Circo Voador e Barão Vermelho, duas histórias que se entrelaçam. Início da década de 80, praia, sol, Arpoador, música e teatro. Surgem as primeiras bandas do rock nacional dos anos 80. Muitos dos artistas desse cenário já eram conhecidos de grupos dos anos 70 como Lobão, Lulu Santos e Ritchie, que tocavam na Vímana, banda de rock progressivo. E em 78 nasce o Aborto Elétrico, grupo punk de Brasília que originou as bandas Capital Inicial (Fê e Flávio Lemos) e Legião Urbana (Renato Russo).
Em 1981 nasce o Barão Vermelho, idealizado pelo tecladista Maurício Barros e pelo baterista Guto Goffi. Em seguida chegam o guitarrista Roberto Frejat e o baixista Dé. Leo Jaime foi sugerido para ser o vocalista, mas não deu muito certo e ele mesmo indicou um outro cantor: Cazuza.
De lá pra cá a banda teve um sucesso explosivo e diversas formações. E após um longo período sem tocar no emblemático palco do Circo Voador na Lapa , o grupo voltou em grande estilo no sábado (18/12).
O show contou com dois integrantes da formação original: Maurício e Guto. E ainda Fernando Magalhães (guitarras e vocais de apoio desde 86) e Rodrigo Suricato (vocais principais, guitarras e violões desde 2017).
O Barão fez o público vibrar com os sucessos de 40 anos de carreira: ‘Bete Balanço’, ‘Maior abandonado‘, ‘Declare guerra’, ‘Pense e dance’, ‘Pro dia nascer feliz’ e outros hits regravados pela banda como ‘Jardins da Babilônia’ (Rita Lee / Lee Marcucci) e ‘Malandragem dá um tempo’ (Adelzonilton Barbosa da Silva, Moacir Bombeiro e Popular P).
A formação atual é puro rock and roll. Podemos dizer que o Barão tem diversas fases e sempre manteve a sua essência. Cazuza, além de grande cantor e compositor, não parava quieto, andava de um lado pro outro e em alguns momentos sentava em uma caixa de som, ou apoiava uma perna, e cantava uma balada olhando no olho da plateia. Frejat tinha uma outra pegada, o bandleader cantor, compositor e guitarrista que incendiava qualquer palco. Outro artista marcante na banda foi o baixista e cantor Rodrigo Santos. E também o grande percussionista Peninha, falecido em 2016, que casou perfeitamente com o rock do Barão.
E desde 2017 temos o multi-instrumentista Rodrigo Suricato nos vocais principais. O artista foi eleito o melhor guitarrista brasileiro de 2007 no concurso Gibson Contest, promovido pela Gibson USA, Revista Guitar Player e IM&T com uma versão country de ‘Brasileirinho’. E também ganhou o Grammy Latino pelo disco Sol-te em 2015 com a banda Suricato. Rodrigo caiu como uma luva nessa nova fase do Barão e fez um pedido aos fãs no palco do Circo: “Vocês querem o Barão no Rock In Rio em 2022? Nós queremos comemorar os 40 anos de estrada lá!“. E aí Roberto Medina? Cadê o Barão pra essa line-up ficar perfeita?