelos valores cada vez mais expressivos dos lançamentos. Um recente lançamento em Copacabana, na Francisco Octaviano, foi 90% vendido em questão de horas, por 40 mil reais por metro quadrado. É óbvio que a sucessão de lançamentos bem sucedidos vai puxar para cima o valor dos imóveis usados nas mesmas localidades”, sentencia Lucy Dobbin, Superintendente de Vendas da veterana Sergio Castro Imóveis, com lojas em Leblon, Copacabana, Laranjeiras, Santa Teresa, Porto Maravilha e Centro.
De acordo com a última pesquisa da Abecip, o crédito imobiliário no país alcançou a marca histórica de R$ 203 bilhões financiados ao considerarmos os últimos 12 meses até outubro. Com isso, podemos notar que mesmo com a inflação em alta, com o IPCA acumulando 10,67% nos últimos 12 meses e com a consequente alta dos juros, as pessoas têm recorrido ao crédito imobiliário para comprar o seu imóvel, é o que aponta os números do setor frente aos anos anteriores.
Venda de imóveis por bairro
Ao analisar a participação dos principais bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro referente às vendas acumuladas de janeiro a novembro, o crescimento registrado foi de 62% em relação ao mesmo período de 2020, somando 8.834 unidades. Os bairros com maior participação no total de transações foram Copacabana, com 25,4%, seguido por Botafogo e Flamengo com 12,9%, Leblon 9,0%, Ipanema 8,7% e Laranjeiras 7,1%. Todos os demais bairros analisados, juntos, somaram 23,9%.
De janeiro a novembro, todos os bairros analisados no estudo tiveram crescimento expressivo nas vendas, de no mínimo 2 dígitos, em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo: Urca +173%, Flamengo +153, Gávea +135%, Leme +118%, Santa Teresa +99%, Glória +92%, São Conrado +89%, Catete +88%, Lagoa +65%, Humaitá +60%, Botafogo +57%, Jd. Botânico +55%, Laranjeiras +52%, Barra +48%, Jd. Guanabara +45%, Copacabana +44%, Ipanema +43%, Recreio +35% e Leblon +28%.
A análise foi elaborada pela área de inteligência da HomeHub, e teve como base a arrecadação de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Não mencionar o bairro de São Cristóvão é um grande erro.