Localizada no Corredor Esportivo do Moneró, na Ilha do Governador, uma importante área de manguezal está com bastante lixo. A situação incomoda moradores que caminham pela região, onde fica um dos principais espaços de lazer do bairro. Outra preocupação é a questão ambiental, já que manguezais são fartos ecossistemas.
“Eu, como morador da Zona Norte, da Ilha, duvido que isso aconteceria em uma praia da Zona Sul. Isso aqui está um abandono. Imagem péssima, proliferação de ratos. Particularmente, duvido que o prefeito Eduardo Paes saiba o que está acontecendo aqui”, disse Wagner Victer.
De acordo com informações dos moradores, a região conta com alguns guardiões da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, responsáveis pela proteção dos mangues. Contudo, segundo eles, o trabalho não vem sendo suficiente.
“Normalmente tem um jogo de empurra muito grande entre os guardiões da Secretaria e a Comlurb. Os guardiões falam que recolhem o lixo e a Comlurb diz que não tem caçamba para retirar. E falam que são 10 guardiões, mas só vejo quatro trabalhando”, conta Victer.
O vereador Vitor Hugo, do MDB, abriu um requerimento para obter informações sobre o trabalho dos guardiões. No texto, o parlamentar questiona a Secretariaria Municipal de Meio Ambiente sobre vários aspectos do programa.
O ambientalista Sérgio Ricardo, do Movimento Baía Viva, também morador da Ilha do Governador, destaca que: “O Corredor Esportivo do Moneró é resultado de um aterro ao mar feito no final dos anos 1980 na orla da Baía de Guanabara, e é uma das únicas áreas de lazer da Ilha do Governador, bairro com mais de 200 mil habitantes. Nesta região temos um dos mais belos pôr do sol do Rio de Janeiro com revoada de milhares de aves (em geral biguás). Como contraste, é visível a intensa poluição das águas da Baía neste trecho que fica em frente ao antigo lixão de Gramacho, da Reduc e do Polo gás químico de Duque de Caxias e a presença diária de grande volume de lixo flutuante (em especial lixo plástico) na faixa de manguezal. O Corredor Esportivo é o local de caminhadas e passeio de bike dos insulanos, como eu. Muitas das árvores existentes neste espaço foram plantadas pelos próprios moradores. Deveria ser uma área de lazer melhor cuidada pela prefeitura do Rio”.
Procurada, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda não se posicionou sobre o caso.
Eu moro na Ilha desde os anos 1960 e estudei em uma escola bem próxima ao Corredor Esportivo por quase toda a década dos anos 1970. Devo dizer que esse aterro já existia naquele período e não era recente, não. Um bosque de Eucaliptos, com árvores já enormes, existia no local. Depois, bastante tempo depois, é que houve a construção das quadras, plays e demais instalações.