Thaís Ferreira: Ao contrário de São Paulo e Recife, o Rio de Janeiro ainda não tem uma política para imigrantes e refugiados

'Conhecida como cartão-postal do país para turistas estrangeiros, a cidade, também com fama de hospitaleira e bem receptiva, ainda carece de estrutura mínima para acolher os que chegam nestas condições mais sensíveis'

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Foto: Facebook/Reprodução


O assassinato do imigrante congolês Moise Kabagambe, na Barra da Tijuca, representou apenas a ponta do iceberg com relação a violência e a falta de oportunidades para imigrantes e refugiados no Rio de Janeiro. Uma situação que, como sabemos, é particularmente grave para os negros, já que os imigrantes e até mesmo os refugiados brancos não costumam experimentar tantas ausências.

Conhecida como cartão-postal do país para turistas estrangeiros, a cidade, também com fama de hospitaleira e bem receptiva, ainda carece de estrutura mínima para acolher os que chegam nestas condições mais sensíveis. Não há, por exemplo, um centro de absorção onde informações básicas podem ser obtidas.

As dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e refugiados vão além do idioma e passam, ainda, pelas dificuldades para tirar documentos, validar diplomas e certificados, fazer contratos e trabalhar legalmente, com carteira assinada. 

Essas fragilidades constituem, em conjunto, empecilhos para vida digna e colocam essa população à mercê da precariedade, onde os abusos se tornam frequentes. Uma evidência muito nítida disso é que no mesmo calçadão onde Moïse trabalhava e precisou cobrar seu salário, nesse mesmo fim de semana, certamente, haverá outros imigrantes na mesma situação. 

O poder público municipal tem feito de conta que não é sua responsabilidade a vida dessas pessoas. Enquanto prepara grandes eventos para atrair estrangeiros vindos da Europa ou dos Estados Unidos, nossa prefeitura tem virado as costas para quem trabalha duro no dia a dia da cidade e contribui para erguer tudo aquilo que somos.

É por essa razão que nesta semana protocolamos na Câmara de Vereadores do Rio, através do nosso mandato, um Projeto de Lei para regulamentar diretrizes de políticas para imigrantes e refugiados, definindo, por exemplo, quem são os estrangeiros que devem ser compreendidos como refugiados e dando validade aos seus documentos de origem.

Essa já é uma realidade em cidades como São Paulo e Recife, que aprovaram políticas específicas. É inaceitável que, justamente o Rio, que mais recebe os estrangeiros e que é a nossa cidade mais conhecida nos outros países, ainda não tenha feito nada semelhante. Estamos atuando para mudar isso, e com foco principal onde está a maior demanda: imigrantes e refugiados negros, oriundos da África e do Caribe, como os congoleses, angolanos e haitianos.

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Thais Ferreira, é mulher preta, mãe e cria do subúrbio. Especialista em políticas públicas para maternidades e infâncias, é filiada ao Movimento Negro Unificado (MNU) e atualmente é vereadora pelo PSOL e presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

3 COMENTÁRIOS

  1. Os nossos refugiados somos nós, os suburbanos! Para nós, a prefeitura não existe: existe para a Zona Sul.

    A senhorita nem deve saber onde fica o subúrbio. Daí fica aí do escritório, arrotando barrosidades. O erário público tem prioridades – temos tão poucos estrangeiros hoje que não faz sentido criar uma estrutura estatal e/ou regramentos específicos para eles. Há certamente coisas mais importantes para o povo.

    Você está querendo “surfar a onda” capitalizando o momento para si, só que esta onda é sobre o sangue do refugiado morto. Vergonhosa atitude!

    Srta Thaís Ferreira, que tal ir trabalhar? Vá fiscalizar hospitais de madrugada, ver se os médicos estão indo trabalhar!

    Impressionante como todo filiado do PSOL só propõe porcarias que custam dinheiro e não trazem benefício para a coletividade – só flashes e publicidade para si próprio. Vivem de arrotar virtudes, demonstrar que se preocupam com os outros… Enquanto isso, vivem do dinheiro público em cargos públicos.

  2. Que lixo de artigo!

    Ninguém vêm mais para cidade do Rio de Janeiro.

    A cidade do Rio de Janeiro perdeu tudo ( centro financeiro + centro cultural )

    Sem contar que já foi capital.

    A decadência começou com o senhor Brizola.

    A cidade do Rio de Janeiro está parecendo uma cidade Africana.

  3. Não existe política pública para o carioca, quanto mais para o estrangeiro kkkkkkk… só existem cabides e mais cabides… espero que o Rio vá para falência para acabar esses políticos como a nobre, possível defensora de bandidos pelo partida a qual é filiada… o jornal possui o intuito de passar informações, agora militância de algo que o carioca tá cansado?!? Vamos voltar pra realidade?!? Quantos cariocas morreram durante seu mandato por falta de saúde e segurança pública?!? Os políticos deveriam ser responsáveis penalmente por cada morte, pois vocês criam às leis! Faço minha parte com os turistas: destilo à transparência do caos que nossa cidade se tornou graças ao Brizolla e outros políticos de esquerda defensores de bandidos… já consegui que vários não voltem e outros a desistirem de conhecer kkkkkk! Vou continuar com meu trabalho com a verdade e vocês políticos propagando suas mentiras 😉

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